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Inflação na Europa recua em novembro, mas segue a maior em décadas

A leve desaceleração na inflação europeia veio um dia após o Banco Central do bloco elevar os juros em 0,50 ponto percentual

Euro. Foto: Agência Brasil
Resultado consolida a expectativa para um aumento da taxa básica de juros pelo Banco Central Europeu (BCE) na reunião da próxima semana. Foto: Agência Brasil

A inflação ao consumidor na zona do Euro recuou em novembro puxada pela desaceleração nos preços da energia. O índice passou de 10,6% no acumulado em 12 meses até outubro para 10,1% no mês passado, segundo o Eurostat – escritório de estatísticas da União Europeia – divulgou nesta sexta-feira, 16/12.

O resultado veio um pouco acima das expectativas do mercado que eram de uma alta nos preços de 10%. Apesar da desaceleração, a inflação anual na região permanece no maior patamar em décadas. Em novembro de 2021, a taxa na zona do euro era de 4,9%.

A principal contribuição veio do grupo energia, com um impacto de 3,82 pontos percentuais no indicador. Em seguida ficaram os grupos de comidas, álcool e tabaco com impacto de 2,84 pontos, serviços (1,76 pontos) e bens industriais não energéticos (1,63 pontos).

O Banco Central Europeu (BCE) elevou nesta quinta-feira, 15/12, os juros em 0,50 ponto percentual, em um movimento de redução de ritmo como o observado pelo Federal Reserve – o banco central americano – no meio da semana. Com a decisão, a taxa de empréstimo, a taxa de refinanciamento e a taxa de depósito ficaram em 2,75%, 2,50% e 2,00%, respectivamente. Além do BCE, as autoridades monetárias da Inglaterra, Suíça e Noruega também subiram os juros.

A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, afirmou que a alta dos juros na Europa tem um caminho mais longo a percorrer que o Fed nos Estados Unidos. A fala teve impacto direto no mercado financeiro que não esperava essa declaração da autoridade monetária.

“Vamos manter o curso em que estamos para combater a inflação e devolvê-la para meta”, afirmou Lagarde. A presidente do BCE disse ainda que vai continuar elevando suas taxas de juros em 0,50 ponto percentual de forma contínua nas próximas reuniões, acenando com mais três altas potenciais em fevereiro, março e maio.

Inflação na União Europeia perde força

O índice de preços na União Europeia registrou em novembro a primeira queda após 17 meses de alta, segundo o Eurostat. A inflação chegou a 11,1% em novembro ante 11,5% no mês anterior. Em um ano, a taxa era de 4,9% na área da moeda comum e de 5,2% em todo o bloco econômico.

As taxas anuais mais altas foram registradas na Hungria (23,1%), Letônia (21,7%), Estônia (21,4%) e Lituânia (21,4%). As mais baixas estão na Espanha (6,7%), França (7,1%) e Malta (7,2%).

Os preços da energia também tiveram forte impacto nessa perda de ritmo. Os valores que estavam 41,5% em outubro desaceleraram para 34,9%.