ESG

Como os investidores podem tornar as empresas mais verdes?

Segundo CEO da BB Asset, os investidores têm o poder de direcionar o rumo das empresas

Os eventos climáticos mais intensos e mais frequentes são ruins para a vida das pessoas, para as empresas e, consequentemente, para o preço dos ativos. Na tentativa de refrear as consequências do aquecimento global e ainda manter as margens de lucro, muitas companhias estão usando os recursos arrecadados com o mercado tradicional e poluente para investir na transição verde e no mercado do futuro. 

A declaração é de Denísio Liberato, CEO da BB Asset, em palestra no Congresso Internacional da Planejar de 2023.

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“A Vale, por exemplo, está usando suas vendas de minério de ferro para incentivar as pesquisas em níquel, que hoje vende muito pouco. Mas a expectativa é que, no futuro, com uma maior frota de carros elétricos, o níquel seja a principal mercadoria da companhia”, exemplifica. 

Liberato afirma que o mesmo está sendo feito em outros setores. Um deles é o da energia, que usa o lucro da exploração de petróleo para investir na transição energética. “Foram estabelecidos critérios para investimentos responsáveis a serem seguidos por investidores que se preocupam com o futuro do planeta terra. Afinal, os donos do capital são as pessoas que podem refrear as mudanças climáticas”, disse no evento.

Tendências de investimentos em ESG para 2023

Futuro do globo e do bolso

O gestor afirma que é necessário se precaver quanto aos investimentos feitos hoje. Se os maiores lucros vêm no longo prazo, é preciso antever quais os setores se sairão bem no futuro para evitar prejuízos naqueles que estão em queda.

“Determinados setores que hoje são lucrativos permanecerão assim daqui a dez anos?”, questionou.

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Ele explica que apesar de a demanda por investimentos ESG ainda ser pequena, a oferta desse tipo de ativo vem crescendo. “Tem muito potencial para montar carteiras na renda fixa que financiam projetos de energia limpa e combustíveis verdes”, ilustra. 

Na renda variável, os acionistas majoritários e minoritários podem pressionar os conselhos para direcionar os investimentos da empresa no futuro, e não no modelo do passado, recomenda Liberato.