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Inadimplência aumenta e lucro do Bradesco cai 23% no terceiro trimestre

Resultado de R$ 5,223 bilhões, abaixo do esperado pelo mercado, foi puxado pela piora na carteira de crédito

A desaceleração da economia e a escalada dos juros impactaram forte o balanço do Bradesco no terceiro trimestre deste ano. O lucro líquido de julho a setembro foi de R$ 5,223 bilhões – retração de 22,8% frente a igual período do ano passado (R$ 6,767 bilhões). Na comparação com o trimestre anterior, queda de 25,8% (R$ 7,041 bilhões). O Bradesco é o segundo maior banco do país.

O resultado, que ficou abaixo da expectativa do mercado, foi puxado pela piora na carteira de crédito, que levou o banco a ampliar as projeções de perdas esperadas com inadimplência.

“Permanecemos ao lado dos clientes durante toda sua jornada de crédito e isso se reflete nos nossos números. Entramos agora em um momento de aumento de provisões, tendência que deve se manter até parte de 2023”, disse em nota o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Junior.

A inflação ainda em patamares elevados, além dos juros, também afetou a capacidade de pagamento dos clientes. No segmento de pessoa física, a inadimplência passou para 5,1% em setembro, de 4,8% em junho e 3,6% em setembro do ano passado. Em micro, pequenas e médias empresas, chegou a 4,5%, 3,9% e 2,7%, respectivamente. Apenas em grandes empresas os atrasos permaneceram nas mínimas históricas: 0,1%.

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“Observamos a inadimplência concentrada nas pessoas físicas, nas linhas de crédito massificado e nas pessoas jurídicas, substancialmente, nas micro e pequenas empresas. O índice 15 a 90 dias manteve-se estável pelo terceiro trimestre consecutivo o que pode indicar o pico da inadimplência nos próximos trimestres”, disse o Bradesco.

Apesar do avanço da inadimplência, a concessão de crédito continuou crescendo. A carteira expandida totalizou R$ 878,5 bilhões ao fim de setembro – uma alta de 14% na comparação anual. As despesas com provisões para devedores duvidosos (PDD) também subiram. Os gastos com as reservas contra perdas no crédito somaram R$ 7,267 bilhões, alta 116,4% sobre o terceiro trimestre de 2021.

“Todos os ajustes que efetuamos nos permitem projetar que a inadimplência deve se estabilizar e depois melhorar no decorrer de 2023”, afirmou o presidente do banco.

Mercado financeiro hoje

Bolsa do Brasil (B3) opera em baixa pressionado pela queda das ações de bancos, após o balanço do Bradesco vir abaixo das expectativas. Às 11h, o Ibovespa estava em queda de 0,49%, aos 115.605 pontos. As ações ordinárias do Bradesco (BBDC3) caíam 8,92%, a R$ 14,39. Os papéis preferenciais (BBDC4) estavam em baixa de 8,29%, a R$ 17,04.

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