Mercado

Mercado financeiro hoje: trégua na aversão ao risco por conflito no Oriente

O FMI fez nova elevação para o desempenho do Brasil neste ano e vê a economia crescendo 3,1% ante 2,1% anteriormente

Os mercados devem ficar atentos nesta terça-feira a possíveis sinais de política monetária do presidente do banco central brasileiro, Roberto Campos Neto, e do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, em meio às Reuniões Anuais de 2023 do Fundo Monetário Nacional (FMI) e Banco Mundial, em Marrakesh, no Marrocos.

Os relatórios de Perspectivas Econômicas Globais e de Estabilidade Financeira já publicados pelo FMI repercutem também nos negócios. Haverá ainda a participação de quatro dirigentes do Federal Reserve (Fed) em eventos, entre eles o diretor Christopher Waller e o presidente da distrital de Minneapolis, Neel Kashkari, que votam nas decisões de juros neste ano.

EUA, conflito no Oriente e China

Os juros dos Treasuries (títulos do Tesouro americano) caem fortemente nesta terça-feira, após o feriado do Dia de Colombo nos Estados Unidos ontem, em meio à chance de trégua do Hamas no conflito com Israel e ecoando também as falas menos hawkish do vice-presidente do Federal Reserve (Fed), Philip Jefferson, sobre sinais de desaceleração da inflação, que ocorreram simultaneamente ao aumento das incertezas geopolíticas causadas pelo conflito entre o grupo extremista Hamas e Israel.

O FMI afirma que a inflação global caiu para 5,3% no segundo trimestre deste ano, na comparação anual, ante os 11,6% presenciados no segundo trimestre de 2022, porém, permanece acima da meta em quase todas as economias. O petróleo também tem alívio bem como o dólar recua frente moedas principais e oscila sem direção única e perto da estabilidade frente as emergentes e ligadas a commodities.

Na China e em Hong Kong, as bolsas recuaram, com temores persistentes sobre o ritmo de crescimento da segunda maior economia do mundo, em relação ao conflito entre Israel e o Hamas e na esteira das perdas de mais de 4% da ação da Country Garden, após a incorporadora chinesa alertar que não terá condições de honrar pagamentos de dívida em meio a vendas fracas. Ontem, um grupo de investidores que detém mais de US$ 6 bilhões aplicados na China Evergrande alertou para o risco de “colapso incontrolável”.

+ Entenda como o conflito no Oriente Médio pode impactar o mercado financeiro

Mercado local

Os mercados locais devem se ajustar ao ambiente externo positivo em meio às expectativas por comentários dos dirigentes de BCs, como o brasileiro Roberto Campos Neto, em dia de leilão de títulos do Tesouro, no fim da manhã. A bolsa tende a se beneficiar dos ganhos dos mercados em NY e na Europa, mas o recuo do petróleo pode limitar e pressionar as ações da Petrobras.

O FMI fez nova elevação para o desempenho do Brasil neste ano e vê a economia crescendo 3,1% ante 2,1% anteriormente. Se o organismo estiver certo, o primeiro ano da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva será melhor do que o último do governo de Jair Bolsonaro. Em 2022, o País cresceu 2,9%.

Ontem o Ibovespa, principal índice de ações da B3, a Bolsa de Valores do Brasil, começou o pregão em queda, mas reverteu o pessimismo com uma retomada no exterior e bom desempenho do petróleo no mercado internacional. Fechou em alta de 0,86%, aos 115.156,07 pontos.

*Agência Estado

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