Tesouro direto

Quais investimentos do Tesouro Direto encaixam em objetivos de curto, médio e longo prazo

A escolha dos títulos deve estar alinhada a seus objetivos

O prazo de um investimento está diretamente ligado ao tempo necessário para alcançar um objetivo financeiro, seja ele de curto, médio ou longo prazo. Por isso, entender a duração do seu plano é essencial para escolher os ativos mais adequados à sua carteira.

Ao alinhar corretamente os prazos dos investimentos com os objetivos, é possível potencializar os retornos e reduzir riscos. Além da data de vencimento dos títulos, fatores como liquidez, rentabilidade e tolerância ao risco também devem ser considerados. Vamos entender melhor como isso funciona.

O que são investimentos de curto, médio e longo prazo 

Segundo Marcos Piellusch, professor da FIA Business School, os prazos podem ser classificados da seguinte forma:

  • Curto prazo (até 2 anos): foco em liquidez e segurança, ideal para reservas de emergência ou pequenas compras.
  • Médio prazo (entre 2 e 5 anos): busca preservar o poder de compra com alguma rentabilidade, indicado para metas como compra de carro, estudos ou entrada em imóvel.
  • Longo prazo (acima de 5 anos): voltado para aposentadoria ou construção de patrimônio, com maior tolerância a oscilações de mercado.

Otávio Araújo, Consultor Sênior da ZERO Markets, complementa que, no curto prazo, a prioridade deve ser a segurança e a liquidez, ou seja, a facilidade de transformar o investimento em dinheiro rapidamente, com baixo risco de perda.

Para o médio prazo, Araújo cita objetivos como entrada em imóvel, compra de carro ou pagamento de uma pós-graduação. Nessa fase, é possível assumir um pouco mais de risco em busca de rentabilidade superior, sem abrir mão de certa previsibilidade.

Já no longo prazo, o investidor pode diversificar mais, combinando ativos com maior volatilidade no curto prazo em troca de ganhos mais expressivos no futuro.

Como usar o Tesouro Direto para cada prazo 

Com base nas características de cada prazo, diferentes títulos do Tesouro Direto — que são investimentos de renda fixa em títulos públicos — se encaixam melhor em cada perfil.

O professor da FIA Business School aponta o Tesouro Selic (LFT) como uma das opções no curto prazo, já que conta com liquidez diária e baixa volatilidade, o que é ideal para reserva de emergência. 

No médio prazo, Caio Tonet, Diretor Institucional da W1 Inc., destaca o apetite maior pela volatilidade. “A gente tem um pouco mais de tempo. Então a gente pode utilizar uma LTN ou uma NTN-B, ou seja, um Tesouro Prefixado ou um IPCA+, que podem ser bem vantajosos nesse prazo”. 

+ Selic a 15%: quanto rendem R$ 10 mil no Tesouro Direto e outros ativos de renda fixa

Otávio Araújo aponta que o Prefixado pode trazer uma rentabilidade mais interessante se o investidor acredita que os juros futuros vão cair. Já o Tesouro IPCA+ oferece proteção contra a inflação somado a uma taxa fixa. 

No longo prazo, Piellusch afirma que os títulos ligados ao índice de inflação, o IPCA, protegem o dinheiro do aumento dos preços, e gera um rendimento adicional durante o tempo.  

Por isso, títulos longos de Tesouro IPCA+, o Renda+ e o Educa+, quando para seus objetivos específicos, são citados. No caso do Tesouro Renda+, o título paga renda mensal durante 20 anos, pensando em aposentadoria. Já o Tesouro Educa+ paga mensalmente durante 5 anos, direcionado para tempos de estudos. 

“No longo prazo, a gente vai optar pelas NTN-B, seja as que não pagam juros ou a NTN-B com juros semestrais, a depender da sua estratégia. Essas duas podem ser mais interessantes para o longo prazo com vencimentos bem longos até 2035 ou 2055. Como elas pagam uma taxa que é sempre vinculada à inflação, ou seja, a inflação mais uma taxa, a gente sabe que o poder de compra do investidor está sendo mantido, e ele está conseguindo perpetuar e fazer crescer esse patrimônio em todos os próximos anos”, ressalta Caio Tonet. 

+ Quanto investir no Tesouro Educa+ para ter R$ 1 mil por mês durante a faculdade do seu filho

Como escolher títulos adequados para cada objetivo

Segundo Otávio Araújo, a escolha do título ideal depende de três fatores principais:

  1. Prazo até o vencimento
  2. Tipo de remuneração
  3. Sensibilidade a oscilações de mercado

Ele explica que, via de regra, quanto mais longo o prazo do título, maior a oscilação (marcação a mercado) caso o investidor precise vender antes do vencimento. Por isso, para o curto prazo, o ideal são títulos com vencimento próximo e baixa volatilidade.

Se o objetivo for proteger o capital contra a inflação, os títulos ligados ao IPCA são citados. Já para quem busca previsibilidade de rendimento, os títulos prefixados devem estar no radar — desde que o investidor mantenha o dinheiro até o vencimento.

Por fim, Araújo alerta que investidores com baixa tolerância a oscilações devem evitar títulos longos com alta volatilidade de marcação a mercado.

Três passos para montar uma carteira equilibrada

Marcos Piellusch sugere que o investidor avalie os seguintes pontos ao montar sua carteira:

  1. Prazo do objetivo (curto, médio ou longo)
  2. Necessidade de liquidez (pode precisar do dinheiro a qualquer momento?)
  3. Tolerância ao risco (aceita ver oscilações no valor do investimento?)

Como resume Araújo: “Uma carteira equilibrada deve respeitar o prazo do objetivo e o perfil de risco do investidor. A lógica principal é: quanto mais próximo o objetivo, menor o risco que o investidor deve correr.”

Quer simular investimentos no Tesouro Direto? Acesse o simulador e confira os prováveis rendimentos da sua aplicação. Se já é investidor e quer analisar todos os seus investimentos, gratuitamente, em um só lugar, acesse a Área do Investidor.