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Focus: projeção do PIB avança para 1,68% em 2023, após dado forte do 1º trimestre

Já a expectativa sobre a inflação desacelerou para 5,69% em 2023 e 4,12% em 2024. Projeções para queda da Selic permanecem

Os analistas do mercado financeiro elevaram as estimativas para o crescimento da economia brasileira em 2023. Pelas projeções, o Produto Interno Bruto (PIB) deve avançar 1,68% neste ano, ante 1,26% na semana anterior. É o que aponta o Boletim Focus do Banco Central, publicado nesta segunda-feira, 05/06.

A melhora na perspectiva para a atividade econômica acontece após o forte avanço de 1,9% no PIB brasileiro, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na semana passada. O ótimo resultado foi puxado pela agropecuária, que avançou 21,6% no período: a maior alta desde o quarto trimestre de 1996.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país num determinado período. Para 2024, a previsão de crescimento do mercado financeiro recuou de 1,30% para 1,28%. Para 2025, permaneceu em 1,70%.

O Focus é publicado às segundas-feiras. Foram ouvidas pelo Banco Central mais de 100 instituições financeiras até o fim da semana passada. O relatório é essencial para o investidor corrigir ou confirmar estratégias.

Queda nas expectativas de inflação

As projeções para a inflação do Brasil desaceleraram. Segundo o Focus, os analistas reduziram a estimativa de 5,71% para 5,69% neste ano.

Apesar da perda de ritmo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) segue bem acima do teto da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 4,75%. Se essa estimativa for confirmada, este será o terceiro ano seguido no qual a meta de inflação ficará acima do teto.

Em 2024, a projeção do mercado financeiro para o IPCA caiu de 4,13% para 4,12%. Para 2025, ficou em 4%. Em ambos os períodos a estimativa de inflação segue superior à meta do BC, que é de 3% para os dois anos. No entanto, ela será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%.

“Uma das questões centrais para a decisão do Banco Central sobre a Selic é acompanhar se a melhora observada nos indicadores correntes de inflação se traduz em expectativas mais baixas”, explica Felipe Salto, economista-chefe e sócio da Warren Rena.

Nas últimas semanas, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, passou a adotar uma fala mais otimista em relação à inflação. Esses sinais passaram a ser interpretados pelo mercado financeiro como o início de um ambiente para a redução dos juros. A Selic está atualmente em 13,75% ao ano, o maior patamar em seis anos e meio.

Na quinta-feira passada, 25/05, a prévia da inflação (IPCA-15) veio abaixo do esperado, com redução da pressão principalmente nos núcleos, que excluem itens mais voláteis e apontam uma tendência para o índice. Após esses números, Campos Neto afirmou que a atividade econômica brasileira e a perspectiva para a inflação melhoraram nas últimas semanas.

“Eu sempre digo que o cenário está clareando um pouco. Temos uma inflação que parece que vai engrenar uma melhora, mesmo que lenta. Ao mesmo tempo, a atividade econômica tem surpreendido para cima”, disse o presidente do BC na última segunda-feira, 29/05.

Selic

A percepção de que o ambiente econômico começa a melhorar e que os juros podem cair no curto prazo é compartilhada pelos economistas ouvidos pelo Focus.

Por mais uma semana, os analistas mantiveram a expectativa para a Selic no fim de 2023 em 12,5% ao ano. Para o fim de 2024, a estimativa ficou estável em 10% ao ano; e em 9% em 2025.

Dólar

A estimativa para a moeda americana no fim de 2023 recuou de R$ 5,11 para R$ 5,10. Para o fim de 2024, caiu de R$ 5,17 para 5,16. Para 2025, ficou em R$ 5,20.

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