ESG

Investimentos ESG: conheça os índices de governança da bolsa

Tripé do conceito ESG, índices de governança buscam fomentar melhorias corporativas nas empresas brasileiras

Governança. Foto: Pixabay
A governança corporativa possui quatro pilares: Transparência; Equidade; Prestação de contas; e Responsabilidade corporativa. Foto: Pixabay

A governança é um dos tripés da sigla ESG, abreviação de Environmental, Social and Governance (ambiental, social e governança). Ela está relacionada às políticas corporativas de uma empresa, como diversidade nos conselhos, código de ética, ouvidoria interna, compliance e ações anticorrupção.

A governança corporativa é constituída por quatro verticais: Transparência; Equidade; Prestação de contas; e Responsabilidade corporativa. Em cada um deles, as empresas são avaliadas tanto por investidores como pela sociedade.

Segundo Roberto Gonzalez, especialista em governança corporativa, vários pontos são avaliados dentro de uma realidade de companhia aberta. Os principais são:

  • Efetividade do conselho de administração;
  • Currículo dos conselheiros;
  • Existência de conselheiros independentes e suas possíveis contribuições;
  • Existência e estrutura de compliance;
  • Comitês de auditoria e como funcionam.

Os índices de governança da bolsa

Do lado do mercado, o fomento dessas boas práticas de governança, podem vir de diversas maneiras. Uma delas é através dos índices criados pela B3, bolsa de valores brasileira, que agregam as empresas que têm boas práticas de governança.

“Eles com certeza são estimuladores para o desenvolvimento das melhores práticas de governança dentro das companhias abertas. Principalmente quando os índices têm melhores performances que o índice tradicional do mercado Ibovespa”, diz Gonzalez.

Os índices de governança são compostos exclusivamente de ações de companhias listadas na bolsa que atendem aos critérios específicos de cada indicador.

Não estão incluídos nesse universo BDRs e ativos de companhias em recuperação judicial ou extrajudicial, regime especial de administração temporária, intervenção ou que sejam negociados em qualquer outra situação especial de listagem. 

Cada indicador tem seus critérios específicos para as empresas serem selecionadas, porém, uma mesma empresa pode participar de diversos índices. Conheça-os!

Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada (IGC B3)

O objetivo do IGC é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas listadas no Novo Mercado ou nos Níveis 1 ou 2 da bolsa.

São selecionados para compor o IGC os ativos que atendam cumulativamente aos critérios, de:

Nas recomposições quadrimestrais

  • Ser listado no Novo Mercado ou nos Níveis 1 ou 2 da BM&FBOVESPA.
  • Ter presença em pregão de 50% (cinquenta por cento) no período de vigência das três carteiras anteriores ou em seu período de listagem, se inferior.
  • Não ser classificado como ‘Penny Stock’, ou seja, uma ação com cotação média inferior a R$ 1.

Durante a vigência da carteira

  • Ser listado no Novo Mercado ou nos Níveis 1 ou 2 da B3.

Índice de Ações com Tag Along Diferenciado (ITAG B3)

O ITAG é o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas que oferecem a tag along. Esse mecanismo garante a todos os acionistas, inclusive minoritários, vender suas ações pelo mesmo preço que o controlador em caso de venda da empresa.

Para esse índice de governança, são selecionados para compor a carteira os ativos que atendam cumulativamente aos critérios abaixo:

Nas recomposições quadrimestrais

  • Ter tag along superior a 80%, ou seja, as ações de minoritários valem pelo menos 80% das ações de controladores.
  • Ações preferenciais com tag along em qualquer percentual. A mesma regra se aplica a units formadas por ações ordinárias e preferenciais.
  • Ter presença em 30% dos pregões no período de vigência das três carteiras anteriores, ou desde o início de sua listagem, se essa ocorreu dentro desse intervalo.
  • Não ser classificado como ‘Penny Stock’.

Índice de Governança Corporativa Trade (IGCT B3)

O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC, que cumpram critérios de maior negociabilidade.

São eles: 

  • Ser de emissão de companhias listadas no Novo Mercado ou nos Níveis 1 ou 2 da bolsa.
  • Estar entre os ativos elegíveis que, no período de vigência das 3 carteiras anteriores, em ordem decrescente tenham 99% de Índice de Negociabilidade (IN).
  • Ter presença em 95% dos pregões no período de vigência das três carteiras anteriores.
  • Não ser classificado como ‘Penny Stock’.

Já um ativo que venha de Oferta Pública realizada durante o período de vigência das três carteiras anteriores ao rebalanceamento será elegível, mesmo sem estar listado todo o período, desde que:

a) a Oferta Pública de distribuição de ações ou units, conforme o caso, tenha sido realizada antes do rebalanceamento imediatamente anterior;

b) possua 95% de presença em pregões desde seu início de negociação;

Índice de Governança Corporativa – Novo Mercado (IGC-NM B3)

O objetivo do IGC-NM é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas que apresentem bons níveis de governança corporativa, listadas no Novo Mercado da B3, mais alto nível de governança corporativa da bolsa.

Para compor esse índice os ativos precisam atender cumulativamente aos critérios: 

Nas recomposições quadrimestrais

  • Ser listado no Novo Mercado da B3;
  • Ter presença em pregão de 50% no período de vigência das três carteiras anteriores ou em seu período de listagem, se inferior;
  • Não ser classificado como ‘Penny Stock’.

Durante a vigência da carteira

  • Ser listado no Novo Mercado da B3.

Desempenhos dos índices

Levantamento feito pelo consultor financeiro Einar Rivero traz o desempenho dos índices de governança da B3. Os dados levam em conta o rendimento das carteiras no período de 12 meses e também no ano de 2023, até 18 de outubro de 2023.

ÍndiceDesempenho em 12 mesesDesempenho em 2023
ITAG-0,93%5,46%
IGCT-2,13%4,14%
IBOV-1,45%3,94%
IGC-1,953,13
IGC-NM-6,31%-3,95%
Fonte: B3/Levantamento por Einar Rivero, consultoria de dados financeiros

Para Roberto Gonzalez, os índices e o cenário de governança no Brasil ainda têm muito a evoluir. “As principais questões são fluxos de mandato, auto avaliação do conselho de administração e avaliação do CEO, assim como tornar pública essas informações”.

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