Fundos de Investimento

Fundos exclusivos: o que são e quais as vantagens deste tipo de investimento

Levantamento mostra que número de fundos exclusivos cresceu 81% de 2018 até abril de 2023

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Fundos exclusivos são investimentos criado sob medida para uma empresa ou mesmo pessoa física. Foto: Adobe Stock

Já imaginou ter um fundo para chamar de seu? Essa é uma realidade que vem crescendo no mercado, ainda que destinada a investidores de maior porte. O número de fundos exclusivos cresceu 81% em cinco anos, de acordo com levantamento realizado pela Nelogica/Comdinheiro. São mais de 5,5 mil fundos do tipo no país.

O modelo de investimento criado sob medida para uma empresa ou mesmo uma pessoa física acumula patrimônio de R$ 2,19 bilhões até abril de 2023, alta de quase 65% em relação ao registrado em 2018. O avanço de novas tecnologias e ferramentas para gestão financeira reduzem os custos da operação e vêm impulsionando o investimento. 

O que é e como funcionam os fundos exclusivos?

Os fundos exclusivos são feitos para o investidor de forma personalizada. Ou seja, pertence apenas a ele, e não possui cotas distribuídas no mercado.

Além da gestão profissional dedicada, os fundos exclusivos contam com a possibilidade de participação ativa do cliente na construção do portfólio, para que o investimento atenda perfeitamente ao seu perfil e objetivos.

O investidor é o responsável por custear a criação e a manutenção do fundo, enquanto ele existir. Portanto, este tipo de fundo é destinado a investidores profissionais, que têm mais de R$ 10 milhões para investir, explica Heloísa Santos, diretora de operações da MAV Capital.

Ainda que viável atualmente apenas para investidores que possam realizar aportes significativos, a tendência é de que realizar essas operações seja cada vez menos oneroso, explica Filipe Ferreira, diretor da Nelogica/Comdinheiro.

O fundo deve ser registrado junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e à Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA), que garantem a regulamentação de suas operações.

Vantagens e desvantagens dos fundos exclusivos

Segundo Ferreira, o principal estímulo para o aumento da criação de fundos exclusivos é o pagamento de menos impostos. “Se o investidor optar por ter um fundo exclusivo fechado, não terá a cobrança do come-cotas, tributo federal que antecipa a cobrança do Imposto de Renda cobrado nos fundos abertos. Com isso, o valor que iria periodicamente para quitar esse débito pode ser reaplicado pelo investidor do fundo exclusivo até o final da operação”, diz.

A cada R$ 100 mil investido em um fundo aberto, por exemplo, o come-cotas engole 20% dos ganhos nos de curto prazo e 15% nos de longo prazo, o que reduz a capacidade de reinvestimento. No fundo exclusivo fechado esses percentuais ficam com o investidor até o resgate final, gerando novos ganhos, diz o diretor de Nelogica. 

A cobrança de IR no fundo é feita pela tabela regressiva, e acontece no momento do resgate da cota. Portanto, o imposto incidente varia de 22,5% a 15%, dependendo do tempo de aporte. Veja:

  • até 180 dias: 22,5%;
  • de 181 a 360 dias: 20%;
  • de 361 a 720 dias: 17,5%;
  • acima de 720 dias: 15%.

Além dessas questões, Heloísa Santos ainda aponta outras vantagens dos fundos exclusivos:

  • Otimização tributária: não há incidência de IR nas movimentações do fundo, o que permite ao gestor comprar e vender diversos ativos ao longo dos anos, aproveitando ao máximo um ganho que iria para o pagamento de imposto;
  • Isenção de IOF nas movimentações da carteira;
  • Planejamento sucessório: é possível fazer a doação das cotas do fundo, mantendo o usufruto e facilitando a transição dos valores;
  • Diversificação: de ativos e riscos, sem a necessidade de ter uma conta em diversas instituições financeiras;
  • Simplificação: a estrutura operacional dos fundos exclusivos é mais simples, pois tem um único valor de cota e facilita o acompanhamento da rentabilidade;

Em relação às desvantagens dos fundos exclusivos, a principal é o alto valor de investimento inicial, que acaba limitando o público capaz de acessá-lo. “Para ter um fundo exclusivo, em geral, é preciso ter um investimento acima de R$ 10 milhões”, afirma a diretora de operações da MAV Capital.

O fundo exclusivo também não é indicado para aplicação em produtos que são isentos de Imposto de Renda como LCIs, LCAs e debêntures incentivadas, pois a isenção que teria é anulada.

Além disso, custos fixos do fundo, como auditoria e taxas pagas à Anbima, CVM, B3/CETIP são arcados pelo investidor.

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