Objetivos financeiros

Candlestick: análise gráfica para leigos

Entenda como ler os gráficos famosos entre os day traders

Os investidores adeptos da análise gráfica usam como base de sua estratégia observar padrões de comportamento de um ativo no passado, acreditando que uma variação semelhante se repetirá no futuro, caso o mercado reproduza determinadas condições.

Sem questionar a eficiência de tal metodologia, o fato é que negociar na Bolsa de Valores com base nessa premissa requer um alto grau de sofisticação para elaborar planilhas, gráficos e outras maneiras de visualizar cada alteração do pregão, sem deixar passar nenhum sinal de possíveis tendências de alta ou queda da cotação do papel. Uma ferramenta para identificar essas mudanças são os Padrões de Candlestick.

O que são os padrões de Candlestick?

Certamente você já viu esse tipo de gráficos ilustrando algum texto sobre o mercado de ações na internet, mesmo sem saber o significado daquelas barrinhas verticais verdes e vermelhas, com ou sem uma linha adicional para baixo ou para cima. Cada gráfico de “candle” (vela no inglês) tem características próprias, customizadas pelo investidor que o desenhou. Mas para você conseguir compreender minimamente esses gráficos, fizemos um resumo com as sinalizações mais comuns.

Em primeiro lugar, é preciso entender que cada candlestick (barrinha) mostra a variação de um ativo em um determinado intervalo de tempo, por exemplo, de 1 hora. Deste modo, o gráfico de uma ação específica, durante um dia no pregão da B3, das 10h às 17h, terá 7 barras. E o modo como elas serão desenhadas vai compor um gráfico capaz de mostrar seu preço de abertura, preço máximo, preço mínimo e valor de fechamento.

Seguindo o exemplo, o intervalo escolhido foi de 1 hora. Por isso, quando você analisar um candlestick isoladamente no gráfico, terá de considerar os preços de abertura, fechamento, as cotações máxima e mínima do ativo dentro daquele período de 60 minutos apenas. Fica claro por que essa ferramenta é muito utilizada por investidores do day trade, que acompanham ativos em intervalos de 5 minutos ou até 1 minuto apenas.

Do que é composto um candlestick tradicional?

Cabeça: este é o local de onde partirá o preço do ativo (ou preço de abertura do intervalo);

Corpo: é o retângulo vertical formado pelo ponto de partida até onde o preço chegar no intervalo especificado;

Cauda ou sombra: são os traços, que revelam os pontos abaixo ou acima do corpo, indicando a máxima e mínima cotação atingida pelo ativo no mesmo intervalo.

A melhor maneira de entender isso é desenhando sua própria vela, e se você tiver um papel quadriculado, melhor ainda! Vamos lá:

  • Escolha uma ação na Bolsa e determine o intervalo de tempo que você deseja acompanhar;
  • Ao final deste período, desenhe uma linha vertical, começando do preço de abertura até o último preço do intervalo que você escolheu.
  • Se ficar mais fácil, marque no modelo abaixo: os valores no início do intervalo, no fim do intervalo, a cotação máxima e o preço mínimo atingidos no período.

Por exemplo: Se uma ação começou o pregão às 10h custando R$ 10, chegou a R$ 12, mas estava em R$ 11 às 11h, o fim do intervalo a ser estudado, o candlestick seria assim:

Se a ação fechou em alta, o desenho acima fez sentido, pois o valor maior ficou no topo do retângulo, enquanto o menor, embaixo. Porém, saibam que se a ação fechou em alta ou em baixa o candlestick é o mesmo. O que vai mudar é a cor, em geral, representada pelo vermelho para mostrar a queda da cotação ou verde para a alta da ação. Veja abaixo:

Perceba ainda que, quanto maior a volatilidade do ativo naquele intervalo, mais alterações na aparência essa vela sofrerá, pois os picos dos valores, assim como a diferença entre o preço de abertura e fechamento, serão enormes.

Com o tempo, os adeptos da análise gráfica notaram que a aparição de certos candlesticks, junto a outros fatores do mercado, predizia um movimento da ação. Era como se toda vez que surgisse uma vela com um formato específico indicava uma tendência. Era o momento de comprar, no caso de uma tendência de alta, ou vender, na situação contrária.

Alguns tipos de Candlestick:

Martelo:

Quando há uma cauda inferior cujo tamanho é de pelo menos o dobro do corpo, sem a existência de nenhum traço superior.

Estrela Cadente:

Já a configuração da Estrela Cadente é a mesma de um martelo invertido, porém, desta vez, o corpo é bem menor e a cauda ou sombra superior é bem maior, o que sinaliza uma tendência de alta.

Existem dezenas de candlesticks, alguns com apelidos bem curiosos (“bebê abandonado”, “homem careca”, “engolfo” etc.), boa parte deles explicada na web gratuitamente. Você também pode saber mais sobre os gráficos da análise técnica no hub de Educação da B3.

Os padrões de candlestick, portanto, são úteis como um alarme para os investidores perceberem a movimentação dos preços, sobretudo entre os que acreditam que esse alerta indica uma tendência digna para alterar sua estratégia na Bolsa.

Para saber ainda mais sobre investimentos e educação financeira, não deixe de visitar o Hub de Educação da B3.

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