Mercado

Mercado eleva para 5,39% estimativa de inflação para 2023, aponta Focus

Valor estoura o teto da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional que é de 4,75%. Projeção de crescimento do PIB neste ano ficou em 0,77%

Letreiro no prédio-sede do Banco Central do Brasil, em Brasília
Na Pesquisa Focus, o Banco Central traz as expectativas do mercado para os principais indicadores. Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Pela quinta semana consecutiva, os economistas do mercado financeiro ouvidos pelo Banco Central (BC) elevaram a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2023. O valor subiu de 5,36% para 5,39%, segundo o boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 16/01. O resultado segue bem acima da meta de 3,25% e do teto da meta (4,75%) definidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

A previsão de IPCA para 2024 ficou estável, mas subiu 0,2 pontos percentuais em 2025 (3,50%) – acima da meta de 3%. Segundo analistas, esse avanço mostra cautela dos investidores diante da capacidade do governo de implementar um pacote de medidas para redução do déficit público – o que ajudaria a inflação.

O relatório Focus é publicado todas as segundas-feiras e divulga as estimativas do mercado financeiro para a economia brasileira. O Banco Central ouviu mais de 100 instituições financeiras até o fim da semana passada. O relatório é essencial para o investidor pautar as suas conversas no início da semana e corrigir ou confirmar estratégias no mercado de ativos.

No ano passado, pressionada pelos preços dos alimentos, a inflação fechou em 5,79% – acima da meta (3,5%) e do teto da meta (5%) definidas pelo CMN. Diante desse estouro, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, enviou uma carta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, onde explicou os cinco fatores que pressionaram os preços em 2022.

  • Inércia da inflação do ano anterior (processo de ajuste automático dos preços);
  • elevação dos preços de commodities, em especial do petróleo;
  • desequilíbrios entre demanda e oferta de insumos e gargalos nas cadeias produtivas;
  • choques em preços de alimentação, resultantes de questões climáticas;
  • retomada na demanda de serviços e no emprego, impulsionada pelo acentuado declínio da quantidade de casos de Covid-19 e consequente aumento da mobilidade.

Produto Interno Bruto

Para o Produto Interno Bruto (PIB), o mercado financeiro diminuiu um pouco a previsão de crescimento para a economia brasileira neste ano de 0,78% para 0,77%. Para 2024, a previsão permaneceu estável em alta de 1,5%.

A estimativa para 2022 teve um novo ajuste, de 3,03% para 3,02%. O resultado completo do PIB em 2022 será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no dia 02 de março.

O Produto Interno Bruto é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, num determinado período, e serve para medir a evolução da economia.

Taxa de Juros

Para a Selic, a expectativa do mercado foi elevada de 12,25% para 12,50% ao ano para o fim de 2023. Para 2024, a taxa básica de juros foi mantida em 9,25% ao ano.

A taxa básica de juros está hoje está em 13,75% ao ano. A manutenção nesse patamar foi decidida em dezembro pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

Dólar

A estimativa para a moeda americana no fim de 2023 ficou em R$ 5,28.

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