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Tendências de investimentos em ESG para 2023

Padronização de dados, nomenclatura e outros aspectos de governança ganharam espaço. Veja mais sobre os investimentos em ESG.

Copas de árvores com prédios ao fundo
medidas de governança vêm ganhando a atenção de investidores. Foto: Adobe Stock

Há tempos a sustentabilidade é um assunto presente no cotidiano de investidores. Tanto que estima-se que um terço de ativos sob gestão no mundo tenham selos ESG.

Se o nosso senso comum diz que ESG lida sobretudo com questões ambientais, na prática medidas de governança vêm ganhando espaço. Esse aspecto envolve não só a maneira como empresas lidam com seus processos internos, mas como elas se comunicam com consumidores e investidores.

Para entender os pontos que darão contorno à temática ESG em 2023, o B3 Bora Investir conversou com Frederic de Mariz, Head de ESG para o UBS BB na América Latina.

O que é uma empresa ESG?

Empresas ESG são aquelas que praticam medidas de governança ambiental, social e corporativa. Porém, o que antecede as políticas de sustentabilidade e de inclusão é organização interna das empresas, de maneira que permitam maior eficiência em medidas de ESG. É por isso que Mariz aponta padronização de dados e nomenclatura como duas das maiores tendências de ESG para 2023.

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“Isso acontece porque existem muitas definições, cada região do mundo tem uma abordagem. Por exemplo, o investidor na bolsa tem acesso a várias empresas, e as brasileiras têm definições diferentes das de outros países. Por outro lado, quando um setor evolui, os conceitos vão se juntando e convergindo para a melhor definição. Quando há uma nomenclatura, há também uma definição clara. A partir daí, é possível se perguntar se uma empresa é sustentável, quanto representa suas emissões de CO2, quantas mulheres e minorias ocupam cargos executivos”, explica Mariz.

O que é governança em ESG?

Dos três conceitos que a sigla ESG representa, o G de governança é o que acaba ganhando menos atenção no senso comum, ficando à sombra dos conceitos ambientais e sociais. Entretanto, o Head de ESG afirma que governança é o mais importante dos três conceitos.

“Eu costumo brincar que a sigla deveria ser GES, pois sem governança, nada dá certo. Ao investidor, isso interessa muito, pois práticas de governança também envolvem proteção ao acionista minoritário. Nesse quesito, o Brasil está bem e a B3 é uma liderança, graças ao Novo Mercado. Boas práticas de governança, como conselho e canal de denúncia independentes, permitem que o social e ambiental evoluam”, destaca Mariz.

O Novo Mercado é um sistema de classificação operado pela B3 que agrupa empresas com as melhores práticas de governança. A organização facilita o acesso do investidor a companhias bem avaliadas.

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Por que fazer investimentos em ESG?

Há vários modos de alocar investimentos ESG numa carteira. Entre as opções de excluir empresas de alto impacto negativo, investir nas de baixo impacto e aplicar nas que estão em processo de transição e empenhadas em processo de descarbonização, como petrolíferas e mineradoras, Mariz aponta um quarto caminho.

“Existe a opção de priorizar as empresas de impacto, aquelas que adotam como missão fazer a diferença no mundo real. É sempre importante lembrar que o ESG não foi criado para salvar o mundo, mas para oferecer mais transparência, priorizar dados padronizados e assim ajudar o investidor na tomada de decisão e em seus objetivos. Assim, é possível montar uma carteira alinhada a uma visão de mundo”, afirma Mariz.

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Já um cuidado que deve existir quando se investe em ESG é greenwashing, isso é, medidas de marketing que uma empresa põe em prática para parecer sustentável, sem que processos internos de fato ocorram.

“Por isso é muito importante a atuação de intermediários, como a bolsa, bancos e selos que certificam práticas sustentáveis. Além disso, nada substituiu pesquisa e leitura de relatórios de uma empresa. É preciso lembrar também que cada companhia está num momento diferente e cada setor tem seus próprios desafios. Então a recomendação é ler e comparar, entender se uma empresa está mais bem avaliada que seus pares e como ela é avaliada por analistas de ESG”, pontua Mariz.

Para mais conteúdo sobre finanças pessoais, visite o Hub de Educação Financeira da B3.

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