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O que é IPO? Saiba como nascem as ações negociadas na B3

Investidores podem se tornar sócios das mais de 400 empresas com capital aberto na bolsa

Como nascem as acoes negociadas na B3
Nos últimos anos, a B3 registrou um grande número de empresas que fizeram seus IPOs. Apenas em 2021, foram 46. Foto: Adobe Stock

As ações são um pedacinho de uma empresa. Ou seja, representam títulos de parte do capital de uma companhia. Mas, até ficarem disponíveis no home broker dos futuros acionistas, elas precisam “nascer” como ativos. Esse primeiro passo na criação de ações se chama IPO, sigla para Initial Public Offering, ou Oferta Pública Inicial.

Em suma, o IPO é o momento em que a empresa deixa de ser uma companhia “limitada” (Ltda), com apenas dois ou mais sócios, e se torna uma “sociedade anônima” (S/A), disponibilizando suas ações na bolsa pela primeira vez, agora a sócios anônimos.

Motivos para fazer um IPO

Conhecido como abertura de capital, o IPO pode ser feito por vários motivos: captação de novos recursos para expansão do negócio, desenvolvimento de novas tecnologias, aumento de dinheiro em caixa ou mesmo mais visibilidade e reconhecimento.

Quem pode fazer um IPO?

Nos últimos anos, a B3 registrou um grande número de empresas que fizeram seus IPOs. Apenas em 2021, foram 46. O toque de campainha é o momento que celebra a chegada de uma nova organização à bolsa, mas, antes disso, há muito trabalho, processos complexos e diversas rodadas de conversas com investidores.

Confira os últimos IPOs feitos na B3.

O primeiro passo de qualquer empresa é fazer um estudo sobre a possibilidade de abertura de capital. Esse planejamento pode ser a etapa mais demorada da jornada, pois é quando a companhia levanta todas as informações possíveis e decide as características da operação. A empresa ainda precisa, de acordo com a legislação, ter seus balanços dos últimos três anos auditados.

Além do planejamento interno e da auditoria, a empresa precisa entrar com um pedido de registro como companhia aberta na CVM (Comissão de Valores Mobiliários), o órgão brasileiro que regula o mercado acionário. Só com o aval da comissão é possível passar a ser listada na bolsa .

Lançamento do prospecto da oferta

Vencida essa primeira etapa, é elaborado um documento chamado prospecto de oferta. Ali, há informação aos possíveis investidores sobre a situação da empresa, o setor de atuação, as perspectivas de mercado, o quadro administrativo, os possíveis riscos e os planos de futuro, além de um detalhamento da oferta das ações.

Dentro do prospecto, a empresa também define e divulga qual será o ticker das suas ações. Conhecido por ser o código de negociação dos papéis da companhia, o ticker serve como identificador e também revela qual o tipo de ação. Ele é composto por 4 letras de escolha da empresa, que representam o nome, mais um número no final – 3 para ações ordinárias, 4 para ações preferenciais e 11 para units (conjunto de ordinárias e preferenciais).

Roadshow do IPO com investidores

Depois de concluir o planejamento, o estudo e o registro, a empresa começa a procurar grandes investidores no chamado roadshow. São reuniões de apresentação das intenções da companhia promovidas pelas instituições financeiras que assessoram a operação. Os principais executivos da empresa, incluindo seu presidente, costumam participar desses encontros, que podem acontecer no Brasil e também no exterior – afinal, o capital estrangeiro é importante para o mercado brasileiro.

Depois deste momento, e como o IPO é uma oferta pública, é obrigatório que todo o mercado saiba da oportunidade. Por isso, a companhia faz uma comunicação oficial sobre o processo de abertura de capital. Além de ser obrigatório, o passo pode ajudar a fomentar o interesse e atrair mais investidores.

Você sabia?

O maior IPO na história da bolsa brasileira foi o do banco Santander, em 2009. Na época, a empresa levantou R$ 13,1 bilhões na sua abertura de capital.

Reserva e precificação das ações da oferta inicial

Depois do roadshow começa o período de reserva. Essa etapa permite que investidores não institucionais, como as pessoas físicas, possam dizer quantas ações têm intenção de comprar. Eles têm alguns dias para manifestar sua intenção nas corretoras de valores cadastradas para participar do processo.

Além disso, outra etapa importante na abertura de capital é chamada de bookbuilding: a definição do preço a que as ações serão vendidas no dia de sua estreia. Essa fase acontece junto com o período de reserva, em que é possível medir o interesse dos investidores e que preço eles estão dispostos a pagar pelos papéis da companhia.

Depois de entender as expectativas e as demandas, a empresa divulga o preço da ação na data combinada. E também revela quantas ações estarão de fato disponíveis para investidores não institucionais.

Com todas as etapas cumpridas, a empresa está pronta para dar à luz suas ações e se tornar uma empresa de capital aberto. Na data marcada, o IPO se concretiza com o presidente da empresa fazendo o toque de campainha da B3 para que as ações entrem em negociação.

Os tipos de ofertas de ações: oferta inicial e follow on

O IPO, por ser a primeira oferta de ações da empresa, é considerado uma oferta primária, que representa a venda de novas ações emitidas pelas companhias no mercado. Assim, o dinheiro obtido nesse tipo de operação vai para o caixa da empresa, que aumenta seu capital social. Os recursos normalmente são usados para a expansão dos negócios, por meio de novos investimentos.

Após o IPO, a empresa pode fazer os chamados Follow on (realizando novas ofertas de ação no mercado). Isso pode acontecer com a emissão de novas ações por parte da empresa, com aumento do capital social. Nesse caso, é chamada de primária. Ou com a venda de ações por parte de acionistas a outros investidores, sem envolver a empresa, numa oferta secundária. O objetivo é aumentar a liquidez das ações na bolsa e, consequentemente, conseguir mais recursos para financiar os projetos e ajudar no crescimento da empresa.

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