Entenda por que a OCDE prevê PIB forte para o Brasil em 2022 e desaceleração em 2023
Entidade elevou a previsão de crescimento para o país de 0,6% para 2,8% neste ano. No mundo, economia deve desacelerar no ano que vem, mas recessão está descartada
A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) ampliou a previsão do crescimento da economia brasileira neste ano, mas já projeta uma desaceleração do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 diante da evolução dos gastos públicos que pressionam a inflação. Os dados divulgados nesta terça-feira, 22/11, estimam que o PIB passará de 2,8% em 2022 para 1,2% no ano que vem.
“A política fiscal tem sido expansionista e tem contribuído para as pressões inflacionárias por meio do aumento da demanda. É necessária uma estratégia de consolidação abrangente para reduzir o déficit e restaurar a credibilidade do quadro orçamental. Reduzir a rigidez orçamentária e limitar os gastos obrigatórios do governo melhoraria a eficiência dos gastos”, afirmou a OCDE no comunicado.
No estudo, a organização alertou ainda que o país precisa melhorar a gestão dos investimentos públicos e fazer uma reforma das transferências sociais. A entidade pede ainda maiores incentivos de sustentabilidade para o setor agrícola. “O agronegócio pode impulsionar o crescimento e ao mesmo tempo melhorar as finanças públicas”, explica.
A melhora da previsão de crescimento para este ano, que está ligada ao bom resultado da economia no 1º e 2º trimestres, é apoiada pelos programas de transferência de renda mais elevados e pelo vigoroso crescimento do mercado de trabalho. A OCDE, no entanto, alerta para a desaceleração do ritmo no 3º trimestre puxado por um cenário global mais desafiador.
“Preços de commodities mais baixos e desaceleração nos principais parceiros comerciais reduzirá a demanda externa. Condições de crédito mais apertadas limitarão o consumo das famílias, juntamente com uma desaceleração na criação de empregos em 2023”, diz a entidade no comunicado.
Economia Mundial
As novas projeções da OCDE publicadas hoje apontam para um crescimento mundial de 3,1% neste ano – a estimativa anterior era de 3% – desacelerando para 2,2% no ano que vem e voltando a subir para 2,7% em 2024.
A organização descartou uma recessão global, mas alertou que o mundo passa por um cenário econômico muito difícil com inflação alta na maioria dos países. A guerra na Ucrânia também é um fator para a desaceleração da economia global.
“Nestes tempos difíceis e incertos, a política tem mais uma vez um papel crucial a desempenhar: um maior aperto da política monetária é essencial para combater a inflação, e o apoio à política fiscal deve se tornar mais direcionado e temporário. Acelerar o investimento na adoção e desenvolvimento de fontes e tecnologias de energia limpa será crucial para diversificar o fornecimento de energia e garantir a segurança energética”, publicou a OCDE no estudo.
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