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Comércio dá descontos para quem pagar com PIX: Quando vale a pena?

Pagar com Pix pode gerar descontos: tática tem sido adotada por comerciantes

Pagar no Pix
Pagar no Pix fica cada dia mais popular entre os brasileiros

O Pix chegou em 2020 e, rapidamente, caiu no gosto dos brasileiros. De acordo com o Banco Central, o número de chaves cadastradas chegou a 478 milhões em 2022, o dobro do número de habitantes do País. E pagar com o PIX tem sido uma tendência porque muitos lojistas oferecem descontos, já que o meio de pagamento favorece as compras à vista.

Segundo estudo realizado pela Pagamentos Gmattos no ano passado, 24% das lojas pesquisadas ofereciam algum tipo de promoção para quem pagasse com o Pix. Mas será que sempre vale a pena utilizar o pagamento instantâneo brasileiro? Bora descobrir!

O que podemos pagar no Pix?

Até mesmo algumas contas e faturas já oferecem benefícios para pagamento no Pix. A Vivo e a Energisa são exemplos de empresas que sorteiam prêmios se o cliente pagar suas contas usando a ferramenta do Banco Central. Muitos destes benefícios são oferecidos por conta das taxas menores que essas empresas pagam quando o método escolhido é o Pix, que é gratuito, ao contrário dos serviços de cartão de crédito.

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Segundo Eric Nogare, gerente de produtos de pagamentos da N26, é importante comparar o ‘custo da troca’ ao pagar com o Pix. “Pagar com boleto não costuma ter benefícios. Portanto, se a empresa oferecer benefício para pagar com Pix, vale a pena, já que os dois são muito parecidos para a rotina de cuidados financeiros”, afirma.

No caso das compras mensais no supermercado, por exemplo, a opção pode ser mais complicada, diz o especialista, visto que o Pix requer dinheiro em conta. “Mas tem um macete: se você puder pagar à vista e tiver um desconto igual ou maior que 5% para usar o Pix, vale a pena”, diz.

Quando vale a pena optar pelo Pix?

A conta compara o desconto oferecido para comprar à vista no Pix com o benefício que o consumidor teria pagando com o cartão. A compra com cartão de crédito gera dois benefícios: o próprio benefício do cartão (já que alguns oferecem mais rendimento, cashback, milhas, entre outros) e o rendimento do dinheiro na conta, caso a compra for parcelada sem juros e a pessoa deixar o dinheiro parado rendendo.

Portanto, depende do que faz mais sentido na hora de comprar. Por exemplo: se o produto custa R$ 1 mil e tem desconto de 2% para pagar à vista no Pix, a economia é de R$ 20 na hora. Mas, se houver a possibilidade de parcelamento em cinco vezes sem juros e o cartão de crédito oferecer 1% de cashback, o ganho é de R$10 em cashback e cerca de R$ 20 de rendimento ao final dos 5 meses (com rendimento de 100% do CDI de hoje).

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Esta comparação considera que a pessoa tem o dinheiro na hora para comprar à vista no Pix. Neste sentido, Nogare alerta que é importante negociar e, para quem tem o talento, pechinchar.

Com ou sem desconto, o importante é ter um planejamento para não gastar demais e sem necessidade. “É a famosa frase: o maior desconto é não comprar. Pense duas vezes para evitar as compras por impulso que não valham a pena no final. Decidiu comprar? Então negocie. Você vai se surpreender com quantas vezes vai ganhar descontos”.

No fim, o mais importante de tudo é não se endividar. “Uma dívida sempre vai comer mais dinheiro do que um possível desconto”, finaliza.

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