CDB

CDB: quais tipos existem e como escolher o melhor para mim?

Emitidos por bancos e financeiras, os CDBs têm três tipos de rentabilidade, que definem a forma como os juros vão ser pagos – e isso pode ser determinante para a escolha do investidor

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Élida Oliveira, especial para o Bora Investir

Quem busca uma aplicação segura, com bom rendimento e com a possibilidade de aportes iniciais baixos pode encontrar o que procura no CDB (Certificado de Depósito Bancário). Esse título de renda fixa é emitido por bancos ou instituições financeiras quando precisam captar recursos, ou seja, é como se você emprestasse dinheiro ao banco por um determinado prazo, em troca de juros.

O CDB está disponível para qualquer tipo de investidor, e dá para fazer investimentos mínimos a partir de R$ 100, explica Bruna Sene, analista da Nova Futura Investimentos. Ao investir em um CDB você recebe um título com um prazo de vencimento – que é a data em que o emissor se compromete a te devolver o dinheiro investido e pagar a rentabilidade prometida.

Há CDBs de diversas formas, de diferentes instituições e, por isso, esses papéis estão disponíveis para todos os perfis de investidores. Mas, segundo Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, esse título costuma atrair mais os conservadores, interessados em rentabilidade previsível e risco baixo.

Quem for investir em CDB precisa considerar que há a possibilidade de o banco ou financeira não honrar o pagamento (risco de crédito), de os rendimentos oscilarem ao longo do tempo (caso estejam atrelados a um índice variável) e a volatilidade do preço do título no mercado secundário (risco de mercado). Ainda assim, o CDB é considerado seguro porque tem garantia do FGC (Fundo Garantidor de Crédito).  

O FGC serve para proteger o investidor caso o banco ou a financeira emissora do título decrete falência. O fundo cobre investimentos de até R$ 250 mil por CPF e instituição financeira. “Por isso é importante respeitar esse limite, considerando os rendimentos”, afirma Sene.

“Comparado a outras opções de renda fixa, como Tesouro Direto, o risco é levemente maior, mas ainda assim considerado baixo”, diz Lima.

Tipos de CDBs

Ficou interessado em investir em CDB? Existem três tipos no mercado. A diferença entre eles é a forma como os juros vão ser pagos – e isso pode ser determinante para a escolha do investidor. Confira abaixo quais são eles.

  • Prefixado

A rentabilidade é definida no momento da aquisição do título. É para o investidor que quer ter certeza do que vai receber no momento do vencimento, quando o valor emprestado ao banco for pago com juros. Por isso, são títulos que atraem mais os investidores conservadores, que gostam de previsibilidade. 

Segundo Lima, a rentabilidade tende a ser superior à poupança, especialmente em cenários de baixa inflação, ou taxa de juros em queda. 

  • Pós-fixado

A rentabilidade é atrelada a algum indicador variável, como o IPCA (Índice Geral de Preços ao Consumidor), considerado a inflação oficial do país, ou o CDI (Certificado de Depósito Interbancário) – uma espécie de empréstimo entre os bancos, que gera um índice que reflete o custo do dinheiro no mercado e acompanha de perto a taxa Selic.

Esses títulos pós-fixados são ideais para quem aceita variações na rentabilidade, segundo Lima. 

“Ele é adequado para investidores com um perfil um pouco mais arrojado, já que este tipo de CDB é vinculado a um índice econômico, como o CDI, e pode ser uma boa opção para objetivos de médio e longo prazos”, diz o especialista. 

  • Híbrido

São títulos com rentabilidade composta por uma parte fixa e outra variável – eles combinam uma taxa prefixada (um valor de juro fixo) mais um índice, como o de inflação (IPCA, por exemplo). É menos comum encontrar CDBs híbridos do que os prefixados e pós-fixados. Esse tipo de papel é adequado para objetivos de médio a longo prazo.

Esses rendimentos, explica Lima, podem incidir simultaneamente, ou seja, a rentabilidade é a soma da taxa fixa mais a variação do índice escolhido. 

“É uma opção interessante para investidores moderados que buscam proteção contra a inflação e um retorno adicional fixo, ou seja, o famoso ganho real sobre o dinheiro”, afirma o analista. 

Características

  • Liquidez

A liquidez varia conforme o contrato, explica Lima, e é também conhecida como carência. Existem CDBs com liquidez diária, ou seja, caso o investidor precise, poderá pedir o resgate e o valor cairá na conta no mesmo dia. 

Há outros com liquidez apenas no vencimento. Neste caso, é preciso esperar o prazo para receber o principal, com os juros.

O resgate é feito na própria plataforma de investimentos onde o CDB foi adquirido, explica Lima. O investidor também precisa se atentar pois geralmente existe um horário limite para que a solicitação de resgate seja enviada.

  • Prazo de vencimento

É o período em que o dinheiro ficará aplicado e, se você precisar resgatar o dinheiro antes, poderá perder rentabilidade e arcar com penalidades, caso elas constem no contrato com o banco. Na prática, se quiser retirar o dinheiro antes do vencimento, o investidor terá que vender aquele título para outros compradores, correndo o risco de não encontrar alguém interessado tão instantaneamente. Segundo Lima, há diversos prazos de vencimento, que costumam variar entre 30 dias e 10 anos. 

  • Valor mínimo 

Segundo Sene, há CDBs disponíveis no mercado a partir de R$ 100, R$ 500 e R$ 1.000. Outros títulos têm valor mínimo mais alto, como R$ 10.000 por exemplo.

  • Imposto de Renda

O CDB não é um investimento isento de tributação. O lucro do investidor é descontado de acordo com a tabela regressiva do Imposto de Renda, que vai de 22,5% (para aplicações de até 180 dias) a 15% (para aplicações resgatadas acima de 720 dias). Confira abaixo:

– Até 180 dias: 22,5%

– De 181 a 360 dias: 20%

– De 361 a 720 dias: 17,5%

– Acima de 720 dias: 15%

  • Emissor

Outro fator importante é que o CDB é emitido por um banco ou financeira, e é importante o investidor se atentar para qual instituição ele está emprestando o seu dinheiro. 

Para avaliar o risco, existe o rating desse banco ou financeira, que pode ser utilizado como referência para o investidor. O rating é uma classificação atribuída por agências de classificação para avaliar o risco de crédito associado ao título. 

Essa nota pode ajudar os investidores a avaliar a segurança e a qualidade do investimento em CDB, proporcionando uma indicação da probabilidade de inadimplência do emissor.

Como escolher um CDB

Antes de pensar em qual tipo de CDB investir, é preciso avaliar quais são seus objetivos com aquele investimento. Se for para pagar uma viagem em um ano ou comprar um carro em dois anos, o ideal é escolher um título com os prazos de vencimento alinhados aos planos para o futuro, aconselha Sidney Lima.

O título prefixado, segundo Lima, pode ser interessante para esses objetivos porque ajuda o investidor a se programar melhor e tem certeza (previsibilidade) do dinheiro que vai receber em determinado prazo.

Além disso, a sugestão é escolher CDBs com liquidez diária ou prazos menores, embora rendam menos, se quiser ter o dinheiro à disposição para cobrir alguma emergência ou gasto imprevisto. 

“Se o objetivo for utilizar o dinheiro no longo prazo, você pode optar por CDBs com prazos mais longos, que geralmente oferecem taxas de juros mais altas”, diz Lima.

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