O que são os segmentos de listagem de ações da B3? Entenda como funcionam!
Os segmentos de listagem são ferramentas importantes para avaliar a governança das empresas listadas na B3
Por Guilherme Naldis
Os segmentos de listagem da B3, a Bolsa de Valores do Brasil, são categorias de governança das empresas de capital aberto do Brasil.
Funciona assim: as empresas com maiores ou menores graus de governança corporativa são agrupadas em cada um deles. O objetivo é ajudar os investidores a avaliá-las.
As empresas se dividem em cinco segmentos, que vão do menos rígido ao mais criterioso quanto à transparência, organização, credibilidade e alinhamento de interesses dentro das companhias.
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Os critérios que a B3 estabelece são baseados na Lei das Sociedades por Ações (Lei das S.As). A companhia deve cumprir mais que o estabelecido pela lei para se enquadrar nos índices. Para superar cada categoria, é necessário realizar medidas adicionais, adotadas voluntariamente.
O que é governança corporativa e por que ela importa?
A governança, o G da sigla ESG, é a avaliação do comprometimento das empresas em organizar seus processos internos e prestar contas ao mercado. Também entra nesta análise a confiança dos investidores na administração justa, responsável e transparente da companhia.
Alguns preceitos da governança vão guiar a empresa em direção aos resultados estipulados previamente e evitar erros, fraudes ou problemas de comunicação.
Para isso, é preciso alinhar os interesses de sócios, investidores e executivos da companhia. Dessa forma, é necessário, também, garantir que a empresa siga as regulações do governo e do mercado; prestar contas a acionistas, clientes e ao governo e, sobretudo, aumentar a transparência e a confiança dos investidores.
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A transparência é fator decisivo para uma boa governança, pois, sendo uma empresa de capital aberto, ela é considerada uma empresa pública. Como ela administra o dinheiro dos acionistas, é importante saber se os recursos estão sendo bem utilizados e não há nenhum tipo de desvio, lícito ou não.
Para isso, a governança corporativa recomenda que se façam auditorias internas e externas com frequência. Também prescreve enviar releases informativos para a imprensa e informar todos os investidores, simultaneamente, sobre os fatos relevantes da empresa.
Como esses segmentos de listagem da B3 são definidos?
Ao todo, a B3 avalia 17 critérios de governança para classificar as empresas em cada segmento. Muitos deles são processos burocráticos comuns a todos os níveis, exceto o básico. À medida que os níveis de classificação aumentam, a rigidez com a qual a avaliação é feita também é maior.
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A permanência nos segmentos não é definitiva: uma empresa pode transitar entre eles conforme sua política de governança se altere conforme o tempo. O objetivo é melhorar a avaliação das companhias que decidem aderir, voluntariamente, a uma dessas classificações de listagem.
Os segmentos não refletem o tamanho de uma empresa ou seu valor de mercado. Até porque o porte de uma companhia não está necessariamente atrelado ao seu padrão de comportamento perante a sociedade e o mercado.
Os critérios obrigatórios incluídos na análise são:
- Calendário de eventos corporativos
- Adesão à Câmara de Arbitragem do Mercado
Já os facultativos incluem:
- Reunião pública anual
- Comitê de Auditoria
- Auditoria interna
- Setor de Compliance
Assim, as demais obrigatoriedades e critérios variam conforme o segmento no qual a empresa faz parte. Eles são:
- Saída do segmento / Oferta Pública de Aquisição de Ações (OPA)
- Concessão de Tag Along
- Divulgação adicional de informações
- Informações em inglês, simultâneas à divulgação em português
- Demonstrações financeiras
- Obrigação do Conselho de Administração
- Vedação à acumulação de cargos
- Composição do conselho de administração
- Vedação a disposições estatutárias
- Ofertas Públicas de Distribuição de ações
- Percentual mínimo de ações em circulação (free float)
- Capital Social
Quais são os segmentos de listagem da bolsa de valores?
Os segmentos da B3 variam conforme a rigidez dos seus critérios de avaliação. Eles são:
- Bovespa Mais
- Bovespa Mais Nível 2
- Novo Mercado
- Nível 2
- Nível 1
O Nível 1 é o menos restritivo. As empresas listadas neste segmento devem adotar práticas que favoreçam a transparência e o acesso às informações pelos investidores, para além do que a Lei das S.A prescreve. Elas devem publicar calendários de eventos, realizar ao menos uma reunião pública por ano e divulgar sua política de negociação e código de conduta.
Na categoria seguinte, o Nível 2, os conselhos de administração devem ter, ao menos, cinco integrantes com mandato unificado de 2 anos. Nesta modalidade, 20% dos membros devem ser conselheiros independentes. A companhia também deve publicar todas as suas demonstrações financeiras simultaneamente em português e em inglês.
As empresas que desejam acessar o mercado de forma gradual podem usar os níveis Bovespa Mais e Bovespa Mais Nível 2, mesmo que não estejam listadas. A empresa pode se preparar de forma adequada antes de fazer o IPO com esses dois níveis, que deve ser realizado nos próximos anos, cumprindo os requisitos da governança da B3.
Já o Novo Mercado é o mais alto nível de governança corporativa e serve como padrão de transparência. Aqui, há uma série de práticas de fiscalização, divulgação de dados e garantia de direitos aos acionistas.
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