ETF é renda fixa ou variável? Veja essa e outras 7 respostas para as perguntas mais comuns sobre fundos listados
Especialistas explicam como funcionam os fundos listados e como investir neles
Os ETFs – fundos negociados em bolsa – vêm crescendo no Brasil, mas ainda despertam dúvidas entre investidores. Afinal, eles pagam dividendos? São seguros? Onde comprar? Para esclarecer essas questões, consultamos especialistas, que detalharam como funciona esse tipo de investimento.
ETF é renda fixa ou variável?
“Por conta de ser negociado na bolsa de valores, um ambiente de negociação comumente associado a ativos de risco, o investidor pode erroneamente entender o ETF como um ativo de renda variável”, conta Danilo Moreno, analista de ETFs da Investo. Segundo ele, no entanto, o ETF não é uma classe de investimentos por si só, mas sim um veículo que pode oferecer exposição a diferentes tipos de ativos.
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“Existem ETFs de renda fixa, que replicam índices compostos por títulos públicos ou privados; ETFs de renda variável, que acompanham índices de ações nacionais e internacionais; e até ETFs de criptoativos, que refletem o desempenho de moedas digitais como o Bitcoin”, diz Danilo.
ETF é fundo aberto ou fechado?
O ETF é um fundo aberto. “Isso significa que há emissão e resgate de cotas de forma contínua, permitindo que os investidores entrem e saiam a qualquer momento”, explica Danilo, da Investo.
“Já os fundos fechados funcionam de maneira diferente: após a captação inicial, não há novas emissões de cotas, e quem quiser sair da posição precisa vender suas cotas no mercado secundário para outro investidor. Nesse caso, é possível que o preço de negociação fique diferente do valor patrimonial do fundo (o valor ‘justo’), gerando ágio (quando o mercado paga mais caro do que o valor justo) ou deságio (quando paga mais barato). Essa diferença não ocorre nos ETFs, que buscam sempre acompanhar de perto o valor do índice de referência.”
ETF é seguro?
Segundo a professora doutora de Finanças da USP Elaine Borges, sim. “O ETF é um fundo de investimento que acompanha um índice, com características que apresentam vantagens operacionais. Por ser negociado em bolsa, o ETF pode emitir novas cotas, o que barateia a gestão do fundo facilitando seu fluxo de caixa, além de gerar maior transparência e liquidez.”
Onde comprar?
Para comprar cotas de ETFs, o investidor deve primeiro analisar as opções disponíveis na B3. “Com o código do fundo, o próximo passo é entrar no Home Broker da sua corretora e enviar uma ordem de compra da quantidade de lotes desejada, com base no preço atual de compra e venda na bolsa de valores”, diz Elaine.
Por que investir em ETF?
“ETFs são os fundos de índice mais baratos do mercado com taxas de administração que chegam a ser inferiores a 0,5% ao ano. Além disso, é a maneira mais conveniente e eficiente de investir internacionalmente. A B3 conta com uma boa quantidade de BDRs de ETFs estrangeiros de diferentes mercados, como países emergentes, China, Europa, além de diferentes estratégias de investimento, como small caps ou dividendos”, defende Elaine.
Como ETFs pagam dividendos?
“Os ETFs funcionam como uma cesta de ativos e, quando as empresas que compõem essa cesta pagam dividendos, o fundo recebe proporcionalmente. A partir daí, tudo depende da política do ETF: alguns distribuem esses valores diretamente aos cotistas, como é o caso do NDIV11, da Nu Asset, enquanto outros reinvestem os dividendos no próprio fundo, como faz o NSDV11”, explica Andrés Kikuchi, diretor executivo da Nu Asset Management.
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“No caso dos ETFs que distribuem dividendos, os investidores recebem os valores na conta da corretora, de forma semelhante ao que acontece com ações. Já os ETFs que reinvestem automaticamente os proventos não fazem esse pagamento direto, mas entregam o benefício ao cotista por meio da valorização das cotas ao longo do tempo.”
Quem recolhe IR de ETF?
A tributação dos ETFs é outro ponto que pode gerar dúvidas. Segundo Renata Grosman, especialista em imposto de renda da Grana Capital, a resposta depende do tipo de ETF.
“Para as operações envolvendo ETF de renda variável, a alíquota do Imposto de Renda vai depender da operação, se for uma operação de swing trade (operação comum) a alíquota é fixa de 15% e se for uma operação de day trade será aplicada uma alíquota fixa de 20% sobre o lucro obtido”, diz ela. Vale lembrar também que, no caso dos ETFs, não há regra de isenção para vendas até R$ 20 mil por mês, como no caso das ações. Ou seja: qualquer venda com lucro é tributada.
“Para o ETF de renda variável, é de responsabilidade de o investidor apurar o resultado e caso seja positivo fazer o recolhimento do Imposto de Renda até o último dia útil do mês seguinte da venda dos ativos”.
No caso dos ETFs de renda fixa, a alíquota varia de acordo como prazo médio dos títulos que compõem a carteira do ETF. Além disso, nesse tipo de fundo, o IR é retido na fonte, e o investidor não precisa apurar o valor devido.
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Qual ETF replica o S&P500?
Existem atualmente na B3 oito ETFs listados que replicam o S&P 500 e seus derivados.
Código | Nome | Classe de ativo | Gestor | Índice de referência |
BEQW39 | Xtrackers S&P 500 Equal Weight UCITS | Ações | DWS | S&P 500 Equal Weight Net Total Return |
BIVB39 | ISHARES CORE S&P 500 ETF | Ações | BlackRock | S&P 500 |
BIVE39 | iShares S&P 500 Value ETF | Ações | BlackRock | S&P 500 Value |
BIVW39 | iShares S&P 500 Growth ETF | Ações | BlackRock | S&P 500 Growth |
IVVB11 | ISHARES S&P 500 FDO INV COTAS FDO INDICE | Ações | BlackRock | S&P 500 |
SPXB11 | BTG PACTUAL S&P 500 FUNDO DE ÍNDICE | Ações | BTG Pactual Asset Management | S&P 500 |
SPXI11 | IT NOW S&P500 TRN FUNDO DE INDICE | Ações | Itaú Asset Management | S&P 500 |
SPXR11 | IT NOW S&P 500 FUTURES QUANTO BRL FUNDO DE ÍNDICE – RESPONSABILIDADE LIMITADA | Ações | ITAÚ ASSET | S&P 500 Futures Quanto USD-BRL Currency Adjusted Index |
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