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Psicologia financeira: descubra o que é e como impacta a sua vida

Estudo das áreas de psicologia e economia interligadas traz autoconhecimento que ajuda nas finanças pessoais

Foto: Pexels
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Ciência e finanças não são opostos — muito pelo contrário. Quando andam juntos, esses dois temas podem fazer uma diferença enorme na vida das pessoas. Uma das conexões entre as áreas é a psicologia financeira. Trata-se de um campo de estudo que combina conceitos da psicologia e da economia para compreender como as emoções, crenças e comportamentos influenciam as decisões financeiras das pessoas.

Segundo o professor e coordenador do Instituto de Finanças da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP), Ahmed El Khatib, a psicologia financeira busca analisar o comportamento humano em relação à administração do dinheiro, sempre considerando fatores psicológicos que muitas vezes influenciam as escolhas financeiras.

“A compreensão da psicologia financeira é essencial para ajudar uma pessoa a tomar decisões mais conscientes e aprimorar sua relação com o dinheiro. Por meio dela, é possível se conhecer melhor, controlar as finanças pessoais ao identificar e modificar comportamentos financeiros negativos, como impulsividade, procrastinação e falta de planejamento”, afirma o financista.

Ao compreender como as emoções e crenças influenciam as decisões financeiras, as pessoas podem desenvolver estratégias para lidar com esses fatores e tomar decisões mais alinhadas com seus objetivos financeiros. Isso pode contribuir para a construção de uma vida financeira mais saudável e equilibrada.

A psicologia e as finanças

O professor da FECAP conta que os atalhos do cérebro, ou vieses cognitivos, podem afetar as decisões financeiras ao levar cada um a enxergar suas decisões irracionais, como gastar mais do que pode ou investir em ativos arriscados sem uma análise adequada.

“Esses vieses podem distorcer a percepção da realidade e influenciar negativamente as escolhas financeiras. É importante a compreensão desses padrões para tomar decisões mais conscientes e racionais”, acrescenta.

A falta de autocontrole pode afetar as finanças pessoais ao levar as pessoas a gastarem mais do que podem, contrair dívidas e não poupar para o futuro. Não à toa, oito em cada dez famílias brasileiras estão endividadas e um terço têm dívidas em atraso, segundo pesquisa do Instituto Locomotiva e MFM Tecnologia.

Nesse cenário, a psicologia financeira torna-se uma ferramenta essencial para o estudo da maneira como os seres humanos lidam e controlam o dinheiro. Ao entender como essa relação se dá, fica mais fácil compreender e melhorar as atitudes e hábitos financeiros que algumas vezes podem estar relacionados a gatilhos que trazemos da infância ou até mesmo da maneira como nossos antepassados lidavam com o assunto.

Como ela pode influenciar nas decisões financeiras

A psicologia financeira pode auxiliar na identificação de padrões comportamentais, na definição de metas de mudança, na superação de maus hábitos financeiros e na tomada de decisões de investimento mais conscientes. Além disso, destaca a influência de experiências passadas, crenças, e valores na relação de uma pessoa com o dinheiro, e como as emoções afetam as decisões financeiras. 

Portanto, ao compreender a psicologia financeira, as pessoas podem melhorar sua saúde financeira, evitar armadilhas comuns e alcançar seus objetivos de forma mais eficaz e sustentável.

“Compreender como o autocontrole influencia as decisões financeiras é fundamental para desenvolver estratégias que ajudem as pessoas a resistirem a impulsos de consumo e a manter hábitos financeiros saudáveis a longo prazo”, diz El Khatib.

O professor acrescenta que a procrastinação é um fator que pode afetar as finanças pessoais ao levar as pessoas a adiarem decisões importantes, como investir em uma previdência privada ou fazer um plano de pagamento de dívidas, o que pode resultar em perda de oportunidades e aumento de juros.

“Compreender os impactos da procrastinação nas finanças pessoais é essencial para desenvolver hábitos de tomada de decisão mais proativos e eficazes”, finaliza o docente.

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