Mapa mental de finanças: como usar no planejamento?
Forma de estruturar e organizar conhecimentos, mapas mentais auxiliam na fixação de dados e também podem ajudar a encontrar soluções para problemas financeiros.
Por Marília Almeida
Você sabe o que fazer com suas finanças, ou precisa desenhar? Não é deboche: estruturas visuais, como os mapas mentais, podem ajudar a entender um universo repleto por números. Afinal, se você não se formou em Economia ou trabalha no mercado financeiro, pode ser difícil, por vezes, decodificar gráficos e tabelas.
Aplicados no dia a dia corporativo e educacional, os mapas mentais são diagramas compostos por uma ideia central e seus desdobramentos. Ele pode ser desenhado à mão ou com o auxílio de programas e aplicativos. A ideia é usar cores e elementos diferentes de forma que cada ideia seja facilmente identificada por quem lê, segundo texto publicado pela escola de educação executiva Fia.
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Para que serve o mapa mental de finanças?
Além de ser uma forma de estruturar e organizar conhecimentos, eles auxiliam na fixação de dados e podem até ajudar a encontrar soluções para problemas financeiros.
Existem centenas de modelos disponíveis, e milhares de possibilidades de criar um adequado para cada necessidade, aponta o planejador financeiro Carlos Castro, membro do conselho da Planejar. “A ideia é deixar a criatividade fluir. Não existe uma regra de bolso ou camisa de força: apenas uma orientação de como criá-los”.
Veja a seguir as dicas do planejador financeiro sobre como aplicar mapas mentais para organizar as finanças:
Orçamento pessoal
Um mapa mental cujo objetivo seja equilibrar o orçamento e revisar gastos pode dividir as despesas em três grupos:
- Essenciais (contas do dia a dia, como alimentação);
- Necessidades sociais (lazer),
- Construção patrimonial (aposentadoria, compra de bens, etc.)
Anotando ao lado de cada grupo os gastos mensais, e seguindo a regra de 50% dos gastos destinados para despesas essenciais, 30% para necessidades sociais, e 20% para construção patrimonial, será possível fazer escolhas melhores. Também será possível visualizar qual grupo está pesando sobre o orçamento, e qual precisa ser reforçado, diz Castro.
Os porcentuais não precisam ser exatos. “O cálculo leva em conta uma renda média e um orçamento equilibrado. Ele pode ser ajustado conforme cada necessidade”. O desenho dos grupos pode ser feito em formato de pirâmide, e inserir o grupo de construção patrimonial no topo.
Carteira de investimentos
Outra forma de aplicar mapas mentais nas finanças é dividir objetivos financeiros de curto prazo (até 2 anos, médio prazo (2 a 5 anos) e longo prazo (acima de 5 anos). Em cada grupo, é possível inserir o dinheiro que será necessário para realizá-los, e buscar investir cada valor na aplicação financeira mais adequada para o prazo, diz Castro.
“Quando não separamos objetivos, e olhamos apenas para modalidades de investimentos, temos dificuldade em saber se a carteira esta adequada a estas metas”.
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Para objetivos acima de 5 anos é possível assumir mais riscos. No curto prazo, a ideia é colocar o dinheiro em investimentos mais conservadores.
No pote de curto prazo deve estar a reserva de emergência, que, para quem ganha R$ 5 mil por mês, deve ser equivalente a R$ 60 mil, ou seja, 12 meses de renda.
Já no pote de longo prazo o investidor pode ter de acumular R$ 500 mil caso queira ter uma renda de R$ 2,5 mil na aposentadoria dos 65 aos 95 anos.
Imposto de Renda
Um mapa mental sobre os impostos pagos ao longo do ano pode ajudar a pagar menos tributos daqui para a frente.
Para isso, basta separar os impostos em três grupos:
- Desconto na fonte (salários)
- Tributação definitiva
- Isento
O porcentual de tributos definitivos é fixo: portanto, não poderá ser ajustado. Já o imposto sobre a renda também pode ser otimizado por deduções.
Mas a ideia do mapa é tornar a renda mais isenta de impostos, diz Castro. “Além de ficar atento ao que pode ser deduzido, uma forma de aumentar as despesas isentas é aplicar valores em um PGBL, que permite postergar o pagamento de impostos”.
Muita gente não busca otimizar o pagamento de impostos, mas quando chega o período de inatividade terá de pagar impostos sobre a renda passiva, lembra Castro. “Se não diminuir esse pagamento antes, o dinheiro acumulado pode durar menos”.
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