Debêntures

Após mudança em títulos isentos, demanda por debêntures incentivadas aumenta

Mercado de infraestrutura está aquecido e ganha novos instrumentos de financiamento

O setor de infraestrutura tem chamado a atenção de investidores
Energia elétrica

Diversos fatores recentes têm tornado as debêntures incentivadas mais atrativas para os investidores. A avaliação é de Ulisses Nehmi, CEO da Sparta, que participou nesta quinta-feira (07/03) de evento organizado pela Inter DTVM em São Paulo. Segundo ele, especialmente as mudanças na emissão de títulos como CRIs, CRAs, LCIs e LCAs, ao lado da tributação dos fundos exclusivos, fizeram com que os investidores passassem a olhar com mais atenção para as debêntures. “Isso acaba refletindo no mercado de crédito privado como um todo, não só nos incentivados”, afirmou.

O crescimento vem também na esteira de um amadurecimento do mercado e maior conhecimento por parte dos investidores, diz ele.

O panorama é propício também do lado das empresas, que têm mostrado apetite a novas captações. “É um momento interessante, com uma abertura da janela de oportunidade para debêntures incentivadas, e com uma nova avenida que se abre com a debênture de infraestrutura”, diz Antônio Tovar, diretor financeiro da Energisa.

As debêntures incentivadas têm como público principalmente os investidores pessoa física, que não pagam imposto de renda sobre os rendimentos desses papéis. Já as debêntures de infraestrutura são um veículo novo, mais voltado a fundos de pensão e outros fundos de investimentos.

Marianne Moraes, gestora de crédito privado da Inter Asset, afirma que os dois instrumentos podem coexistir e se complementar. Uma possibilidade, segundo ela, é que os projetos e empresas mais conhecidos e mais simples de se avaliar poderão ser direcionados aos investidores pessoa física pelas debêntures incentivadas, enquanto empresas menores e projetos “menos óbvios” e mais difíceis de analisar podem usar como instrumento as debêntures de infraestrutura, a fim de captar junto aos investidores institucionais.

Tovar aponta ainda que a criação das debêntures de infraestrutura permite às companhias diversificar as fontes de financiamento. “Para as empresas, a diversificação de fuding é mitigação de risco”, resume.

Leonardo George Magalhães, CFO da Cemig, concorda. “Não dá para depender de um bolso só”, afirma. Segundo ele, “qualquer produto que favoreça o acesso a crédito privado é bem-vindo”, mas ele lembra que o mercado ainda espera a regulamentação das novas debêntures.

Do lado do governo, a maturidade maior do mercado de crédito privados permitiu ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) focar em projetos de prazos mais longos, diz Rafael Feler, head de Mercado de Capitais do banco.

“Em 2012, só o BNDES entrava em uma emissão de 18 ou 20 anos. Ano passado, teve emissão de saneamento com prazo de 18 anos e mais de 10 mil investidores se interessaram. O mercado pouco a pouco vai estendendo seu prazo, e o banco vai estendendo também. O papel do BNDES é sempre cobrir a parte que o mercado não está cobrindo”, afirma.

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