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Opções de ações: guia básico para entender antes de começar a investir

Contratos de compra e venda de papéis podem trazer oportunidades, mas é preciso entender como fazer uma boa escolha

Peças de dados sobre moedas, mostrando como valores de investimentos derivam de outros ativos. Foto: Adobe Stock
O investimento em derivativos é feito por meio de contratos. Foto: Adobe Stock

Uma das formas de operar na bolsa de valores é por meio das opções de ações. São contratos que dão direito de comprar ou vender uma determinada ação por um determinado preço até uma determinada data.

Como explica Luís Moran, head da EQI Research, esses contratos podem ser padronizados e negociados em pregão nas bolsas de valores. Mas qual o uso desse instrumento? Esses contratos são úteis tanto para gerenciar riscos quanto para especulação, diz o especialista.

Quer um exemplo: se um investidor tem uma opção de compra a R$ 8 de uma ação que está sendo negociada a R$ 10 na data de exercício, ele terá um “desconto” de R$ 2 na hora de adquirir a ação. Do outro lado, se um investidor tem uma opção de venda a R$ 10 de uma ação que está sendo negociada a R$ 8, ele receberá R$ 2 como bônus.

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Entenda como funcionam as opções de ações

Operar no mercado de opções demanda um nível de conhecimento mais avançado e é indicado para aqueles com um perfil mais agressivo, ou seja, quem tem mais disposição para tomar risco. 

Com a ajuda de especialistas, o Bora Investir preparou um guia básico para quem quer começar a entender o que são as opções de ações, seus riscos e atratividades.

Como funcionam as opções de ações?

Os contratos determinam um preço para a ação-alvo e têm um prazo máximo para que o detentor da opção exerça seu direito de compra ou venda.

Esses contratos são negociados como qualquer ativo no mercado. O valor das opções varia a depender da ação alvo e da demanda pela operação. 

Como negociar opções de ações?

Há opções negociadas no mercado de balcão e na Bolsa. Se estão listadas, elas têm data de vencimento determinada pela B3 e suas características são padronizadas.

Outra alternativa é negociar os contratos não-padronizados de opções no mercado de balcão. Nesse caso, o vendedor e o comprador estabelecem as características contratuais, como prazo, valor e a necessidade de depósito de garantias. Após o registro dessas opções na B3, a bolsa só deverá garantir o cumprimento do acordo entre os envolvidos. 

Quais são as vantagens das opções?

As opções consistem em um mecanismo de proteção contra potenciais perdas. Além disso, exigem um investimento inicial baixo, se comparado com a ação.

O investidor pode usar diferentes estratégias combinando opções e a compra de ações à vista para garantir antecipadamente um lucro mínimo ou uma perda máxima para uma operação.

Quais são as desvantagens das opções de ações?

Uma das características é a elevada volatilidade. Ou seja, um mesmo contrato pode resultar em um lucro de 300% ou em um prejuízo de 100%. A variação acontece porque as opções se baseiam em expectativas de preço, que podem ou não se confirmar. 

O que é call?

Uma call é uma opção de compra de ações. Ela tem mais liquidez e ocorre com mais frequência no mercado. Quem compra uma call é chamado de titular.

O que é put?

Uma put é uma opção de venda de ação. O titular recebe o direito de vender um ativo até o vencimento por um preço predeterminado.

Direito ou obrigação?

Quem compra uma call ou uma put tem o direito de exercer a compra ou venda da ação – e não a obrigação de fazê-lo.

Esse direito só será exercido se for vantajoso para o titular, ou seja, se o preço da ação no mercado for maior do que o preço estipulado na opção de compra ou se o preço no mercado for maior do que o estipulado na opção de venda.

O risco é que, se não for vantajoso exercer esse direito, o detentor da call ou put perde o valor pago pela opção.

Quem é o lançador?

Até agora, só falamos do lado de quem compra a opção. Mas existem os investidores que vendem esses ativos, chamados de lançadores. Nesse caso, entretanto, a pessoa tem a obrigação de comprar ou vender a ação se a pessoa que comprou a call ou a put assim decidir.

Portanto, o risco é potencialmente ilimitado e pode ser bem grande.

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Cuidados para ter no radar

Moran, head da EQI Research, alerta para a cautela necessária a quem investe em opções de ações. O investidor deve ter claro seu objetivo quando está negociando com opções. É possível gerenciar riscos, por exemplo, comprando opções de venda dos ativos que possui na sua carteira e assim se proteger de uma eventual queda ou garantir uma rentabilidade mínima.

“Mas se o objetivo for o de obter lucros elevados com especulação, o investidor precisa conhecer profundamente os modelos de precificação de opções e ter limites claros de perda máxima (stop-loss). Em todos os casos, adquirir conhecimento e informação é fundamental nesse mercado, que é bastante sofisticado”, pontua.

Quando o ativo pode virar pó

Thiago Lourenço, operador de renda variável da Manchester Investimentos, lembra ainda que se uma opção foi comprada com o objetivo de ganhar com a alta e o preço do ativo caiu, não há ganho e o valor investido “vira pó”. Segundo o especialista, a cautela principal é quando se está posicionado vendido em uma opção, porque é uma forma de ganho alavancado, mas também de perda alavancada.

“Quando eu vendo uma opção, eu estou assumindo uma obrigação. Se no cenário de que a operação venha na contramão do que eu estou posicionado, eu vou ter um risco que é bem maior do que o valor que eu recebi”, diz Lourenço.

O especialista exemplifica. “Se eu estou na ponta vendedora de uma opção, vendendo a opção por R$ 1, e a operação vem na contramão do que eu estava, aquele R$ 1 que eu investi pode se transformar em R$ 2, R$ 3, R$ 10 de prejuízo. Em alguns casos a perda é ilimitada, por isso é tão importante cuidar das posições vendidas”.

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