Fundos de Investimento

Conheça os fundos imobiliários expostos ao Gramado Parks, que suspendeu pagamentos de CRIs

Conglomerado conseguiu na justiça a suspensão por 60 dias do pagamento a credores das obrigações relacionadas a títulos de crédito para o financiamento de projetos imobiliários e turísticos

Gramado Park. Foto: Divulgação
Gramado Park: grupo conseguiu na Justiça suspensão de pagamento a credores. Foto: Divulgação

Um levantamento feito pela área de análise do Clube FII apontou que 14 fundos imobiliários estão expostos ao grupo Gramado Parks.

O conglomerado conseguiu na justiça a suspensão por 60 dias do pagamento a credores das obrigações relacionadas a títulos de crédito para o financiamento de projetos imobiliários e turísticos (CRIs). No total, os fundos têm R$ 1,33 bilhão em CRIs do empreendimento.

Os FIIs com mais expostos ao Gramado Parks são:

  • Hectare CE (HCTR11)
  • Devant Recebíveis Imobiliários (DEVA11)
  • Versalhes Recebíveis Imobiliários (VSLH11)
  • Serra Verde (SRVD11)
  • Tordesilhas EI (TORD11)
  • Iridium Recebíveis Imobiliários (IRDM11)
  • Blue Recebíveis Imobiliários (BLUR11)
  • Iridium (IRIM11)
  • ]Kilima Volkano Recebíveis (KIVO11)
  • Suno Recebíveis (SNCI11)
  • NCH Brasil Recebíveis Imobiliários (NCHB11)
  • TG Ativo Real (TGAR11)
  • Devant Properties (DPRO11)
  • Banestes Recebíveis Imobiliários (BCRI11).

Metodologia do levantamento

No levantamento feito pelo Clube FII, a identificação dos 14 FIIs expostos ao Gramado Parks foi embasada pela verificação dos termos de securitização dos fundos.

O termo de securitização é um documento com valor legal onde estão listados todos os créditos imobiliários que servem de lastro para a emissão de um CRI. Este documento é levado ao Registro de Imóveis e a registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) após o cumprimento de exigências legais.

Além dos termos de securitização, outras fontes de informação usadas para o estudo foram os fatos relevantes, relatórios gerenciais e informes trimestrais dos fundos.

Entenda o que aconteceu com o Gramado Parks

No dia 22 de março, as empresas do grupo Gramado Parks conseguiram na 2ª Vara Judicial da Comarca de Gramado, no Rio Grande do Sul, tutela cautelar para a suspensão da exigência, além de moratória por 60 dias para o pagamento das obrigações referentes a Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI).

A medida – descrita como um período de preparação para o processo de recuperação judicial – impede a Forte Securitizadora, emissora dos CRI, de acionar cláusulas do contrato para a execução das garantias, além de realizar cobranças automáticas dos pagamentos previstas em contrato. 

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O deferimento parcial ao pedido do Gramado Parks foi dado pela juíza Graziella Casaril. No processo, ela cita a existência de mais de 1.500 outros processos contra o grupo empresarial.

A alegação do conglomerado junto à justiça foi de que o financiamento por meio dos CRIs teria sido motivado pela redução da “sustentabilidade das atividades” devido à pandemia de Covid-19 e ao aumento dos índices de inflação que teriam gerado “aumento significativo na quantidade de distratos dos contratos imobiliários”.

As quatro empresas devedoras que compõem o grupo Gramado Parks estão nos estados do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro. São elas a Gramado Parks Investimentos e Intermediações, Brasil Parques Temáticos e de Diversão, Gramado Promoção de Vendas e a ARC Rio.

Qual é o fundo imobiliário mais exposto ao Gramado Parks?

O relatório também mostra o nível de exposição ao risco de calote do Gramado Parks de cada um dos 14 Fundos Imobiliários citados. Entre os fundos imobiliários mais expostos ao Gramado Parks, estão o HCTR11, DEVA11 e o TORD11.

“Contudo, os fundos possuem mecanismos de proteção, como o fundo de reserva. Este fato pode diminuir o impacto total nestes FIIs, fazendo com que mantenham suas distribuições nos mesmos patamares atuais, mesmo com a provável insolvência do grupo”, alerta no relatório Danilo Barbosa, sócio-diretor de Research do Clube FII.

Quais os riscos para os investidores?

Em relação aos riscos a que os Fundos Imobiliários estão sujeitos, houve destaque no relatório para o ‘efeito manada’ de investidores – em massa – vendendo as cotas.

O movimento vem sendo verificado desde a notícia da decisão judicial favorável à Gramado Parks, em 22 de março, com a queda acentuada das cotações das cotas dos FIIs negociadas na B3.

As perdas acumuladas nos preços das cotas nos últimos dias para alguns FIIs como o HCTR11, VSLH11 e o DEVA11, ultrapassam 20%.

Dos 14 Fundos Imobiliários expostos, seis já divulgaram comunicados para os investidores sobre o problema e as medidas que devem ser adotadas.

Os fundos HCTR11, TORD11, SRVD11, KIVO11, VSLH11, BCRI11 e DEVA11 começaram a divulgar fatos relevantes uma semana após a decisão judicial favorável à Gramado Parks.

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