O que esperar do Bitcoin após o retorno aos US$ 100 mil?
Criptomoeda reagiu positivamente ao acordo dos EUA com o Reino Unido, ao avanço das conversas com a China e à decisão do Fed
Por Victor Rabelo
O Bitcoin retornou neste mês de maio aos UR$ 100 mil depois de um pouco mais de três meses abaixo deste nível. A criptomoeda reagiu positivamente ao acordo dos Estados Unidos com o Reino Unido, ao avanço das conversas dos norte-americanos com a China e à decisão do Federal Reserve (FED, o Banco Central dos EUA) de manter o patamar da taxa de juros.
Para especialistas, a criptomoeda tem se fortalecido na imagem do investidor ao longo do tempo como alternativa para momentos de volatilidade.
“É provável que grande parte do impulso recente tenha vindo de uma mudança no pensamento global em relação ao Bitcoin como uma reserva de valor. As economias e moedas locais foram expostas à inflação e ao desemprego e as ações tradicionais sofreram volatilidade e quedas acentuadas este ano”, comenta Sebastián Serrano, CEO e cofundador da Ripio.
Para Ruam Oliveira, especialista em investimentos CEA e planejador financeiro, um dos principais atrativos da criptomoeda é a baixa relação com medidas governamentais. “Os acontecimentos nos EUA, incluindo a guerra comercial com a China, têm impactado diretamente a adoção do Bitcoin, atraindo novos adeptos que se sentem cada vez mais atraídos pela narrativa de que o ativo é imune à interferência estatal. Por um lado, o mercado tem demonstrado um cenário de crescente instabilidade em suas moedas, e o Bitcoin surge como uma alternativa, com a promessa de ser um ativo sem a influência direta do Estado”, diz.
Oliveira também ressalta que a criptomoeda tem deixado de ser vista apenas como um instrumento para especulação e ganhos de curto prazo. “Hoje, além de buscar lucro, os investidores estão cada vez mais preocupados em proteger seus ativos contra a inflação, impostos e possíveis confiscos”, complementa.
Para onde vai o Bitcoin?
A volta ao patamar dos US$ 100 mil era esperada pelos analistas, mas o rumo que o Bitcoin deve tomar nos próximos meses ainda é incerto. Serrano acredita que o Bitcoin deve se tornar ainda mais importante a medida que empresas e países passam a adotar a cripto e que os Estados Unidos avançam na criação de uma reserva estratégica do ativo.
Para o CEO e cofundador da Ripio, “o combo é muito estimulante, pois sinaliza que estamos diante de uma mudança de época, e neste novo período o Bitcoin será cada vez mais importante”, analisa.
No mesmo sentido, Oliveira é otimista e entende que a criptomoeda seguirá em um movimento de crescimento. “Na minha visão, a tendência é de valorização ao longo do ano, uma vez que o Bitcoin tem se consolidado como um porto seguro em períodos de instabilidade econômica e geopolítica. Neste início de ano, já observamos sinais claros de uma dinâmica global cada vez mais volátil, o que tende a se intensificar e a perdurar nos próximos meses. Esse cenário favorece a busca por ativos descentralizados — entre eles, o Bitcoin se destaca como uma alternativa sólida de preservação de capital”, conclui.
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