Investir melhor
Como receber renda passiva com fundos imobiliários
Os FIIs são uma excelente forma de conquistar renda passiva mensal, com praticidade, segurança e acesso a investimentos imobiliários de grande porte

Professor Mira
Investidor profissional, Analista CNPI-T (Apimec), mestrando em Economia, com MBAs em Gestão de Investimentos, Análise de Investimentos e Educação Financeira. Empresário, sócio do Clube FII e do Grana Capital, escritor best-seller e educador financeiro com cursos que já formaram mais de 50 mil alunos pelo mundo. Está nas redes sociais como @professormira
Gerar renda passiva com investimentos é uma das maneiras mais inteligentes de estruturar o planejamento financeiro pessoal. E, no longo prazo, pode ser o caminho direto para alcançar a tão sonhada independência financeira. Entre os veículos mais acessíveis para essa jornada, estão os fundos de investimento imobiliários (FIIs). Com eles, você pode começar a receber dividendos já no seu primeiro investimento, mesmo que compre apenas uma cota.
É claro que alcançar independência financeira e viver somente dos dividendos pagos pelos FIIs é um processo de longo prazo, pois requer que você acumule uma quantidade substancial de cotas de fundos. Assim, quanto antes você iniciar a montagem de sua carteira de fundos imobiliários, mais tempo terá a seu favor para ir multiplicando seus recursos.
O que são dividendos de FIIs?
Os dividendos são os rendimentos pagos aos investidores. Eles são uma distribuição proporcional dos lucros do fundo, baseada na quantidade de cotas que você possui.
A legislação brasileira (Lei 9.779/99) exige que os FIIs repassem, no mínimo, 95% de seus lucros a cada seis meses. No entanto, a grande maioria dos fundos faz essa distribuição mensalmente, o que é um atrativo enorme para quem busca uma renda previsível.
As fontes de receita dos FIIs podem incluir:
- Aluguéis de imóveis próprios;
- Títulos de dívida imobiliária (como CRIs e LCIs);
- Venda de imóveis com lucro;
- Rendimentos financeiros temporários.
Todo esse lucro é distribuído proporcionalmente entre os cotistas, de forma recorrente, no caso de aluguéis e rendimentos de títulos de dívidas, e não recorrente, quando oriundos de vendas de imóveis do fundo ou rendimentos financeiros temporários.
Reinvestir dividendos: o poder dos pequenos valores
Na fase inicial, seu foco deve ser a acumulação de cotas de FIIs, e o grande segredo para construir um patrimônio sólido é reinvestir os dividendos recebidos mensalmente.
Imagine o seguinte: todo mês, ao reinvestir seus dividendos, você adquire novas cotas. Essas, por sua vez, também passam a gerar mais dividendos, aumentando seu rendimento no mês seguinte. Fazendo isso por 10, 15 ou 20 anos, você verá o crescimento exponencial do seu patrimônio e da sua renda passiva mensal.
Um erro muito comum do investidor iniciante é desprezar os pequenos valores dos dividendos, por achar que não farão diferença. Entretanto, é a disciplina de reinvestir esses proventos que garante o crescimento patrimonial no longo prazo.
Como funciona o pagamento dos dividendos?
Como já mencionei, a maioria dos FIIs paga dividendos mensalmente, o que os torna ideais para quem busca renda passiva previsível.
Os dividendos proporcionais ao seu número de cotas são depositados na mesma conta da corretora onde você tem sua carteira de FIIs, e o melhor: são isentos de Imposto de Renda, ou seja, é lucro limpinho no seu bolso, sem taxas ou impostos.
Mensalmente, os FIIs divulgam a data de pagamento dos proventos e a chamada “data ex“. Para ter direito aos dividendos do mês, você precisa ter cotas do fundo até o dia anterior à “data ex”. Se comprar após essa data, você só terá direito aos rendimentos do próximo mês.
Isso acontece porque o dividendo se refere ao lucro apurado no mês anterior. Afinal, só quem já era cotista participou da geração desse resultado.
Como escolher bons FIIs para sua carteira
Montar uma carteira sólida de FIIs vai muito além de buscar os que pagam os maiores dividendos. É essencial analisar a qualidade e a saúde financeira do fundo.
Entre os indicadores a serem avaliados ao escolher os FIIs, vale destacar:
- Dividend Yield (DY): mostra o percentual de retorno que o fundo distribuiu em relação ao preço da cota. Um DY alto pode ser ótimo, mas é preciso entender o motivo.
- Preço/Valor Patrimonial (P/VP): indica se a cota está “cara” ou “barata” em relação ao valor dos ativos do fundo. Um P/VP acima de 1 pode indicar que a cota está supervalorizada.
- Vacância: é a taxa de imóveis desocupados em um fundo de tijolo. Quanto menor essa taxa, melhor para a saúde do fundo.
- Liquidez: é o volume de negociação do FII na bolsa. Uma alta liquidez facilita a compra e venda de cotas.
- Setor do FII: entenda onde o fundo investe, seja em lajes corporativas, galpões logísticos, shoppings, títulos de dívida (fundos de papel), etc;
- Gestão: avalie o histórico e a estratégia da gestão do fundo.
É importante investir algum tempo para entender como o fundo funciona. Embora possa parecer complexo no início, depois que você entendeu um fundo, os demais seguirão a mesma lógica.
Os fundos imobiliários são uma excelente forma de conquistar renda passiva mensal, com praticidade, segurança e acesso a investimentos imobiliários de grande porte. Comece sua jornada agora e, no futuro, você agradecerá por ter dado esse primeiro passo.
As opiniões contidas nessa coluna não refletem necessariamente a opinião da B3
Quer simular investimentos no Tesouro Direto? Acesse o simulador e confira os prováveis rendimentos da sua aplicação. Se já é investidor e quer analisar todos os seus investimentos, gratuitamente, em um só lugar, acesse a Área do Investidor.