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Fed está dividido sobre novos aumentos nos juros americanos para domar a inflação

Apesar de não haver consenso sobre novos apertos monetários nos EUA, maioria dos membros do banco central defende uma pausa na elevação dos juros

Brasão do Sistema de Reserva Federal dos EUA
Símbolo do Federal Reserve System na Sala de Imprensa do FED, nos EUA. Fonte: Adobe Stock.

A ata da reunião do Federal Reserve (Fed) mostra que os membros do Banco Central americano estavam divididos se novos aumentos nas taxas de juros seriam necessários para reduzir a inflação. O documento, divulgado nesta quarta-feira, 24/05, aponta que o nível elevado dos preços foi classificado pelo colegiado como inaceitável.

No encontro dos dias 2 e 3 de maio, o órgão elevou em 0,25 ponto porcentual as taxas de juros nos Estados Unidos, para o intervalo entre 5% e 5,25% ao ano. Segundo a ata, se a atividade econômica americana evoluir de acordo com as perspectivas, talvez não seja necessário mais firmeza na política monetária nas próximas reuniões.

Membros defendem fim do ciclo de alta

A maioria dos dirigentes defende a realização de uma pausa na alta dos juros. “Com base em expectativas de que o progresso no retorno da inflação para 2% poderia continuar inaceitavelmente lento, a firmeza adicional da política provavelmente seria garantida em reuniões futuras”, diz um trecho da ata.

Dentre os ponto em comum na opinião dos membros do Fomc estão a expansão moderada da economia no primeiro trimestre, o mercado de trabalho forte e incertezas em torno das tensões do setor bancário.

“Os efeitos do esperado aperto adicional no crédito bancário, em meio a condições financeiras já apertadas, levariam a uma leve recessão a partir do final deste ano, seguida por uma recuperação de ritmo moderado. O PIB real deve desacelerar nos próximos dois trimestres antes de recuar modestamente no quarto trimestre deste ano e no primeiro trimestre do próximo ano”, informou o documento.

Impasse do teto da dívida americana

Em meio as discussões sobre o movimento das taxas de juros nos próximos meses, os americanos convivem há semanas com o impasse em torno de um acordo sobre a elevação do teto da dívida do governo.

Os negociadores da Casa Branca e do partido republicano da Câmara retomaram hoje as conversas. Faltam menos de dez dias para terminar o prazo limite da capacidade americana de pagar dívida. A falta de entendimento pode levar a um calote catastrófico dos Estados Unidos.

+ Inflação controlada: como os Bancos Centrais definem a taxa de juros?

Um possível default nos investimentos em títulos públicos causará um colapso da economia americana, pois paralisaria os serviços do governo e teria impacto na atividade econômica ao redor do mundo.

As negociações entre a equipe do presidente Joe Biden e os representantes do presidente da Câmara, Kevin McCarthy, estavam paralisadas desde a noite de segunda-feira, 22/05.

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