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Mercado eleva projeção do PIB 2023, apesar do 4º trimestre no negativo

O crescimento da economia brasileira deve ficar em 0,85% neste ano, segundo o boletim Focus. Selic no fim de 2023 permanece em 12,75% ao ano, apesar de novas críticas ao BC

Mercado; Moedas e calculadora no celular. Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
O relatório Focus é publicado todas as segundas-feiras e lista as projeções do mercado financeiro para a economia brasileira. Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Os economistas do mercado financeiro elevaram a estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano de 0,84% para 0,85%, segundo o boletim Focus, do Banco Central (BC), publicado nesta segunda-feira, 06/03. Essa foi a terceira alta consecutiva na projeção dos analistas.

O resultado veio depois da retração de 0,2% do PIB nos últimos três meses do ano passado – após cinco trimestres consecutivos de alta, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A desaceleração foi puxada pelo fim do efeito da reabertura econômica, pela desaceleração dos estímulos fiscais e principalmente diante do avanço da taxa básica de juros – a Selic atingiu 13,75% ao ano em agosto de 2022. A economia brasileira cresceu 2,9% no ano passado.

Para 2024, a previsão permaneceu estável com alta de 1,5% – e 2025 com avanço de 1,80%. O Produto Interno Bruto é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, num determinado período, e serve para medir a evolução da economia.

O relatório Focus é divulgado as segundas-feiras e aponta as projeções do mercado financeiro para a economia brasileira. Nesse documento o Banco Central ouviu mais de 100 instituições financeiras até o fim da semana passada. Esses dados são essenciais para o investidor pautar as suas conversas no início da semana e corrigir ou confirmar estratégias no mercado de ativos.

Assim como o boletim Focus, a discussão em torno do novo arcabouço fiscal – regra de controle das contas públicas – também será foco dos mercados nesta segunda-feira. A equipe econômica do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresenta hoje a proposta para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A pasta quer acelerar a divulgação para dar um sinal consistente para a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para os dias 21 e 22 deste mês.

Inflação e Selic

Na semana passada, após a divulgação do PIB, o presidente Lula e ministros retomaram as críticas ao patamar mantido pelo Banco Central para a taxa de juros básica no Brasil.

Apesar dos novos comentários, as projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – que é a inflação oficial do país – e a Selic permaneceram inalteradas. Vale lembrar também que na quarta-feira, 01/03, houve a reoneração parcial dos impostos federais que incidem sobre a gasolina e o etanol – o que também não impactou nas expectativas.

A projeção para o IPCA deste ano ficou em 5,90%, segundo o Focus. Apesar da manutenção da taxa, o resultado segue bem superior à meta de 3,25% e do teto da meta, de 4,75%, definidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para 2024, a projeção segue em 4,02% e para 2025, manteve-se em 3,80%.

Para a taxa básica de juros, as estimativas se mantiveram estáveis: 12,75% no fim de 2023, 10% no de 2024 e 9% em 2025. Diante desse resultado, o mercado financeiro segue estimando queda dos juros neste ano e em 2024, mas em menor intensidade.

Dólar

A estimativa para a moeda americana no fim de 2023 permaneceu em R$ 5,25. Para o fim de 2024, ficou estável em R$ 5,30.

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