“O Brasil foi um dos precursores nos ETFs de cripto e é um dos países mais desenvolvidos nesse tema”, diz Felipe Gonçalves, da B3
A B3 tem hoje mais de R$ 150 milhões em negociação de ETFs de cripto por dia
O mercado de criptoativos mudou de patamar nos últimos anos – e pode dar um salto em 2025 com a mudança do posicionamento dos Estados Unidos sobre o tema. Junto com essa evolução, surgiu também a demanda por produtos ligados a criptomoedas no mercado de bolsa. “É uma forma de complementar esse mercado”, afirmou Felipe Gonçalves, head de produtos de juros e moedas da B3, durante o Smart Summit.
“O Brasil foi um dos precursores, com um super trabalho entre B3, CVM e gestores, que viabilizou o lançamento dos primeiros ETFs de criptoativos em 2021. E pode-se dizer hoje que Brasil é um dos países mais desenvolvidos nesse tema”, completou.
Segundo ele, a B3 tem hoje mais de R$ 150 milhões em negociação de ETFs de cripto por dia – atualmente, há 19 fundos listados com essa temática.
“Já é um mercado bastante evoluído e com bastante liquidez. Frequentemente os ETFs de cripto aparecem entre os mais negociados na B3”, disse Gonçalves. Segundo ele, esse mercado conta com investidores pessoa física, estrangeiros e também investidores institucionais.
O segundo passo nessa evolução em produtos foi o lançamento de contratos futuros de bitcoin, no ano passado. “Foi um dos produtos com maior crescimento na B3”, comentou.
A bolsa já trabalha para lançar contratos futuros de mais duas criptomoedas: ether e solana. A expectativa é que estejam disponíveis ainda no primeiro semestre deste ano. Para a segunda metade de 2025, o foco é nas opções de contratos futuros e ETFs de cripto.
“O mercado de opções é mais sofisticado e expande bastante a quantidade de estratégias, tanto para trader quanto para proteção das posições”, afirmou Gonçalves.
“A gente vai criando um ecossistema de negociação cada vez mais aderente e mais flexível”, concordou Filipe Ferreira, Diretor de Negócios da Comdinheiro.
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Mercado cripto está otimista para 2025
Após o ano de 2024 positivo para o mercado cripto, 2025 também guarda espaço para otimismo.
“Donald Trump faz aceno para o mundo cripto, e o mercado estava muito ruim para essa indústria nos Estados Unidos. O que vimos foi um desenvolvimento grande do mercado cripto fora dos Estados Unidos”, lembra Fabrício Tota, diretor de Novos Negócios no MB. “Tínhamos a maior economia do mundo de fora de um movimento que se propõe a ser global, isso estava machucando muito o setor”, complementa.
Theodoro Fleury, CIO da QR Asset, reforça: “é difícil mensurar a mudança de paradigma, teremos um ambiente muito mais favorável”. E isso mesmo em meio a um cenário macroeconômico de incerteza quanto à queda de juros nos EUA, o que é tradicionalmente ruim para ativos de maior risco.
“Em termos de preço, única coisa que poderia atrapalhar o ano seria um cisne negro no lado macroeconômico, porque nos fundamentos do mercado de cripto, os ventos são os mais favoráveis possíveis, talvez a conjuntura política e econômica nunca tenha sido tão favorável”, completa Fleury.
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