Com arcabouço fiscal e teto da dívida no foco, Ibovespa fecha em queda; dólar recua
Destaque desta manhã, o Boletim Focus calibrou suas projeções para 2023 após mudanças na política de preços da Petrobras
O Ibovespa , o principal índice ações da B3, operou com instabilidade nesta segunda-feira (22), de olho na votação do arcabouço fiscal na Câmara, que deve ocorrer nesta quarta, e também na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, onde eles discutem ampliar o teto da dívida do governo.
Às 17h, o principal índice da bolsa brasileira fechou em queda de em queda de 0,47%, aos 110.221 pontos, após trocar de sinal diversas vezes, enquanto o dólar fechou com 0,50% de perdas, a R$ 4,9701.
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Em Wall Street, os principais índices americanos tiveram resultados mistos. Dow Jones caiu 0,42%, S&P 500 subiu 0,02% e Nasdaq avançou 0,50%.
Os destaques positivos ficam com as ações da Alpargatas (ALPA4), subindo 17,19%, seguida pelas ações da Azul (AZUL4), subindo 9,09% e pela Cogna (COGN3), que sobe 8,03%. As ações da Alpargatas sobem forte com holding controladora anunciando oferta de compra de até 32 milhões de ações preferenciais da companhia. Já as ações da Azul sobem com sell side mais otimista, elevando recomendação.
Os destaques negativos ficam com Cielo (CIEL3), com queda de 2,97%, seguida pela Braskem (BRKM5) e pela CSN Mineração (CMIN3), que caem, respectivamente, 2,48% e 2,24%. CMIN3, segue o setor que reflete a queda do minério de ferro negociado em Dalian, que recuou nesta madrugada.
Commodities
O petróleo Brent – referência da Petrobras para preços – fechou o dia em alta de 0,54% na ICE, de Londres, negociado a US$ 75,99 o barril.
Na China, o minério de ferro caiu 3,3% no mercado a vista, para uma cotação de US$ 104,85 por tonelada, afetando diretamente os papéis de Vale e das siderúrgicas.
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Boletim Focus
O boletim Focus divulgado hoje pelo BC mostrou uma queda na projeção para o IPCA em 2023, de 6,03% para 5,80%.
A expectativa para a inflação oficial brasileira em 2024 recuou pela terceira semana consecutiva, agora de 4,15% para 4,13%.
O ajuste mostra um recálculo de rotas após o anúncio da política de preços da Petrobras, com anúncio de cortes nos preços dos combustíveis e no gás de cozinha.
A previsão para 2025 ficou em 4%.
As metas de inflação estipuladas para 2023 e 2024 são de 3,25% e 3%, respectivamente, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
Política
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira que se reunirá até o fim do dia com o relator do arcabouço fiscal, deputado federal Cláudio Cajado (PP-BA). A reunião deverá ser realizada na própria sede da pasta.
“[Cajado] tem sido uma pessoa do diálogo”, disse Haddad na entrada do Ministério da Fazenda a jornalistas. O ministro afirmou que a equipe da pasta “está à disposição” do relator.
A respeito da queda na projeção do mercado para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2023, divulgada nesta segunda-feira por meio do Boletim Focus, Haddad afirmou que o número “está em linha” com a projeção da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda. A estimativa do mercado caiu de 6,03% para 5,8%.
MPs
O Congresso se mobiliza, a partir de amanhã, para finalizar a votação de oito medidas provisórias que caducam em 1º de junho. Seis delas foram editadas por Lula, mas só três já têm suas comissões mistas formadas.
O relatório da MP do Bolsa Família já foi aprovado pela comissão, mas tem de ser votado no plenário da Câmara e do Senado. A apresentação do relatório final e a votação do parecer sobre a reorganização da Esplanada dos Ministérios devem ocorrer na quinta-feira. A votação em plenário só pode acontecer depois disso.
Já a comissão da MP que recria o programa Minha Casa, Minha Vida deve terminar em 14 de junho. Frente a esse cenário, os governistas tentam outros caminhos, como incluir os principais trechos como emendas em projetos de lei mais avançados no Congresso.
Desde o início do ano os presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, divergem sobre o rito de tramitação das MPs.
Campos Neto
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, fez um afago ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante evento promovido pela “Folha de S. Paulo”.
“O ministro Hadadd trabalhou muito duro em uma ambiente onde até mesmo membros do governo estavam contra, conforme a gente viu pela mídia, e eliminou o risco de a dívida sair do controle. Não cabe o BC comentar [o arcabouço fiscal].”
Conforme Campos Neto, “o importante é [nova regra fiscal] ser feito com credibilidade e essa credibilidade é onde abre espaço para o BC atuar”.
Segundo ele, “o BC é encarregado da política monetária e a gente sempre diz que não tem relação mecânica entre o arcabouço em si e a política monetária, a relação está no canal de expectativa”.
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