Ouro ultrapassa os US$ 3.800 com queda do dólar e renova máxima histórica
Por ser considerado uma reserva de valor, o ouro costuma se valorizar com a queda do dólar ou em períodos de incertezas
Por Victor Rabelo
Nesta segunda-feira (29), o valor do ouro superou o patamar dos US$ 3.800 a onça e bateu um novo recorde histórico. O movimento acompanha a queda do dólar americano causada, principalmente, pelo risco de suspensão das atividades do governo dos EUA (shutdown) por não conseguir aprovar a lei do orçamento.
Por ser considerado uma reserva de valor, o ouro costuma se valorizar com a queda do dólar ou em períodos de instabilidade no geral. “Quando o dólar perde força no mundo de maneira generalizada (geralmente, em decorrência de incertezas econômicas globais), o ouro tende a se valorizar, porque é visto como alternativa de proteção”, diz Alex Nery, professor da FIA Business School.
No mesmo sentido, Anderson Kuntzler, planejador financeiro CFP e especialista em investimentos, ressalta que a queda do dólar costuma ser um momento de oportunidade para o investimento no metal. “O ouro é cotado em dólar. Quando a moeda americana perde força frente a outras divisas, o ouro tende a se valorizar, pois fica mais barato para investidores estrangeiros”, afirma.
Além disso, Nery destaca que “se a desvalorização do dólar for em relação ao real, isso significa que, para nós brasileiros, o ouro (que é cotado em dólar) fica relativamente mais barato. Nesse caso, alguns investidores capitalizados em reais podem aproveitar a oportunidade para comprar ouro a preços mais baixos, mas o incentivo não vem de ‘proteção’ e sim da oportunidade de compra”, complementa.
Como investir em ouro
Para investir em ouro, é necessário estar ciente de seu perfil de risco e entender quais são as formas e as características de cada modalidade de investimento. Entre as opções disponíveis estão a compra do metal físico, os ETFs e os contratos futuros.
Ouro físico
A compra do ouro físico é uma forma mais tradicional e de fácil compreensão, mas demanda preocupações. “Ouro físico oferece a posse direta do metal, mas tem menor liquidez. Exige cuidados com armazenamento, segurança, além de expor o investidor a riscos de perda, roubo ou deterioração”, comenta Kuntzler.
ETFs de ouro
ETFs (Exchange Traded Fund) são fundos negociados em bolsa que acompanham o desempenho de um índice específico, como o Ibovespa B3 ou um índice que mede, por exemplo, a cotação do ouro no mercado internacional. Nesse caso, o investidor adquire um ativo que segue o valor do ouro, sem a necessidade armazenar o metal em um ambiente físico.
Futuro de ouro
Um contrato futuro é um acordo entre duas partes para comprar ou vender um ativo a um preço predeterminado em uma data futura. Esses contratos são negociados em bolsas, permitindo maior liquidez e transparência, e usados para proteção contra a volatilidade de preços (hedge) ou especulação.
Em julho, a B3, a bolsa de valores do Brasil, lançou o Contrato Futuro de Ouro (ticker: GLD). O derivativo foi desenhado para facilitar o acesso dos investidores ao mercado de ouro em um ambiente de bolsa, regulado, seguro, transparente, com liquidação exclusivamente financeira e referência no preço internacional do metal.
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