Renda fixa

Com a queda da Selic, como escolher o melhor CDB?

Investidores podem se expor a mais riscos para manter rentabilidade dos papéis

Os títulos públicos de renda fixa acompanham a Selic – taxa básica de juros, que está em 10,75% ao ano. Por isso, quando o Banco Central anunciou que a Selic mantém uma tendência de queda, o alerta piscou no painel de muitos investidores que preferem comprar produtos de renda fixa.

Mas para que o investidor consiga ter uma boa rentabilidade ao investir nesses ativos, o ideal é que o CDI — taxa de depósito interbancário — esteja acima de 100%. Porém, isso gera exposição a diferentes tipos de riscos, que talvez um investidor de perfil mais iniciante ou moderado não queira correr.

Ao Bora Investir, o planejador financeiro pela Planejar, Carlos Castro, explicou como escolher o melhor CDB — certificado de depósito bancário — mesmo com a Selic em queda. Veja algumas dicas a seguir.

Três tipos de CDBs

Antes de decidir qual produto irá escolher, o investidor deve saber que existem três tipos de CDBs, que são:

  • Prefixado: Quando a taxa exata de rentabilidade ao ano é decidida no começo do investimento.
  • Pós-fixado: O rendimento acompanha o porcentual do CDI e, também, da Selic.
  • Híbrido: O retorno do título é calculado a partir de uma soma de um porcentual prefixado com a inflação medida pelo IPCA.

Risco de crédito

O melhor CDB diante da queda da Selic é aquele que traz rentabilidade acima de 100% do CDI e acima da própria Selic, segundo Castro. Mas achar um produto assim pode expor o investidor a mais riscos, como o de crédito. Neste caso, o CDB a ser escolhido pode ser aquele emitido por bancos médios.

“Ele vai buscar um CDB que pague acima do CDI e acima da Selic. Ou seja, 100% do CDI já não é mais suficiente para manter o retorno que tem hoje exatamente em função dessa queda. Tem que buscar um CDB com pelo menos 120% ou 130% do CDI, mas vai ter alguns riscos”, afirma.

Apesar disso, o investidor pode contar com o Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que atua neste tipo de operação e garante maior segurança nos negócios, o que pode afastar um pouco esse risco.

Liquidez

Com a Selic em queda, o prazo estipulado para conseguir um resgate imediato diminui, caso seu objetivo seja pegar o dinheiro a qualquer momento, como uma reserva de emergência.

“Isso significa que você não vai mais ter resgate imediato, para você ter um CDB que pague mais vai ter que abrir mão do prazo, seja de dois anos ou 24 meses. Existem maneiras no pós-fixado de manter o rendimento, mas vai precisar se expor a mais risco”, diz.

Pensando em um prazo de dois anos com a tendência de queda da Selic, com uma projeção de inflação em torno de 3,5%, Castro estima que o melhor seria o investidor encontrar um CDB atrelado ao IPCA+6 – que se tornou o queridinho dos planejadores financeiros.

“Você pode achar CDBs prefixados desde que se encontre títulos no horizonte de dois anos acima de 9%, porque imagina: se a Selic cai a 9% ou 8,5% esse prefixado já passa a ser interessante. O mesmo se aplica ao CDB atrelado à inflação”, explica Castro.

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