Conheça a estratégia HFT, que permite que investidores operem em alta velocidade

Existem diversas formas de um investidor realizar operações na bolsa de valores. Atualmente, ferramentas tecnológicas podem auxiliar aqueles que procuram impulsionar seus ganhos. Uma dessas estratégias é o HFT (High-Frequency Trading), ou negociação de alta frequência, que utiliza algoritmos avançados para executar um grande número de ordens de compra e venda em velocidades extremamente rápidas.

O HFT explora a capacidade de processar dados e realizar transações em frações de segundo, com o objetivo de lucro em pequenas variações de preço que ocorrem em curtos intervalos de tempo. Essa prática é comum em mercados de alta liquidez, como ações e futuros.

Victor Agnello, analista educacional da CM Capital, explica que existem algumas exigências para utilizar essa estratégia. “Para um investidor ser classificado como HFT, ele deve ser registrado na B3 e cumprir requisitos relacionados à quantidade de contratos negociados por dia e possuir estratégias específicas de HFT. Dessa forma, tanto investidores pessoa física quanto investidores institucionais podem ser considerados HFTs, desde que cumpram os requisitos necessários”, diz.

Agnello comenta, porém, que alguns fatores fazem com que o HFT seja utilizado, principalmente, por investidores institucionais. “É importante mencionar a infraestrutura necessária para operar nessa modalidade. A negociação de alta frequência exige uma infraestrutura robusta e dedicada, incluindo servidores especializados localizados dentro do data center da B3, conexões de ultrabaixa latência e algoritmos complexos. Esses requisitos tornam o custo de uma estratégia HFT muito alto, o que naturalmente restringe seu uso a bancos, fundos, corretoras e grandes investidores, muitos deles estrangeiros”, complementa.

Diferenças entre HFT e robô trader

O investidor pessoa física que opera day trade tem outras opções menos complexas de investir com o apoio de algoritmos. Por meio de robôs, é possível estabelecer parâmetros de acordo com o objetivo financeiro de cada um. Esses algoritmos podem ser acionados a partir de sinais de mercado, indicadores financeiros, entre outras estratégias pré-definidas.

“É importante destacar que o HFT é uma modalidade de negociação que pode ser alcançada por meio do uso de robôs de day trade. A principal diferença entre esses robôs, geralmente utilizados por investidores pessoa física, e a infraestrutura dedicada de um investidor institucional, é a frequência e a velocidade das operações. Robôs de day trade operam com menor frequência e velocidade, pois não possuem os hardwares, softwares e conexões especializadas em negociação de ultrabaixa latência”, afirma o analista educacional da CM Capital.

Benefícios do HFT

O HFT oferece benefícios importantes para o mercado financeiro, como aumento de liquidez por conta volume de transações gerado, correção rápida de ineficiências de preço e execução rápida de ordens, pois, como os HFTs estão sempre prontos para comprar ou vender, isso permite que traders executem suas ordens de forma mais ágil e eficiente.

Victor Agnello destaca que a estratégia possibilita também explorar discrepâncias temporárias de preços entre ativos relacionados, antecipar movimentos de preço no mercado e ajustar posições, além de permitir uma reação instantânea a eventos econômicos relevantes. 

Riscos do HFT

O analista ressalta que “para um investidor que deseja operar estratégias de High Frequency Trading (HFT), é crucial ter um alto nível de conhecimento técnico e experiência no mercado financeiro, pois esse tipo de estratégia envolve a negociação de altos volumes financeiros em frações de segundos”, diz.

“O uso de estratégias HFT desempenha um papel fundamental na estrutura moderna do mercado. Entretanto, devido à complexidade e riscos associados a este tipo de operação, requer um controle rígido por parte dos reguladores e dos próprios investidores. Para o investidor pessoa física, o ideal é entender como essas operações funcionam para adaptar suas estratégias e proteger-se em momentos críticos de mercado”, conclui Victor Agnello, analista educacional da CM Capital.

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