A tokenização é evolução do dinheiro e busca promover a inclusão, afirmam especialistas

A tokenização, um processo que transforma ativos (físicos ou não) em uma representação digital, tem avançado no Brasil. Para especialistas da área, trata-se de uma evolução no formato do dinheiro. O tema foi discutido durante o painel ‘A Economia Tokenizada avança. O que está em jogo com as stablecoins?’, na Febraban Tech 2025. 

“O dinheiro sempre avança na sua representação de valor na história, e a tokenização é parte desse processo. Já estamos numa nova fase dessa evolução do dinheiro”, apontou André Portilho, sócio e head de Ativos Digitais do BTG Pactual e da Mynt. 

Essa evolução, segundo Driss Temsamani, Head de Digital de Tesouraria e Comércio para as Américas do Citi, pode ter um impacto importante na economia brasileira através do acesso aos serviços financeiros. “Expandir a inclusão. Essa é a maior oportunidade”, resumiu. 

Bernardo Srur, diretor-presidente da ABCripto, ainda aponta que além da inclusão financeira, é preciso entender que a automatização e a tokenização da economia farão toda nossa vida mais integrada. “Isso gera um impacto social, que gera inclusão ao mercado financeiro, de investimentos e até de pagamentos em regiões de acesso limitado”. 

Reflexos atuais e desafios da tokenização na economia

De acordo com George Marcel Smetana, especialista de Estratégia Regulatória do Bradesco, o impacto já existe, com a saída de bilhões de reais do sistema financeiro tradicional para o mundo cripto. “Por isso temos que entender o porquê saiu, se foi em busca de soluções, diversificação. Aí podemos ofertar algo equivalente ou melhor ao que ele buscou”, aponta. 

Marcel ainda destaca que um desafio que acompanha o avanço da tecnologia é sempre a segurança. “É necessário ter atenção aos ataques hackers, o que é um desafio do mercado”. 

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Driss Temsamani, do Citi, ainda ressalta que o formato do dinheiro não é tão importante, mas o que tem importância é a confiança intrínseca a ele. “Não podemos separar a soberania da confiança, por isso, quando o governo está presente no desenvolvimento, precisa-se de regulamentação. E a partir daí, criar incentivos para a aderência da tecnologia”. 

“Ainda temos metade da população mundial que não tem contas em bancos, por isso precisamos ter estrutura e incentivos para que a tokenização da economia chegue nas pessoas que hoje não têm acesso ao sistema tradicional. É preciso também repensar a tecnologia onde esse novo dinheiro será negociado, já que exige uma nova estrutura do que hoje temos com a internet”, alerta também Temsamani. 

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