Tipos de investimentos

O que são FOFs? Eles valem a pena? Entenda aqui

Fundos de Fundos facilitam a diversificação e simplificam a cobrança de imposto. Saiba como avaliar esse tipo de ativo

Entre tantas formas de guardar dinheiro e ampliar seu patrimônio, existem centenas de fundos de investimentos, alguns setoriais, outros que operam mercados diferentes, dezenas que acompanham apenas as ações do Ibovespa ou ainda, somente ativos no exterior. Até aqueles cuja carteira é composta por outros fundos de investimento. São os Fundos de Fundos.

Apelidados de FOFs, são uma modalidade de aplicação financeira que reúne recursos de um “condomínio de investidores” com o objetivo de obter ganho com a compra e a venda de cotas de outras carteiras. A principal vantagem deste ativo é atingir uma grande diversificação.

Isso porque, por meio de um único ativo, você pode ter acesso a estratégias vantajosas, do ponto de vista de risco e retorno, que os gestores desenvolvem para os seus respectivos investidores. Com isso, ainda que a estratégia de um gestor do “Fundo A” não tenha tido o sucesso esperado, as demais carteiras poderão salvar a rentabilidade daquele mês, porque tiveram performance positiva, compensando aquela perda.

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Dependendo do produto, a aplicação em FOFs pode fazer com que o capital se divida em mais de 20 fundos. Essa super diversificação é bastante frequente em Fundos de Fundos Imobiliários, pois – nesta situação – o gestor enxerga possibilidade de ganho com o recebimento de aluguéis somado à mitigação de riscos. Ora, se você possui 20 apartamentos (por meio de 20 fundos imobiliários), há menos chances de ficar sem aluguel caso uma vacância considerável aconteça em um deles.

Outra vantagem interessante é a possibilidade de aplicar em produtos financeiros cujo investimento inicial é alto. Ou seja: se não fosse por meio de um FOF, que reúne um montante de recursos suficiente para a aquisição de uma cota, um investidor, sozinho, não conseguiria comprar. Dessa maneira, um investidor comum pode ter acesso a fundos com maior lucratividade e menores taxas no mercado.

Os Fundos de Fundos ainda valem a pena pelo aspecto da praticidade e facilidade de acompanhar. Afinal, se um investidor quiser investir em cotas de 20 fundos imobiliários, em tese, ele teria de realizar 20 ordens de compra.

O que faz o gestor de um FOF?

Você pode estar se perguntando: que trabalho o gestor de um FOF vai ter se as estratégias de investimento estão sendo feitas pelos outros gestores das carteiras investidas? É exatamente esse o papel de uma gestora no Fundo do Fundos: prestar atenção no desempenho de cada produto para escolher bem os melhores portfólios que, combinados entre si, vão gerar uma rentabilidade mais alta com o menor risco possível. Numa indústria de fundos de investimentos madura como existe no Brasil, esta não é uma tarefa fácil.

Cabe ao gestor, que controla o investimento, avaliar não só o desempenho dos gestores dos fundos em que está interessado, como também a consistência dos resultados obtidos no passado, além de outras características de cada carteira, como eventuais carências e prazo para resgate.

Quais são as regras para os FOFs?

FOF é o apelido dessa modalidade de aplicação. Para a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), esse produto financeiro é tratado pelas siglas FIC ou FICFI, respectivamente, o “fundo de investimento em cotas” e “fundo de investimento em cotas de fundos de investimento”.

O órgão regulador também determina que os FOFs mantenham pelo menos 95% de seu patrimônio investido em cotas de fundo de uma mesma classe. O restante pode ir para títulos públicos ou privados de renda fixa.

Quem tiver uma estratégia de investimento diferente dessa, ou seja, mesclar cotas de Fundos de Ações com as de Fundos de Renda Fixa para o seu condomínio de investidores deverá ser classificado como “Fundo Multimercados”. Não é proibido, portanto, um fundo ter cotas de outras carteiras com classes distintas de ativos, basta que a expressão multimercados seja explícita.

Como é a tributação dos FOFs?

Nos fundos de fundos, multimercados ou não, há isenção de Imposto de Renda quando o dinheiro é distribuído entre as carteiras do FOF, isto é, passando do “fundo mãe” para aquisição das cotas internamente. E isso é uma vantagem, pois, se você fosse investir e resgatar em vários fundos, pagaria imposto sempre que fosse transferir dinheiro de lá para cá.

No entanto, o investidor será tributado em maio e novembro de cada ano, pelo come-cotas; e sempre que resgatar cotas do FOF ou receber rendimentos do FOF.

Como qualquer outro investimento, um FOF também demanda certos cuidados. Os gestores são independentes e podem cometer erros ao comprar uma estratégia de um terceiro que se revele desastrosa no futuro. Outro ponto a ficar de olho são as taxas de administração e de performance cobradas pela gestora que, às vezes, são superiores às praticadas no mercado.

Como investir em FOFs?

Investir em cotas de um fundo de fundos costuma ser simples. O mais importante é que você esteja seguro de que seu perfil de risco condiz com a estratégia de investimento da gestora – seja de renda fixa, ações ou imobiliário.

O passo seguinte é procurar uma corretora que tenha as cotas do FOF escolhido incluídas na gama de produtos oferecidos aos seus clientes.

Vistas as opções disponíveis, é importante identificar aquelas que estejam adequadas a seus objetivos financeiros. Busque informações sobre o gestor, o administrador, as condições de entrada e saída, os riscos embutidos e as taxas cobradas. Só então, de maneira embasada, tome uma decisão.

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