Perfil do Investidor: o que é e por que é importante descobrir o seu?
Avaliar sua relação com riscos e objetivos no curto, médio e longo prazos é essencial para ficar satisfeito com suas aplicações
A grande variedade de produtos financeiros, os diferentes graus de risco e a alta volatilidade do mercado fazem com que os iniciantes no mundo dos investimentos precisem considerar alguns cuidados antes de partir para a compra de qualquer ativo, ainda que este ofereça retornos atraentes.
Além de se organizar financeiramente para dar os primeiros passos para investir e antes de tomar qualquer decisão, é importante fazer uma análise minuciosa sobre quais as suas expectativas com relação aos investimentos.
Essa análise, que é uma etapa básica, pode ser feita por meio dos testes de perfil de investidor, também conhecidos como “suitabitlity”, termo em inglês que pode ser traduzido como “adequação”.
As corretoras de valores e outras instituições financeiras oferecem esse teste a seus clientes logo no momento de abertura de uma conta, a fim de entender quais os objetivos e a tolerância a riscos de cada pessoa. O resultado do teste aponta qual é o perfil daquele investidor e serve para guiar tanto o cliente quanto os especialistas na hora de escolher as opções dentro do mercado financeiro que mais se adequam ao cliente.
Quais são os tipos de perfil de investidor?
O perfil do investidor pode ser conservador, moderado ou arrojado (também conhecido como agressivo). Além da tolerância aos riscos, a análise para descoberta do perfil leva em consideração a situação financeira (renda e patrimônio), a idade, o conhecimento do mercado e, claro, qual a destinação que será dada para o dinheiro.
As questões realizadas no teste de perfil podem ser traduzidas em três critérios principais: segurança, liquidez e rentabilidade – pontos que formam o tripé dos investimentos.
Dificilmente existirá um ativo que combine esses três fatores ao mesmo tempo. Muitas vezes, para buscar uma rentabilidade maior, o investidor abre mão de uma segurança mais expressiva e vice-versa. Para decidir o que você deve priorizar, é necessário entender como cada ativo se adequa aos objetivos individuais.
Um investidor que tem mais medo de arriscar e quer investir no longo prazo pode optar, por exemplo, por aplicações de renda fixa. Com isso, ele preza pela segurança abrindo mão da rentabilidade potencialmente maior de ativos de renda variável.
Quem opta por encarar riscos em busca de retornos maiores e valoriza agilidade – ou seja, liquidez – pode investir uma parcela maior em renda variável. O importante é balancear a carteira de investimentos de forma a priorizar o que o perfil do investidor suporta.
A grana do vizinho: descubra como pessoas com seu perfil investem?
Como dissemos, o perfil do investidor pode ser categorizado em três tipos, de acordo com a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). São eles:
Perfil Investidor Conservador
Este perfil assume os menores riscos possíveis e, como pode precisar do dinheiro a qualquer momento e prioriza a manutenção do patrimônio, opta por manter grande parte da sua carteira em ativos de renda fixa, como Tesouro Direto, CDB, LCI e LCA, e debêntures.
O investidor conservador prioriza a segurança, acima dos outros dois quesitos (liquidez e rentabilidade). É o que menos tolera as perdas e a falta de liquidez.
Vale lembrar que, quanto menor o prazo para o saque da aplicação, menor tende a ser seu rendimento. Porém, o conservador tende a preferir esse tipo de investimento justamente para ter o conhecimento prévio de quanto será seu retorno, sem grandes surpresas no futuro.
Perfil Investidor Moderado
Como o próprio nome diz, esse investidor vê importância na segurança, mas se sente confortável ao abrir mão dela em uma certa parcela do patrimônio, considerando um rendimento maior a longo prazo.
As pessoas deste perfil tendem a diversificar mais sua carteira entre renda fixa e renda variável, apostando em fundos de investimento que mitiguem os riscos, como os híbridos, e em outros ativos, como fundos imobiliários (FIIs) e fundos de índice (ETFs, na sigla em inglês), por exemplo.
Perfil Investidor Arrojado – Agressivo
Esse é o perfil que tem a maior tolerância aos riscos, visto que entende melhor a dinâmica do mercado e se sente confortável em fazer aportes em ativos voláteis pensando na maior rentabilidade no longo prazo.
Fundos multimercados, ações e derivativos devem fazer parte da carteira dos investidores arrojados. O investidor de perfil arrojado precisa de muita inteligência emocional no momento de investir, para que não haja grandes frustrações causadas pela volatilidade do mercado.
Então, para resumir os três perfis de investidores:
– Conservador
Prioriza segurança e alta liquidez.
– Moderado
Considera segurança, mas às vezes abre mão dela em prol de um rendimento maior.
– Arrojado
Tolerante e confortável com investimentos de altos riscos e volatilidade.
Um outro olhar sobre o perfil dos investidores
Há também estudiosos que consideram outros subtipos de perfis de investidores, mesmo que eles não entrem nas classificações gerais.
Esses subtipos representam pessoas que são ainda mais cautelosas do que os conservadores ou ainda mais despreocupadas com os riscos do que as agressivas. Conheça:
Investidor superconservador
Esse investidor tem medo até das mudanças que os títulos de renda fixa atrelados a índices como o IPCA (que representa a inflação) podem sofrer. Dessa forma, eles investem apenas em títulos ligados ao CDI;
Investidor Medroso Mórbido
Esse perfil descreve as pessoas que têm medo de investir em outros ativos por muito medo de perder dinheiro. Por causa dessa desconfiança, elas passam a guardar dinheiro somente na poupança, que possui um rendimento extremamente baixo – e, nos últimos anos, não tem conseguido superar a inflação, gerando uma perda do poder de compra do indivíduo.
Investidor Maluco
Essa definição faz referência àquelas pessoas que estão acima do investidor arrojado. Esse investidor é o extremo oposto dos medrosos e costuma investir em alguns ativos de risco com pouco ou até nenhum embasamento. É um perfil bastante perigoso, uma vez que os riscos de se investir sem estratégia são enormes.
Preenchimento do formulário de perfil do investidor: como funciona?
Quando você abre uma conta em uma corretora ou banco, é preciso responder a um formulário com questões referentes aos itens que influenciam na definição de perfil.
Em algumas situações, inclusive, a conta é aberta somente depois da entrega das respostas pelo cliente. Isso ajuda a corretora a selecionar produtos financeiros condizentes às expectativas daquele novo usuário, adequando-os aos seus principais objetivos.
O preenchimento deste formulário é obrigatório nos casos de quem é classificado como “investidor qualificado“, pois só assim a pessoa terá permissão para comprar determinados ativos.
A denominação de investidor qualificado foi criada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para descrever a pessoa física ou jurídica que – entre outras exigências – tenha mais de R$1 milhão em investimentos, podendo comprovar essa condição se necessário.
O intuito desta obrigatoriedade é garantir que o investidor tenha ciência dos riscos de perda do capital ao investir em um determinado ativo.
Tanto para essa condição especial quanto para o diagnóstico de investidor comum, as perguntas presentes no formulário sempre abordarão informações pessoais, quantas aplicações financeiras e qual o montante investido a pessoa já possui.
Além disso, também é necessário avaliar por quanto tempo o investidor pretende investir, quais são suas expectativas de retorno, se conhece os diferentes tipos de ativos, grau de escolaridade, renda pessoal e familiar, profissão, entre outros fatores que podem influenciar nas suas escolhas.
Vale lembrar que a abertura de contas e a realização do teste de perfil de investidor devem ser procedimentos gratuitos!
Meu perfil de investidor é fixo?
É importante ressaltar que seu perfil de investidor pode mudar conforme suas prioridades e o seu momento de vida. Por isso, é sempre bom atualizar seu perfil no banco ou na corretora onde os investimentos são feitos. Conhecer o mercado e a si próprio é parte essencial do processo.
Além disso, as corretoras costumam guardar o histórico de respostas, ajudando você a subir ou descer nas categorias sempre que achar necessário e se aquilo for condizente com os resultados já obtidos.
Já sei qual é o meu perfil de investidor e agora?
Se você já tem consciência do seu perfil do investidor, agora o importante é, além de conhecer e entender cada tipo de investimento, diversificar a sua carteira. Isso é possível mesmo se o investidor escolher apenas uma categoria de investimentos para aplicar.
É possível diversificar o portfólio por meio de ativos com diferentes geografias e atrelados a diferentes índices, por exemplo. A diversificação é importante para alavancar as rentabilidades da forma mais segura possível.
Ah! E não se esqueça de manter seus conhecimentos em educação financeira, em dia, hein? O mercado muda constantemente e saber como ele funciona é essencial para que a sua tomada de decisão seja assertiva, possibilitando o alcance da liberdade financeira. Acesse o Hub da B3, faça seu cadastro e tenha acesso a conteúdos exclusivos!
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