Como os investidores podem tornar as empresas mais verdes?
Segundo CEO da BB Asset, os investidores têm o poder de direcionar o rumo das empresas
Por Guilherme Naldis
Os eventos climáticos mais intensos e mais frequentes são ruins para a vida das pessoas, para as empresas e, consequentemente, para o preço dos ativos. Na tentativa de refrear as consequências do aquecimento global e ainda manter as margens de lucro, muitas companhias estão usando os recursos arrecadados com o mercado tradicional e poluente para investir na transição verde e no mercado do futuro.
A declaração é de Denísio Liberato, CEO da BB Asset, em palestra no Congresso Internacional da Planejar de 2023.
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“A Vale, por exemplo, está usando suas vendas de minério de ferro para incentivar as pesquisas em níquel, que hoje vende muito pouco. Mas a expectativa é que, no futuro, com uma maior frota de carros elétricos, o níquel seja a principal mercadoria da companhia”, exemplifica.
Liberato afirma que o mesmo está sendo feito em outros setores. Um deles é o da energia, que usa o lucro da exploração de petróleo para investir na transição energética. “Foram estabelecidos critérios para investimentos responsáveis a serem seguidos por investidores que se preocupam com o futuro do planeta terra. Afinal, os donos do capital são as pessoas que podem refrear as mudanças climáticas”, disse no evento.
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Futuro do globo e do bolso
O gestor afirma que é necessário se precaver quanto aos investimentos feitos hoje. Se os maiores lucros vêm no longo prazo, é preciso antever quais os setores se sairão bem no futuro para evitar prejuízos naqueles que estão em queda.
“Determinados setores que hoje são lucrativos permanecerão assim daqui a dez anos?”, questionou.
Ele explica que apesar de a demanda por investimentos ESG ainda ser pequena, a oferta desse tipo de ativo vem crescendo. “Tem muito potencial para montar carteiras na renda fixa que financiam projetos de energia limpa e combustíveis verdes”, ilustra.
Na renda variável, os acionistas majoritários e minoritários podem pressionar os conselhos para direcionar os investimentos da empresa no futuro, e não no modelo do passado, recomenda Liberato.