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Mercado financeiro hoje: BCE, BOE e Fed guiam mercado externo

Tom mais duro do Copom, que manteve Selic em 13,75%, pode afetar mercado; Balanços das big techs americanas estão no radar

Bolsa de valores. Foto: Divulgação B3.
Bolsa: investidores também monitoram Haddad e Tebet, que participam de evento. Foto: Divulgação B3.

O desfecho da reunião do Copom e as decisões monetárias do Banco Central Europeu (BCE) e do Banco da Inglaterra (BoE) devem dar norte aos mercados hoje. 

A presidente do BCE, Christine Lagarde, deve falar em entrevista coletiva após a reunião e durante evento à tarde. Dados de emprego, de encomendas de bens duráveis dos Estados Unidos e perspectiva de balanços de Apple, Amazon e Alphabet (controladora do Google) ajudam a movimentar também os negócios durante o dia. 

Na agenda local, os destaques são o resultado trimestral do Santander e os leilões de títulos prefixados do Tesouro

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Política monetária externa e big techs

Sinais positivos predominam nas bolsas europeias e entre os futuros de Nova York, com investidores digerindo o anúncio de política monetária de ontem do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) e no aguardo das decisões de juros do BCE e BOE. 

Balanços das big techs americanas estão no radar e o Nasdaq futuro se destaca, com ganho de 1%, por otimismo trazido pelo resultado da Meta (dona do Facebook), que saltou 18,6% no pré-mercado em Nova York. 

Na Europa, grandes bancos e empresas europeias divulgaram resultados acima do esperado também, como Santander, Deutsche Bank e Shell, ajudando no humor. A libra cede ante o dólar, e o euro perdia força, após o núcleo da inflação na zona do euro persistir alto, reforçando expectativas de elevação de 50 pontos-base nos juros pelo BCE e BoE. 

Copom e Ibovespa

Os mercados devem se ajustar à perspectiva de que a Selic pode ficar alta por mais tempo, após o tom mais duro do comunicado do Copom ao mercado na reunião de ontem. Mesmo com a estabilidade da taxa Selic em 13,75% ao ano, pela quarta reunião consecutiva, o Brasil continua a ter a maior taxa de juro real (descontada a inflação) do mundo, em uma lista com 40 economias.

 Ao mesmo tempo, a sensação do mercado de que o Fed pode interromper o aperto monetário neste ano pode dar fôlego ao fluxo de capitais estrangeiros para países emergentes exportadores de commodities, como o Brasil, e ajudar a dar impulso ao real e à Bolsa. 

Ontem, a Bolsa do Brasil (B3) registrou queda no primeiro pregão de fevereiro e o Ibovespa fechou em menos 1,20%, aos 112.073 pontos. O mau desempenho foi puxado pela Vale (VALE3), que recuou 1,50% após a mineradora reportar que a produção de minério de ferro ficou abaixo da meta. Outro destaque negativo foi a Raízen (RAIZ4), depois de uma notícia do Brazil Journal apontar que um dos principais acionistas da empresa, Louis Dreyfus Commodities (LDC), deve fazer uma venda de ações em bloco, o chamado block trade.

*Informações da Agência Estado