Como investir em dólar, euro e outras moedas internacionais?
Quatro maneiras de incluir divisas estrangeiras na carteira e equilibrar o risco da economia brasileira
O dólar norte-americano é a principal moeda do mundo atualmente. Com mais de 200 anos em circulação e uma boa reputação no mercado, o dólar é utilizado diariamente por empresas, governos, instituições financeiras e pessoas de todos os cantos do mundo para realizar suas transações comerciais e financeiras entre diferentes países.
Por ser considerada uma moeda extremamente segura – afinal, é a moeda oficial da maior economia do mundo –, muitos investidores, dos iniciantes aos profissionais, buscam formas de incluí-la em suas carteiras.
Outras moedas fortes, como o euro e a libra esterlina, ou até moedas de economias em desenvolvimento também são opções na hora de escolher investimentos que possibilitem a diversificação do portfólio do investidor. Veja como investir em dólar e em outras moedas!
Opções de investimentos em moedas internacionais
Ao pensar em como investir em uma moeda internacional, é provável que uma das primeiras ideias a vir em mente seja comprar o dinheiro físico.
De fato, é possível adquirir dólares, euros, libras e afins em casas de câmbio. Mas essa só é uma boa opção para quem precisa do dinheiro físico, seja para fazer uma viagem ou qualquer outro objetivo, já que essas transações têm a incidência do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Além do risco de transportar e manter quantias de dinheiro em casa.
Para investir em dólar ou outras moedas, é necessário recorrer a outras opções. Há diversos produtos financeiros no mercado que possibilitam esse investimento em divisas internacionais, muitos de forma bem simples. Conheça, a seguir, as quatro principais opções disponíveis no Brasil.
Fundos cambiais
Uma das maneiras mais simples, segundo os especialistas, para investir em moedas estrangeiras são os fundos cambiais. São um tipo de fundo de investimento que aloca, pelo menos, 80% de seus recursos em ativos atrelados a uma moeda, como o dólar. Os outros 20% são destinados a títulos de renda fixa.
Nesta modalidade de investimento, as aplicações são feitas em reais, mas a moeda estrangeira escolhida serve como um índice de referência. Ou seja, o gestor do fundo escolhe os ativos em que vai investir, que são atrelados ao dólar (ou euro, libra etc), tendo como base a taxa de câmbio.
Assim, o objetivo é acompanhar a variação da moeda e o fundo cambial oferece retorno positivo para os investidores quando o preço daquela moeda sobe em relação ao real.
Além dos fundos cambiais, fundos multimercado são outra opção, por também serem expostos a moedas internacionais e outros ativos atrelados a elas.
ETFs (Exchange Traded Fund)
Os ETFs, sigla para Exchange Traded Fund, ou fundos de índice, em português, são um tipo de fundo de investimento negociado em Bolsa de Valores.
Esses fundos têm como objetivo acompanhar a rentabilidade de algum índice de referência e, para isso, o gestor do fundo precisa montar a carteira de forma que ela fique o mais próxima possível da carteira teórica do índice. Por isso se diz que a gestão do ETF é passiva.
Nesse sentido, um ETF que busque acompanhar o desempenho do S&P 500 – principal índice acionário dos Estados Unidos – vai replicar a carteira teórica do índice. Dessa forma, se o S&P 500 subir, o fundo também ganha.
Os ETFs também podem acompanhar outros indicadores econômicos. Assim, se o objetivo do investidor é se expor a uma moeda internacional, será necessário escolher um ETF que tenha como referência ativos atrelados a essa moeda, como os índices acionários de algum país específico, setores da economia ou, até mesmo, um fundo de índice que acompanhe a variação da própria moeda.
BDRs (Brazilian Depositay Receipt)
Os Certificados de Depósitos de Ações, ou Brazilian Depositay Receipt (BDR), em inglês, são uma forma de pessoas no Brasil investirem em empresas que estão listadas em mercados financeiros de outros países. Tais ativos não são uma ação, mas sim um certificado, emitido por instituição depositária, que representa uma ação. Há ainda BDRs de ETF.
As instituições depositárias adquirem uma quantidade de papéis de determinada empresa ou cotas de ETFs e custodiam esses ativos. Para que o investidor pessoa física tenha acesso, mesmo no Brasil, a instituição emite um certificado que representa um percentual daquelas ações ou fundos e coloca à disposição do mercado. Assim, a oscilação dos BDRs tende a acompanhar os papéis da empresa no mercado exterior.
Embora os BDRs sejam negociados em reais, essa é uma das principais formas de exposição do investidor a moedas e mercados internacionais, porque as ações são negociadas em seus mercados de origem.
Também é possível negociar ações e outros ativos internacionais diretamente no exterior abrindo uma conta fora. Porém, o processo é mais burocrático do que com os BDRs, que podem ser acessados no próprio mercado brasileiro.
Contratos futuros de dólar
Os contratos futuros são uma modalidade de investimento em que o investidor se compromete a realizar uma operação, seja de compra ou de venda, de um ativo em uma data pré-determinada. É uma forma de especular sobre o valor do dólar.
As negociações dos contratos futuros são feitas da seguinte forma: um investidor que acredita que o preço do dólar vai subir compra a moeda pela cotação atual, mas só vai receber o ativo na data estabelecida pelo contrato. Se, na época do recebimento, o dólar realmente subir, o investidor lucra e poderá vender o que recebeu por um preço maior. Caso contrário, haverá prejuízo.
Uma lógica semelhante é válida para quem faz um contrato futuro de venda. Se o investidor acredita que a moeda irá se desvalorizar em relação ao real, ele pode vender os seus ativos pela cotação atual, mas só irá entregá-los ao comprador na data estabelecida. Assim, se o preço da moeda cair, o vendedor lucra com a operação.
Quais são os riscos de investir em dólar ou euro?
Vale lembrar que o investimento em dólar, euro ou qualquer outra moeda internacional faz parte da renda variável. Assim, não há garantia, como na renda fixa, de que a aplicação gerará um retorno específico para o investidor. No entanto, a diversificação geográfica dos investimentos é importante para proteger o patrimônio contra as oscilações da economia nacional.
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