ESG

ESG não é fácil, mas é obrigação, diz Caito Maia, da Chilli Beans

Em entrevista ao B3 Convida, fundador da Chilli Beans anuncia que vai lançar um milhão de óculos sustentáveis. Eles são feitos com capim prado, plástico do fundo do mar e biodegradável

Caito Maia Chilli Beans B3 Convida
Em entrevista ao B3 Convida, o fundador da Chilli Beans contou como a empresa mescla os negócios com sua identidade

Depois de uma carreira na música que rendeu, até mesmo, uma indicação no MTV Video Music Awards (VMA), Caito Maia decidiu focar suas energias nos quiosques em que vendia óculos de sol. Ao B3 Convida, o empresário contou como, aos poucos, a Chilli Beans foi crescendo e, depois de 27 anos, se tornou a maior no negócio de óculos de sol na América Latina. A marca também é a primeira de acessórios sustentáveis do mundo. 

Na entrevista, o empresário também contou como alia o modelo de negócios da empresa com seus valores musicais e artísticos. O empresário ainda explica a cultura corporativa da empresa e tendências de inovação do mercado da moda. Confira!

A música ainda tem um papel muito importante no seu negócio. Como você a combina com o lifestyle e a moda da Chilli Beans?

Vou um pouco mais longe. A arte é tão presente na Chilli Beans que é o que gera nossa personalidade no mercado. A gente tem uma inspiração diferente porque nós bebemos em torneiras diferentes. Todos bebem da mesma, então quando você muda sua cabeça e faz algo diferente, você tem uma cara diferente do dia a dia. A música está totalmente na Chilli Beans. Inclusive, quando vou visitar uma loja, chamo de turnê. Essa história da arte é muito forte. A gente gosta.

Como levar essa paixão para a equipe?

A palavra é cascatear. Ela vem de cima, mas escorre pelos diretores, gerentes…todo mundo! Tem uma coisa que é muito louco: as pessoas que trabalham na Chilli Beans já têm uma relação com a arte. Muitos deles já são artistas e músicos, e esse ecossistema artístico se expande para todo mundo que está na empresa. 

Já priorizamos a diversidade há 30 anos. Imagine, 27 anos atrás, uma barraquinha num shopping cheia de gente tatuada. A gente parecia extraterrestre, mas era um ET do bem, que as pessoas gostavam. Desde sempre, a gente respeita as pessoas do jeito que elas são. Não olhamos para orientação sexual, cor. É uma coisa genuína, e sempre foi assim. 

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Como manter a personalidade da marca ao longo dos anos?

Estar há 27 anos bombando no ramo da moda não é fácil. Acho que 80% das empresas de moda que estavam no mercado quando eu abri meu primeiro quiosque não existem mais.

Há uns 15 anos começaram a criar muitas cópias de nós: as pessoas iam para a China, abriam um quiosque, copiavam na cara dura e vendiam óculos de sol. E aí eu pensei: “se eu continuar a vender óculos escuros eu vou morrer porque todo mundo vende óculos”.  E eu comecei a criar história para todo produto que eu lanço. Até que a gente se especializou nisso: somos a única marca do mundo a fazer isso.

Por isso a gente se diferenciou do mercado de um jeito muito especial. Agora, pra vocês terem uma ideia, todo mês lançamos dois temas novos no Brasil, e toda semana lançamos uma coleção nova.

O mercado brasileiro tem dois gaps muito fortes que eu vejo como oportunidade para um empresário: ele não fortalece marca e branding, o que é super importante; e não conta a história do produto.

Qual o papel da inteligência artificial e como ela vai impactar a Chilli Beans?

Já impactou. Não é mais futuro: é presente! Eu fui a primeira empresa a lançar uma campanha com inteligência artificial. É incrível! Ela colocou no sistema quatro modelos latinas no meio da Amazônia, numa jangada. É uma cena linda. O mais assustador é imaginar o custo de colocar fotógrafo e modelo na Amazônia. Com a inteligência artificial, foi custo zero.

Eu tenho medo de tudo isso: não vou mentir. Tem profissões no meio, mas é uma realidade. Hoje, o que eu busco é equilibrar dentro das campanhas, com meu marketing, essas tecnologias. Da mesma maneira que valorizamos a tecnologia, valorizamos o humano. Não sei o que vai acontecer no futuro. Tomei um susto quando meu time me propôs isso, mas é um fato consumado – é real e eu uso com moderação. 

Como juntar o ESG ao negócio?

Não é mais uma opção. É uma obrigação do empresário mundial se preocupar com o ecossistema, o planeta e tudo isso. Eu fiquei seis anos na China desenvolvendo material ecológico. Não foi fácil, mas a gente conseguiu.

Somos a primeira empresa de óculos sustentáveis do mundo. A gente vai lançar um milhão de óculos sustentáveis feitos com capim prado, plástico do fundo do mar e plástico biodegradável.

Foi difícil? Foi. Está na nossa mão? Está. É uma obrigação? É. Eu vou ter um volume gigantesco de óculos sustentáveis poluindo menos o planeta.

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