Mercado reduz estimativas para inflação e PIB em 2023, diz Focus
Projeção para o IPCA deste ano foi de 4,59% para 4,55%; e variou para 3,9% em 2024. Já a alta do PIB desacelerou para 2,85%, ante 2,89%, reflexo do 3º trimestre mais fraco
Os analistas do mercado financeiro voltaram a reduzir as estimativas de inflação em 2023 e 2024. Para a economia brasileira, o 3º trimestre mais fraco na atividade impactou as projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano.
Os analistas do mercado reduziram a expectativa de inflação em 2023, de 4,59% para 4,55%, segundo o Boletim Focus, do Banco Central, divulgado nesta segunda-feira, 20/11.
Com a queda, o índice segue abaixo do teto da meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional, que é de 4,75%. A meta deste ano é de 3,25% e será cumprida se o IPCA oscilar entre 1,75% e 4,75%.
A nova redução veio após o governo decidir manter a meta de déficit zero nas contas públicas de 2024. Isso quer dizer que no ano que vem só será possível gastar o que for arrecadado, ou seja, sem aumento da dívida pública para cumprir gastos e investimentos.
Segundo analistas, a decisão mostra que o governo vai cumprir as regras do arcabouço fiscal e controlar a dívida pública. Um descontrole nas contas pode impulsionar a inflação do país.
Vale lembrar que a meta ainda pode ser alterada durante a votação do orçamento, em dezembro, ou em março quando o governo apresentar o balanço das contas no 1º bimestre de 2024.
Para o ano que vem, a projeção de inflação caiu na margem, de 3,92% para 3,91%. Para 2025, a estimativa de inflação permaneceu em 3,50%. Nos dois casos, o IPCA segue acima da meta perseguida pelo BC, que é de 3%.
O boletim Focus é publicado às segundas-feiras. Foram ouvidas pelo Banco Central mais de 100 instituições financeiras até o fim da semana passada. O relatório é essencial para o investidor corrigir ou confirmar estratégias.
PIB de 2023 deve crescer 2,85% segundo Focus
O mercado reduziu a expectativa de crescimento para o Produto Interno Bruto neste ano, de 2,89% para 2,85%. Essa piora acontece em meio à desaceleração da economia no 3º trimestre. Na semana passada, o IBC-BR – considerado a prévia do PIB – mostrou que a atividade encolheu 0,64% entre julho e setembro.
Essa piora foi puxada pelo setor de serviços, que registrou queda em agosto e setembro. Além dos resultados ruins da indústria, que não consegue engrenar, e do comercio varejista.
Para 2024, a previsão de crescimento permaneceu inalterada em 1,50% pela nona semana consecutiva. Para 2025, ficou em 1,93%.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país. O indicador serve para medir a evolução da economia.
Selic deve fechar o ano em 11,75%
Os economistas do mercado financeiro seguem com as mesmas estimativas para a taxa básica de juros até 2025. Para 2023, o mercado projeta uma Selic em 11,75% ao ano. Hoje, a taxa básica está em 12,25%.
Para 2024, a estimativa para a taxa básica de juros seguiu em 9,25% ao ano, enquanto em 2025 permanece estável em 8,75%.
Dólar deve fechar o ano em R$ 5
A estimativa para o dólar no fim de 2023 ficou inalterada na semana passada, em R$ 5. Para o fim de 2024, a projeção para a moeda americana recuou de R$ 5,08 para R$ 5,05. Para 2025, foi de R$ 5,11 para R$ 5,10.
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