3 formas de investir no meio ambiente pela bolsa de valores
Investidores podem investir em diversos ativos que priorizam o meio ambiente
Por Rogério Piovezan
O Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado em 5 de junho, chama a atenção dos investidores para os impactos de seus investimentos e para a busca de soluções para mitigar os efeitos das mudanças climáticas com boas oportunidades de retornos.
De acordo com estudo do World Resources Institute (WRI), que analisou ações em 12 países em um universo de US$ 133 bilhões em investimentos, a cada um dólar investido em adaptação climática, por exemplo, é capaz de gerar outros US$ 10 em benefícios ao longo de dez anos.
Confira, a seguir, como os investidores podem contribuir para investir no meio ambiente por meio da B3.
Títulos verdes
Os Títulos Verdes, Sociais e Sustentáveis são instrumentos de dívida emitidos por empresas, governos e entidades multilaterais negociados nos mercados de capitais com a finalidade de atrair capital para projetos que tenham como propósito um impacto socioambiental positivo. Desde de novembro de 2018, esses títulos passaram a fazer parte das negociações no mercado de capitais brasileiro.
Já os Sustainability-Linked Bonds (SLB) são instrumentos de dívida que têm como objetivo final fazer com que o emissor alcance metas ESG (Ambiental, Social e Governança, na sigla em inglês), que são calibradas a partir de indicadores-chave de desempenho. Esses títulos podem ter suas características financeiras e estruturais alteradas dependendo do atingimento ou não das metas de sustentabilidade pré-estabelecias.
Títulos Verdes (Green Bonds) | Adaptação às mudanças climáticas, Conservação da biodiversidade terrestre e aquática, Edifícios Verdes, Eficiência energética, Energia renovável, Gestão sustentável das águas e águas residuais, Produtos, tecnologias e processos de produção ecoeficientes e/ou adaptados à economia circular, Prevenção e controle de poluição, Transporte limpo |
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Títulos Sociais (Social Bonds) | Acesso a serviços essenciais, Geração de empregos e programas projetados para prevenir e/ou aliviar o desemprego decorrente da crise socioeconômica, inclusive por meio do efeito potencial do financiamento de PMEs e microfinanças, Habitação a preços acessíveis, Infraestrutura básica acessível, Segurança alimentar e sistemas alimentares sustentáveis |
Títulos de Sustentabilidade (Sustentability Bonds) | Projetos com caráter socioambiental |
Títulos Vinculados à Sustentabilidade (Sustentability-Linked Bonds) | Indicador: Gestão de emissões/ Meta: reduzir em 15% a intensidade de emissões de GEE até 2030, Indicador: Gestão de Resíduos/ Meta: 97% de resíduos reciclados até 2025, Indicador: Energia Renovável/ Meta: Atingir 100% de consumo de energia elétrica renovável até 2022 |
ISE B3, ICO2 B3 e outros ETFs
O objetivo do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE B3) é ser o indicador do desempenho médio das cotações das ações de empresas selecionadas pelo seu reconhecido comprometimento com a sustentabilidade empresarial.
Já o ICO2 B3, Índice Carbono Eficiente da B3, busca incentivar as companhias listadas a adotarem práticas que melhorem a eficiência na gestão das emissões de GEE.
Para investir na carteiras dos índice existem ETFs (Exchange traded funds) atrelados aos indicadores como o ISUS11 e o ECOO11. Há também outros ETFs ligados a ESG e sustentabilidade listados na bolsa. Confira todos!
Ações verdes
Outra opção aos investidores é a classificação das Ações Verdes (BAV) na B3. Esse projeto reconhece companhias que contam com atividades que contribuem com a proteção do meio ambiente e com o combate às mudanças climáticas.
Esta designação especial busca incentivar as companhias, de maneira voluntária, a atuarem de forma alinhada às melhores práticas Ambientais, Sociais e de Governança Corporativa (ASG).
Podem solicitar a classificação as empresas listadas que tenham mais de 50% da sua receita bruta anual proveniente de atividades consideradas verdes, mais de 50% dos investimentos e despesas operacionais anuais destinados a tais atividades, além de menos de 5% da receita bruta anual derivada de combustíveis fósseis.
O objetivo é ajudar os investidores a direcionar seus recursos para o financiamento de uma economia mais sustentável. Para as empresas, é uma forma de demonstrar de maneira clara seus compromissos com a economia verde, além de facilitar eventual fluxo de capital sustentável potencialmente alocável.
O nome BAV se inspira nos Green Equity Principles, lançados em 2023 pela World Federation of Exchanges (WFE), organização que apoia o desenvolvimento do mercado de capitais por meio de pesquisas, estudos e estatísticas sobre boas práticas de mercado, incluindo finanças sustentáveis e normas internacionais.
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