Fundos de investimentos: o que são e como funcionam?
Saiba tudo sobre essa opção que ajuda o investidor a diversificar sua carteira e buscar maior rentabilidade
Todo mundo que já investe ou tem a intenção de investir, sem dúvidas, já ouviu o conselho sobre importância de diversificar a carteira.
Essa lógica refere-se a não colocar todos os ovos numa mesma cesta – e os fundos de investimentos podem ser opções práticas para realizar essa diversificação. Na verdade, os fundos são tão variados entre si que, mesmo entre eles, já é possível diversificar.
Mas, afinal, o que são os fundos de investimentos?
São tipos de aplicações financeiras de um grupo de investidores (chamados de cotistas) em diversos ativos, com o objetivo de obter rendimentos e lucros, que serão redistribuídos aos seus participantes.
Os fundos são criados por instituições financeiras e geridos por profissionais, que são os gestores que escolhem o formato do fundo e em quais ativos o valor arrecadado com a venda das cotas será investido. A soma de todo o dinheiro aplicado pelos investidores é o patrimônio do fundo.
Os fundos podem ser divididos em quatro grandes categorias:
- Renda variável;
- Renda fixa;
- Cambial;
- Multimercado.
Cada um desses tipos de investimentos possui características específicas definidas pelas instituições reguladoras do mercado, como a CVM e a Anbima.
E, dentro do segmento de renda variável, existem 7 tipos de fundos. São eles:
- Fundo de ações (FIA);
- Fundos de investimento em infraestrutura (FI-Infra);
- Fundos de participações (FIP);
- ETFs;
- Fiagro;
- FII (Fundos Imobiliários);
- Multimercado (FIM).
Entenda cada tipo de fundos de investimentos!
Vamos agora, passo a passo, mostrar para você as principais características de cada fundo. Há objetivos e políticas de investimentos diversas e até tributação diferente. Bora lá?!
Fundos de Investimentos de Renda Fixa – FI-RF
Os FI-RF ou os fundos de investimentos de renda fixa, como o nome já deduz, possuem mais de 80% do patrimônio aplicados nesse tipo de ativo (CDB, LCI e LCA, CRI e CRA e debêntures) e devem ter como principal fator de risco a variação da taxa de juros (Selic), de índice de preços (IPCA), ou ambos.
O Imposto de Renda segue a lógica de alíquotas menores para prazos maiores.
Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios – FIDC
Nos FDIC (Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios), o cotista investe mais de 50% do seu patrimônio nesse tipo de ativo.
Para simplificar, os direitos creditórios são créditos que as empresas têm direito de receber, como parcelas de cartão de crédito, duplicatas e cheques.
Quando uma empresa vende um produto para um consumidor em parcelas no cartão de crédito, esse direito de receber pode ser vendido para um FDIC como direito creditório.
E por que uma empresa venderia seu direito de crédito no futuro? Para antecipar o recebimento dos recursos. Para isso, ela oferece em troca um “desconto” – a diferença entre o crédito a receber e o valor efetivamente pago representa o rendimento dos investidores.
Desse modo, são gerados créditos em transações nos segmentos financeiro, imobiliário, de hipotecas, de arrendamento mercantil, comercial, industrial e de prestação de serviços podem se tornar ativos de um FIDC.
Ao adquirirem suas cotas, os investidores ficam indiretamente expostos aos riscos desses recebíveis – como a inadimplência. Por suas características, os FIDCs são restritos a investidores profissionais, qualificados (com mais de R$ 1 milhão aplicado) ou clubes de investimento geridos por investidores. O Imposto de Renda segue a lógica de alíquotas menores para prazos maiores.
Imposto de Renda para Fundos de Investimentos
De maneira geral, o imposto cobrado diminuiu à medida que o prazo de aplicação aumenta. A alíquota do Imposto de Renda para resgates fica assim:
- Até 180 dias: 22,5%
- Entre 181 e 360 dias: 20%
- Entre 361 e 720 dias: 17,5%
- Acima de 720 dias: 15%
Você sabia?
Quando a dívida é do governo ou de órgãos públicos, recebe o nome de precatório.
Condomínio aberto ou fechado?
O grupo de cotistas de um fundo forma seu condomínio. Que pode ou não admitir novos “moradores” durante a existência do “prédio”.
No condomínio aberto, os cotistas podem solicitar o resgate de suas cotas de acordo com o regulamento do fundo. No condomínio fechado, as cotas só podem ser resgatadas ao término do prazo de duração do fundo.
Fundos de Investimentos de Renda Variável
Fundos de ações
Os fundos de ações possuem, ao menos, 67% do patrimônio em papéis de empresas negociadas na B3. Dessa forma, é possível ter uma estratégia específica (setorial, focado em dividendos ou em empresas ESG, por exemplo) ou ser livre para escolher as ações.
O retorno é obtido pela valorização dos ativos comprados pelo fundo e também pelos rendimentos distribuídos por eles, tais como dividendos e juros sobre capital próprio (JCP).
A vantagem de optar por um fundo e não pela compra direta de ações é ter um gestor especializado – que cobra uma taxa de administração. O Imposto de Renda, de 15%, é pago sobre o rendimento bruto na hora do resgate;
Fundos de infraestrutura
Com os fundos de infraestrutura, é possível aplicar a maior parte das cotas em debêntures, títulos de dívida que captam recursos para investir em infraestrutura.
O FI-Infra é constituído como condomínio fechado, em que não é permitido resgatar as cotas antes do prazo de duração do fundo. Caso o prazo seja indeterminado, o investidor só pode sair vendendo suas cotas no mercado secundário (para outros investidores). Um dos principais atrativos desse tipo de fundo é a isenção de Imposto de Renda sobre os ganhos.
Confira uma lista dos FI-Infra negociados na B3!
Fundo de Participações
Exclusivo para os investidores qualificados (com mais de R$ 1 milhão aplicado), o FIP reúne recursos para aplicação em companhias abertas, fechadas ou sociedades limitadas, em fase de desenvolvimento com potencial de crescimento.
Eles são constituídos como condomínio fechado, em que as cotas somente são resgatadas ao término de sua duração ou quando é deliberada a liquidação em assembleia dos cotistas. Os FIPs podem ser classificados de acordo com a composição de sua carteira.
Aproveite e leia mais sobre os FIPs.
Exchange Traded Funds – ETFs
Os Exchange Traded Funds (ETFs) são fundos negociados na bolsa de valores que tentam replicar o retorno de índices de referência, como o Ibovespa B3. Nesse caso, os ativos são os mesmos da carteira usada pela B3 no cálculo do índice.
A vantagem é que o investidor não precisa comprar cada papel separadamente – e como a carteira já está dada, as taxas de administração costumam ser menores do que nos fundos de ações. As cotas de ETFs são negociadas na B3 de forma semelhante às ações.
Aproveite e aprenda mais sobre ETFs.
Fundos de Investimentos nas Cadeias Produtivas Agroindustriais – Fiagro
Os fundos de investimento nas cadeias produtivas agroindustriais (Fiagro) são novidade no mercado. Inspirado nos Fundos Imobiliários (FIIs) e adaptado para a realidade rural, com o Fiagro, é possível investir em uma variedade de ativos, como: títulos de crédito ou valores mobiliários da cadeia agro, direitos creditórios do agronegócio (CRAs), cotas de fundos de investimento que apliquem mais de 50% de seu patrimônio nesses ativos.
Aproveite e saiba tudo sobre Fiagro.
Fundos de Investimentos Imobiliários – FIIs
Os fundos imobiliários estão evidência no mercado de investimentos, por isso, é importante que você também entenda sobre eles.
Com os Fundos de Investimentos Imobiliários, ou simplesmente FIIs, é possível investir seus recursos em imóveis reais ou em papéis que representam o mercado de imóveis, a depender da sua categoria. Dois atrativos dos FIIs são a distribuição de rendimentos periódica e a isenção de imposto para pessoa física.
Fundos Cambiais
Com os fundos cambiais, é possível investir em ativos atrelados a moedas estrangeiras. De modo geral, eles são indicados para proteger os recursos do investidor contra as flutuações de moedas fortes, como dólar e euro. No entanto, também podem ser usados para lucrar com a variação positiva da moeda.
Fundos multimercados
Como o próprio nome revela, são fundos investidos em diversos mercados, sem a concentração em um único segmento ou setor. São uma alternativa para quem busca diversificar a carteira de forma prática, pois reúnem, em um só produto, vários tipos de ativo.
Aproveite para aprender mais sobre os FIMs.
Riscos e vantagens de investir em fundos de Investimentos
Obviamente, no mercado de investimentos, existem vantagens e desvantagens para os investidores. Confira os principais que você deve saber:
Diversificação dos Investimentos
Um fundo de investimento é um único produto que se aplica em uma cesta de ativos – ajudando a diversificar a carteira de ativos e minimizar riscos para o investidor.
Gerenciamento Profissional para seu Dinheiro
Outra vantagem dos fundos do investimentos são geridos por um profissional especializado do mercado financeiro. Ele será responsável pela escolha dos ativos que irão compor o portfólio do fundo e pela política de investimentos, que pode ser alterada conforme a movimentação do mercado – mas se atendo às regras gerais do fundo.
Riscos de Investir em Fundos de Investimentos
Os fundos têm como principal fator de risco a variação dos preços dos ativos que compõem sua carteira. É um produto indicado para quem tem maior tolerância a risco em busca de um potencial maior de ganho.
Dicas para escolher um fundo:
- Observe o prazo de maturação do investimento e qual a política de saída;
- Avalie o desempenho do fundo nos últimos anos (mas, lembre-se: ganhos passados não são garantia de retornos futuros);
- Analise a taxa de administração e os impostos incidentes;
- Tudo isso e mais está na lâmina do fundo de investimento. Aproveite e confira aqui os principais pontos desse documento.
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