Mercado financeiro hoje: compra do Credit Suisse, nova âncora fiscal e semana de juros
Decisões de juros no Brasil, nos EUA e do Banco da Inglaterra e desenrolar da crise bancária global são os destaques nos mercados nesta semana
As decisões de juros do Comitê de Política Monetária (Copom) no Brasil, do Comitê de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve nos EUA e do Banco da Inglaterra (BoE) são os destaques nos mercados nesta semana.
O Copom reúne-se amanhã e anuncia sua decisão monetária na quarta-feira. O Fed divulga decisão monetária na quarta-feira, o BoE, na quinta-feira.
Os investidores ficam à espera também da divulgação dos parâmetros da nova âncora fiscal, prometida pelo ministro da Fazenda para antes do Copom, mas agora com prazo final para o anúncio até sexta-feira, dia 24, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva viaja à China.
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O mercado lá fora reage ao esforço coordenado do Fed ao lado do Banco do Canadá, do Banco da Inglaterra, do Banco do Japão, do Banco Central Europeu e do Banco Nacional da Suíça, para aumentar a frequência das operações de linha de swap de dólar, que passam a ser diárias a partir desta segunda-feira. É uma resposta dos BCs à crescente turbulência em curso no setor bancário ao redor do mundo.
Como parte também dessa resposta, o UBS anunciou a compra de seu rival, o Credit Suisse, neste domingo, por 3 bilhões de francos suíços, cerca de US$ 3,25 bilhões. A transação foi intermediada por autoridades suíças, e o acordo veio cerca de uma semana após a quebra de dois bancos regionais nos EUA, o Silicon Valley Bank (SVB) e o Signature Bank.
Nesta segunda-feira, o BC publicou o Boletim Focus (8h25) e uma radiografia sobre a Americanas será apresentada à Justiça. A agenda da semana prevê ainda o IPCA-15 de março na sexta-feira.
No exterior, Christine Lagarde fala hoje e em outros eventos nos próximos dias. A S&P Global e parceiros divulgam o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) de EUA, zona do euro, Alemanha e a presidente do Banco Central Europeu (BCE) na sexta-feira.
No exterior
Com a agenda dos EUA vazia hoje, os investidores ficam à espera da decisão de juros do Fed e do BoE. As apostas são de que a turbulência no setor bancário levará o BC americano a limitar seu aumento de juros a 25 pontos-base esta semana, repetindo o ajuste do começo de fevereiro.
Na Europa, houve desaceleração da inflação ao produtor (PPI) da Alemanha a 15,8%, pelo quinto mês consecutivo em fevereiro, depois de renovar máxima histórica em setembro do ano passado.
As bolsas asiáticas fecharam em baixa nesta segunda-feira. Liderando as perdas na Ásia, o índice Hang Seng caiu 2,65% em Hong Kong. O japonês Nikkei recuou 1,42% em Tóquio. O sul-coreano Kospi teve queda de 0,69% em Seul. Na China, o Xangai Composto perdeu 0,48%. Como se previa, o banco central chinês (PBoC) deixou hoje suas principais taxas de juros inalteradas, após anunciar uma redução no compulsório bancário, no fim da semana passada.
No Brasil
Investidores monitoram as expectativas pelas decisões de juros do Copom, Fed e a apresentação da nova regra fiscal do País, cuja decisão está agora nas mãos do presidente Lula.
Para o Copom, há consenso de manutenção da Selic em 13,75%, mas as chances de redução de 25 pontos em maio avançaram para 40% na sexta-feira. No entanto, os economistas do mercado esperam que o Copom modere o tom no comunicado, dados a possibilidade de o Federal Reserve antecipar o fim do aperto monetário, os sinais de desaceleração de atividade interna e a perspectiva de divulgação do arcabouço fiscal.
Na sexta-feira, o Ibovespa fechou em baixa de 1,40%, aos 101.981,53 pontos, no menor nível de encerramento desde 27 de julho, ampliando perdas pela quarta semana consecutiva. O dólar subiu aos R$ 5,2702, alta diária de 0,58% e semanal de 1,19%.
*Com informações da Agência Estado
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