Como investir em ações de empresas dos EUA – sem sair da bolsa brasileira
BDRs e ETF são opções para quem quer investir em empresas americanas
O mercado de ações dos Estados Unidos é o maior do mundo e os papéis negociados nas bolsas do país representam cerca de 60% do valor de mercado de todas as companhias listadas no mundo. Por isso, não é incomum que o investidor brasileiro volte os olhos para a maior economia global em busca de oportunidades.
Quem quer investir em ações de empresas norte-americanas não precisa sair do Brasil ou ter contas em dólar para fazer isso. Investir na renda variável dos EUA é possível também pela bolsa de valores brasileira.
Por onde investir em ações de empresas dos EUA
Existem duas formas principais para investir em empresas internacionais a partir da B3: os BDRs e os ETFs.
Os Brazilian Depositary Receipts não são ações, propriamente, mas certificados de ações emitidos por empresas estrangeiras que permitem aos brasileiros compor suas carteiras com esse tipo de papel. Ele é negociado da mesma forma que uma ação local, com a mesma facilidade e em real.
Até 2020, apenas investidores qualificados (com mais de R$ 1 milhão investidos) podiam investir em BDRs. Desde então, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) permitiu que investidores de varejo também pudessem negociá-los. Atualmente existem mais de 800 BDRs disponíveis na B3.
Já os Exchange Traded Funds (ETFs) são fundos de índices, atrelados a algum indicador. Através deles, é possível acompanhar uma cesta de ativos diferentes com apenas um investimento. Quem deseja aproveitar as oportunidades na bolsa norte-americana, por exemplo, pode comprar um ETF do índice S&P 500, negociado na B3. O S&P 500, abreviação de Standard & Poor’s 500, é um índice composto por quinhentos ativos cotados nas duas principais bolsas dos Estados Unidos, a NYSE e a NASDAQ.
Benefícios e riscos
Como todos os investimentos, BDRs e ETFs têm benefícios e riscos, que devem ser avaliados e levados em conta junto com outros fatores, como perfil de investidor, antes de entrar neste universo.
Para Felipe Amoedo, especialista em ETFs e Criptoativos da HMC Capital, o investimento em BDRs e ETFs é positivo pois, não há a necessidade de enviar recursos ao exterior. “E no caso dos ETFs, soma-se o fator diversificação, alcançando temas, setores, indústrias e tecnologias que não estão disponíveis no mercado brasileiro”.
Já Vitor Cavalieri, Head de Internacional da InvestSmart XP, aponta como benefício a oportunidade de reduzir o “risco-Brasil”, através do acesso às empresas globais.
Contudo, ele alerta para o risco cambial, já que a cotação do dólar pode afetar negativamente o valor do BDR, numa eventual desvalorização da moeda americana perante o real.
Como acompanhar investimentos em empresas americanas
Segundo Cavalieri, não existe muita diferença na rotina de quem já investe em ações de empresas brasileiras. “Através do site da sua corretora é fácil acessar informações e análises sobre as empresas americanas, além da importância de se manter informado sobre indicadores econômicos (inflação, juros, desemprego, etc) e geopolíticos (eleições, guerras…)”.
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