Pagamento por aproximação: quando usar e quando evitar
Apesar de mais prático, o pagamento por aproximação também oferece alguns riscos. Saiba como se proteger
Por Guilherme Naldis
O pagamento por aproximação se popularizou durante a pandemia de covid-19 porque havia o risco de contaminação pelo vírus ao encostar em objetos tocados por outras pessoas. Mas, com o tempo, muitas pessoas descobriram outros benefícios do pagamento sem contato, que correspondia a 40% das transações com cartões em dezembro de 2022, segundo a Mastercard
Além de dispensar senhas e ser processado mais rapidamente, o pagamento por aproximação oferece mais segurança, já que pode ser usado dentro da própria carteira. Ainda assim, a tecnologia exige alguns cuidados.
Como utilizar o pagamento por aproximação?
Para fazer transações deste tipo, não é preciso inserir o cartão de débito ou crédito em uma maquininha. Isso é possível por conta da tecnologia Near Field Communication, ou NFC, que em tradução livre para o português significa Comunicação de Campo Próximo. Ela permite que cartões, smartphones e até relógios e pulseiras sejam usados para realizar transações.
Para utilizar o pagamento por aproximação, basta ter um cartão com essa função (geralmente identificado com o símbolo com quatro ondas, que sugere a transmissão sem fio) ou um aplicativo de carteira digital baixado em seu dispositivo móvel. Depois, é só encostar o cartão na tela da maquininha ou em suas laterais.
430%: juro do cartão de crédito rotativo bate maior valor em 6 anos
Como proteger seu cartão por aproximação
Para evitar dores de cabeça com o pagamento por aproximação, siga estes passos:
Ajuste os limites do cartão
Uma vantagem de usar o pagamento por aproximação é que a tecnologia dificulta a clonagem do cartão. Por não precisar inseri-lo, o risco de seus dados serem puxados por uma maquininha adulterada é muito menor.
Mas atenção: para usar essa função em compras de até R$ 200 você não precisa digitar sua senha, o que pode ser um chamariz para assaltantes e golpistas. Contudo, é possível pedir para o banco diminuir este valor máximo de maneira a evitar golpes como o da maquininha, em que os criminosos aproximam o dispositivo do bolso da vítima onde o cartão por aproximação está guardado e a compra é realizada.
“O reconhecimento dos dados do cartão acontece através de radiofrequência, em proximidades de 2 cm a 4 cm. Por isso muitos golpistas usam locais públicos e lotados para aplicarem esse golpe”, diz Camila Magalhães, gerente de operações da N26.
Fique atento aos valores na maquininha
Preste sempre muita atenção no valor digitado pelos funcionários que operam a maquininha. Por ser uma transação rápida, alguns criminosos inserem números maiores que o valor da compra e os mostram rapidamente ou se valem da desatenção para superfaturar com uma compra. É aquela velha história de Carnaval: uma cerveja que custava R$ 5 acabou saindo por R$ 500.
Em outros casos, os criminosos quebram o visor da maquininha ou tampam a tela para passarem valores mais altos e roubarem o dinheiro das vítimas.
Parcelar ou pagar o mínimo: qual a alternativa menos pior para cartão de crédito?
Por isso, recuse fazer pagamentos em que os valores estejam ofuscados, apagados ou escondidos. E, mesmo com a pressa do dia a dia, cheque o valor antes de encostar o cartão ou dispositivo. Também vale abrir o aplicativo do banco para ver, na hora, quanto foi debitado.
Guarde bem o cartão
O golpe da maquininha também pode ser aplicado por meio de aplicativos de banco e carteiras digitais. Se você já tem o hábito de fazer pagamentos desta forma, lembre-se de sempre fechar o app e bloquear a tela antes de guardar o dispositivo.
Além disso, também é importante ativar as notificações do aplicativo da sua instituição financeira. Assim, caso alguém faça uma compra indevida, você saberá na hora e conseguirá bloquear o cartão sem que outros roubos sejam cometidos. Nestes casos, agir rápido permite estancar maiores perdas e, até mesmo, reaver as transações indevidas.
Para mais conceitos de finanças pessoais, confira os conteúdos gratuitos do Hub de Educação Financeira da B3.