Mercado de FIDCs alcança recorde em 2024 com patrimônio líquido de R$ 635,74 bilhões
Número de fundos ativos também cresceu no ano passado
O mercado de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) registrou um forte crescimento em 2024. O patrimônio líquido acumulado dessa classe de ativos teve um aumento de 42,11% na comparação com 2023, para um recorde de R$ 635,74 bilhões. O número de fundos ativos também apresentou um crescimento significativo, passando de 2.354 para 3.043. Os números são do anuário da Uqbar, que foram apresentados nesta segunda-feira (31/03).
“Ao longo do ano, tanto as emissões no mercado primário quanto as negociações no mercado secundário avançaram de maneira expressiva, refletindo um cenário em que investidores buscam rentabilidade e diversificação em meio a juros persistentemente elevados”, destaca o documento. “Essa combinação de fatores criou um ambiente favorável ao fortalecimento contínuo dos FIDCs como alternativa robusta ao crédito bancário tradicional”.
No mercado primário, os FIDCs atingiram recorde de mais de R$ 212 bilhões emitidos, um aumento superior a 30% comparado ao ano anterior. “As operações envolvendo recebíveis comerciais, crédito pessoal e crédito para pessoas jurídicas mantiveram sua dominância, demonstrando a preferência consolidada dos investidores por ativos mais tradicionais”, conclui o relatório.
No mercado secundário houve um aumento na liquidez dos ativos, com 415.202 negócios e um volume total de R$ 19,11 bilhões.
“A indústria de FIDCs se desenvolveu muito nos últimos anos, ganhou relevância, e o papel da B3, como principal infraestrutura do mercado de capitais do país, tem sido não apenas ajudar o mercado a se adaptar aos avanços da regulação, mas também de explorar produtos e serviços que gerem eficiência e potencializem essa indústria”, afirma Rogério Santana, diretor de Relacionamento com Clientes e Governança em Licitações da bolsa.
O que são FIDCs
FIDCs são veículos de investimentos que adquirem créditos que empresas têm a receber, como parcelas de cartão de créditos e duplicatas, antecipando recursos para essas companhias e, consequentemente, colocando-se como uma alternativa eficaz de financiamento.
Imagine uma loja que vende seus produtos hoje no cartão de crédito, mas que só receberá da operadora o dinheiro daqui a um mês. Se a loja precisar do dinheiro amanhã, ela pode vender esse “direito creditório” ao FIDC. Em troca, o FIDC antecipa o valor a receber, com uma “taxa de desconto” – a diferença entre o crédito a receber daqui um mês e o valor recebido no presente. Saiba mais!
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