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EUA criam mais vagas que o esperado em fevereiro e surpreendem o mercado

Foram 311 mil empregos criados, acima dos 225 mil estimadas pelos analistas

Fila de pessoas em busca de emprego. Foto: Shannon Stapleton/File Photo/Reuters
O resultado veio acima do esperado da criação de vagas na economia americana. Foto: Shannon Stapleton/File Photo/Reuters

O resultado acima do esperado da criação de vagas na economia americana em conjunto com a desaceleração do crescimento dos salários trouxe um cenário ainda mais incerto para a execução da política monetária pelo Federal Reserve (Fed).

Em fevereiro o país abriu 311 mil postos de trabalho – bem acima da previsão de 225 mil. Houve desaceleração em relação a janeiro, quando 504 mil empregos foram abertos. Os dados são do relatório de empregos (payroll), divulgado nesta sexta-feira, 10/03, pelo Escritório de Estatísticas de Trabalho do país.

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A taxa de desemprego nos Estados Unidos avançou de 3,4% para 3,6% em fevereiro à medida que a força de trabalho cresceu e os salários mensais subiram no ritmo mais lento em um ano.

O salário por hora média trabalhada subiu 0,2% entre fevereiro e o mês anterior, bem abaixo do previsto de 0,4%. A taxa anual avançou para 4,6%, ligeiramente abaixo do consenso dos analistas de 4,8%.

Diante dos resultados de hoje, o economista-chefe para América do Norte da Capital Economics, Paul Ashworth, afirmou que o mercado de trabalho nos Estados Unidos permanece apertado – onde as necessidades de contratação superam o número de trabalhadores disponíveis. No entanto, a redução do crescimento salarial em alguns setores pode ajudar o Fed em sua meta de conter a inflação.

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“Esse resultado leva o debate de um aumento de 0,25 ponto percentual ou 0,5 ponto percentual na taxa de juros americana para a divulgação do relatório de inflação previsto para a próxima terça-feira. Ainda assim, achamos que o Fed manterá um aumento de 0,25 ponto percentual. Será uma decisão muito difícil”, disse em relatório.

O sinal de que o mercado de trabalho nos Estados Unidos ainda permanece forte incentiva o Banco Central americano a seguir com o aperto monetário, mesmo que menor. Em duas semanas, na quarta-feira, 22/03, os membros do BC americano se reúnem para decidir sobre os rumos da taxa de juros americana – que hoje está no intervalo entre 4,50% e 4,75%.

Nesta semana, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que se os dados econômicos continuarem fortes, o banco central poderá aumentar as taxas de juros em um ritmo mais rápido do que o esperado para derrotar a inflação.

Os números de emprego são fundamentais nas decisões da política monetária dos EUA, uma vez que o baixo nível de desemprego e o aumento dos salários tendem a pressionar a inflação de serviços, que continua elevada.

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