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Mercado financeiro hoje e Morning Call Safra: investidores devem diminuir apostas em cortes na Selic

Decisão de política monetária do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), às 9h, é destaque nesta quinta-feira

Balcão do bora investir
Bolsa de valores brasileira: decisões do Copom e do Fed vieram em linha com as expectativas, mas tom duro do Copom surpreendeu. Foto: Divulgação B3

A decisão de política monetária do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), às 9h, é destaque nesta quinta-feira, 23/3, um dia após os desfechos das reuniões do Copom e do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).

Nos Estados Unidos, são esperados os pedidos de auxílio-desemprego (9h30), permissão para novas obras (9h), índice de atividade nacional medido pelo Fed de Chicago (9h30) e vendas de moradias novas (11h). A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, testemunha na Câmara sobre orçamento de 2024 (16h).

Na zona do euro sai o índice de confiança do consumidor (12h).

No Brasil, a repercussão do Copom ocupa o centro das atenções, mas a agenda traz a arrecadação federal de fevereiro (10h30) e uma série de balanços, entre eles o da Sabesp e Cogna, após o fechamento dos mercados.

No exterior

O tom moderado do Fed em relação aos juros, sinalizando não mais aumentos contínuos, mas caso necessário, ecoa nos mercados. O Fed elevou os juros em 25 pontos-base, como era esperado.

As bolsas americanas caíram ontem, e as ações de bancos regionais registraram perdas depois de a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, dizer que não está considerando oferecer seguro generalizado para depósitos bancários, mesmo após a quebra do Silicon Valley Bank (SVB) e do Signature Bank.

Na Europa, as apostas são de que o Banco da Inglaterra (BoE) eleve os juros em 25 pontos-base hoje. Mais cedo o BC da Suíça decidiu elevar juros em 50 pontos-base, apesar da recente turbulência no setor bancário do país, que levou o Credit Suisse a ser comprado pelo UBS numa operação de emergência. E o BC da Noruega subiu os juros em 25 p.b.

As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em alta nesta quinta-feira. Liderando os ganhos na Ásia, o índice Hang Seng avançou 2,34% em Hong Kong. Já o sul-coreano Kospi subiu 0,31% em Seul, e o Taiex registrou alta de 0,66% em Taiwan. Na China, o Xangai Composto avançou 0,64%. Exceção na região asiática, o índice japonês Nikkei caiu 0,17% em Tóquio hoje.

No Brasil

Os mercados se ajustam nesta quinta-feira à decisão do Copom de manter a Selic em 13,75% e adotar um tom mais duro, sinalizando que não há espaço para corte de juros nos próximos meses.

Com isso, as apostas de queda da Selic, que apontavam alguma chance já em maio e maior probabilidade em junho, devem ser limpadas na curva, que pode desinclinar, beneficiando o real e pesar em ações que são mais afetadas por juros altos, como as varejistas.

Além disso, o mercado monitora a pressão política sobre o BC. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse apenas que o comunicado do Copom é “muito preocupante”. Já o ministro da Casa Civil, Rui Costa, chamou de “insensibilidade” e disse que “não tem razão que explique” a decisão.

Na Super Quarta as decisões sobre política monetária vieram em linha com as expectativas, mas o tom mais duro do Copom em seu comunicado surpreendeu. Como resultado, o Ibovespa fechou em queda de 0,77%, aos 100.220 pontos. Acompanhe no Morning Call Safra:

*Com informações da Agência Estado

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