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Orçamento apertado? Ainda assim classes C, D e E conseguem poupar

Pesquisa revela que essa parte da população consegue, sim, reservar um dinheiro para investir e optam por aplicações conservadoras

Não há dúvida de que a tarefa de sustentar um lar e conseguir fechar as contas no azul é um baita desafio a ser enfrentado por muitos brasileiros, todos os meses. Para as classes C, D e E, que representam mais de 80% da população, essa realidade é ainda mais dura.

Essa condição, no entanto, não as impede de querer saber mais sobre educação financeira e também de buscar ajuda para planejar melhor os gastos, a ponto de conseguir guardar a graninha que sobrou no fim do mês pensando no futuro.

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Segundo uma pesquisa do site da Nath Finanças em parceria com a Opinion Box, aprender a poupar e desmistificar o universo dos investimentos são os dois principais objetivos financeiros das famílias que vivem com até cinco salários mínimos por mês e compõem as chamadas classes C, D e E.  

Para chegar a essas conclusões, a Opinion Box fez mais de 2 mil entrevistas, durante o mês de maio, com internautas de 16 anos ou mais, em todo o Brasil, pertencentes a esse perfil socioeconômico.

As pessoas querem saber mais sobre finanças

Um dos aspectos mais interessantes do levantamento diz respeito à educação financeira. Pouco mais de um terço (38%) afirma que compreende ou entende muito a respeito do assunto. E, segundo as entrevistas, não há grandes diferenças entre as três classes nesse quesito.

O lado positivo – que abre espaço para novas ações nessa direção –, é que 7 em cada 10 pessoas entrevistadas se mostraram interessadas em aprender mais sobre finanças pessoais, pois consideram o tema muito importante.

A pesquisa revela ainda que as principais fontes de informação desse público são os sites e os influenciadores digitais presentes nas redes sociais. É por esses canais que eles buscam descobrir como controlar melhor seus gastos e investir. 

Apesar da disponibilidade do conteúdo digital, os entrevistados gostariam que as escolas também ensinassem educação financeira desde os primeiros anos da aprendizagem. Nove em cada dez participantes da pesquisa apoiam abordar esse assunto desde cedo. 

Derrubando mitos

O estudo também ajuda a desmistificar a ideia de que, por terem menos recursos, as pessoas que integram as classes CDE ignoram a prática de guardar ou investir dinheiro.

Do total de entrevistados, a grande maioria (65%) diz ter algum recurso poupado ou investido.

E é nesse ponto que aparece uma diferença importante entre as classes. Quem ganha mais consegue ter a oportunidade de guardar mais.

Enquanto 29% dos entrevistados da classe C declaram não ter nenhum dinheiro poupado, o percentual salta para 41% quando se trata da população das classes D e E.

Quais produtos são mais preferidos pelas classes C, D e E?

A pesquisa também investigou quais os investimentos preferidos por quem ganha até cinco salários mínimos e descobriu que as aplicações mais conservadoras aparecem no topo da lista.

Os fundos de renda fixa atrelados ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário) – título de curtíssimo prazo emitido pelos bancos – dominam as escolhas pelo fato de renderem mais que a caderneta de poupança e oferecerem baixíssimo risco. Eles também podem ter mais liquidez, caso a pessoa precise sacar o dinheiro.

Mais de 80% dos brasileiros da classe C aplicam suas economias nessa categoria de investimento.

Garantir uma reserva financeira foi a justificativa mais usada quando a pesquisa abordou os objetivos de longo prazo desses investimentos, ainda que sejam feitos de forma esporádica, usando poucos recursos, quando conseguem fechar o mês no azul.

Em segundo lugar, na lista de objetivos das classes C, D e E para guardar dinheiro é tentar alcançar alguma estabilidade financeira para não precisar ter tantas preocupações com as despesas do dia a dia.

Ter a possibilidade de viajar mais e conhecer outros lugares só aparece em terceiro lugar nos planos de quem poupa. Isso mostra, com clareza, que esse público está mais interessado em segurança e estabilidade do que em consumir produtos ou realizar passeios caros.

Cartão de crédito: herói ou vilão?

O uso do cartão de crédito é bastante comum nas classes C, D e E: três em cada quatro entrevistados (75%) possuem pelo menos um cartão. Na classe C, esse percentual sobe para 85%.

Uma curiosidade sobre a classe C é que 20% dessa parcela da população disse ter cinco ou mais cartões de crédito.

Entre as classes D e E a maior parte tem um ou dois cartões de crédito, até porque têm menos acesso a limites de crédito pelas instituições financeiras.

A forte presença desse meio de pagamento entre os brasileiros que ganham até cinco salários mínimos tem um lado bom e outro bastante preocupante – e até mesmo perverso para as finanças pessoais.

O lado positivo é que o cartão é tido como um meio prático e seguro para pagar contas e ir às compras. O negativo é que, muitas vezes, esse instrumento financeiro facilita o rápido endividamento. Os juros rotativos, que incidem nas contas de cartão de crédito em atraso, são os mais caros entre as opções de crédito.

Segundo as entrevistas, 90% das pessoas das classes C, D e E têm compras parceladas e 19% pagam mais de seis parcelas ao mesmo tempo.

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Como está o nível de endividamento

A pesquisa também mostra como a queda de renda combinada à alta da inflação foram fatores mais prejudiciais às classes CDE e como isso elevou seu endividamento.

Com contas mais caras e menos dinheiro no bolso, essas pessoas se veem diante de dívidas que não conseguem pagar e acabam recorrendo a empréstimos.

Três em cada dez pessoas desse perfil socioeconômico precisaram pegar dinheiro emprestado recentemente. E o principal motivo para isso foi a necessidade de quitar uma outra dívida, maior e mais urgente. 

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