O que é a Bolsa de Valores? Saiba tudo sobre o assunto
No Brasil, a B3 é a única bolsa em operação e faz bem mais do que intermediar a compra e venda de ações
Nova York, Londres, São Paulo… Espalhadas pelo mundo todo, as bolsas de valores são mais do que um lugar para compra e venda de ações de empresas de capital aberto. Elas são o espaço para a negociação de diversos ativos financeiros, os chamados valores mobiliários.
É na bolsa de valores – no caso do Brasil, a única em operação é a B3 – que investidores, entidades e pessoas físicas se encontram para fazer operações de compra e venda de ações de empresas do Brasil (são mais de 400) e do exterior, títulos de renda fixa, fundos imobiliários, derivativos, taxas de juros, commodities e até créditos de descarbonização.
A B3 também é responsável por administrar todo o sistema de registro, depósito, negociação, compensação e liquidação das operações, além de oferecer produtos e serviços para análise e aprovação de crédito. Isso tudo por meios digitais, a partir de sua base, em São Paulo.
Mas nem sempre foi assim. Cada Estado do País chegou a ter sua própria bolsa de valores e, no Brasil Império, as maiores eram em Salvador e no Rio de Janeiro. A B3 como conhecemos hoje surgiu só em 2017, fruto da consolidação do mercado financeiro em torno da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e da fusão com a BM&F (onde eram negociados títulos públicos e commodities) e a Cetip (Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos).
Qual a função da B3 na economia do Brasil?
A B3 é garantidora da maior parte das operações e intermediadora das negociações, que precisam ser rápidas e seguras. E sua principal função na economia do País é garantir que as empresas tenham acesso a financiamento para investir em seu crescimento, a partir da abertura de capital ou da emissão de títulos de dívida. Hoje, há cerca de 17,7 milhões de pessoas físicas que investem em renda fixa na B3 e mais de 5 milhões de investidores em renda variável.
O Mercado de Ações
A bolsa de valores é o ambiente em que as empresas de capital aberto negociam frações do seu patrimônio, ou seja, suas ações, para os investidores.
No mercado primário, os investidores compram as ações diretamente da empresa, por meio de um IPO (Oferta Pública Inicial) ou um Follow on (emissão de novas ações).
Já o mercado secundário acontece quando a empresa não tem mais ações para colocar à disposição do mercado e a negociação acontece entre os próprios investidores. Assim, quem tem os papéis pode colocá-los à venda para obter lucros, da mesma forma que quem compra espera obter uma valorização no futuro.
Como funcionam as operações
Antigamente o pregão – como é chamada a sessão de compra e venda de ativos – era presencial e viva-voz, com todos os operadores no mesmo ambiente físico tentando fechar as operações. Mas agora é só nos filmes que podemos ver aqueles homens aglomerados, falando freneticamente ao telefone enquanto veem os preços dos ativos nos telões.
Hoje, a negociação funciona de forma eletrônica. Isso facilitou a entrada de novos investidores na bolsa, onde é possível começar a investir com pouco dinheiro: tudo depende do tipo de ativo que será comprado. Em dezembro de 2021, por exemplo, a mediana do primeiro investimento foi de R$ 44.
Como investir?
Para quem deseja começar a investir numa bolsa de valores, é importante saber que o mundo da renda variável não é cassino ou loteria, e exige estudo e preparo. Por isso, o primeiro passo é buscar conhecimento sobre os temas relevantes do universo das finanças. O Hub da B3 pode te ajudar nesse processo.
Outro passo importante para quem está começando é descobrir e entender seu perfil de investidor. A pessoa pode ter um perfil conservador, moderado e arrojado – e, para cada um, há uma estratégia mais adequada de investimento. Uma dica para quem está entrando num investimento de renda variável é começar com uma quantia menor. Outro fator crucial é considerar o prazo de investimento: para quem precisa de previsibilidade no curto prazo, ações podem não ser a melhor opção.
Como escolher uma corretora ou casa de investimentos?
O ponto mais importante é que tenha credibilidade e seja reconhecida pelas instituições reguladoras. Aí, é só se cadastrar e transferir o valor desejado que será usado na compra das ações.
Para a escolha dos papéis, não hesite em buscar o máximo de informações, seja de especialistas da própria corretora ou por todos os meios possíveis – balanços de empresas, sites de notícias, etc. Neste momento, é importante lembrar seu perfil de investimento e o prazo para resgate do valor. As ações costumam ser tidas como investimentos de longo prazo: mais importante do que a oscilação do dia a dia é a valorização da empresa ao longo do tempo.
Cada corretora desenvolve sua própria plataforma de investimentos, o home broker, em que a própria pessoa pode enviar ordens de compra e venda de ações ou de outros ativos financeiros.
Custo da operação
Além dos custos das ações em si, o investidor deve ficar atento a outros possíveis gastos que ele terá no processo, como as taxas de corretagem, de custódia e de transferência bancária.
A Taxa de Corretagem é o valor cobrado para a realização das operações de compra e venda na bolsa de valores. Ela varia de acordo com a corretora contratada, podendo até não ser cobrada ou depender do plano de corretagem.
A Taxa de Custódia é o custo mensal cobrado pela B3 para a guarda dos títulos que o investidor tem. As taxas de transferência serão de acordo com o banco de onde você mandar o dinheiro para sua carteira de investimentos.
Para operar na Bolsa, há também a cobrança do ISS (Imposto Sobre Serviço), que equivale a 5% da corretagem e os emolumentos, que variam de acordo com os tipos de investimento.
Cotações da bolsa hoje: como acompanhar?
Hoje, todas as negociações acontecem de forma eletrônica. Com isso, a B3 atualiza as cotações em seu site, tanto das empresas listadas quanto do índice Ibovespa. Porém os dados contam com um atraso de 15 minutos.
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