Mercados financeiros hoje: serviços, Caged e dados dos EUA ficam no foco
Investidores ajustam posições antes de decisões do Copom e Fed, na semana que vem
Vários indicadores internos e dos EUA serão monitorados nesta sexta-feira de expectativas já voltadas nos mercados para as decisões de juros e os comunicados do Copom e do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que se reúnem na próxima terça e quarta-feira. Os destaques do dia são os números do setor de manufatura, sentimento do consumidor e expectativas de inflação americana, além da Pesquisa Mensal de Serviços e os dados do Caged de janeiro. Ainda, o ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, participa de evento na Fiesp, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva viaja a Porto Alegre e Lajeado, no Rio Grande do Sul, onde encontrará empresários e anunciará medidas para a reconstrução das cidades atingidas por enchentes.
Bolsas estrangeiras têm leve alta
Os juros dos Treasuries recuam, abrindo espaço para ganhos leves dos índices futuros em Nova York, enquanto o dólar está fraco após subir ontem, quando a inflação ao produtor (PPI) dos EUA superou todas as expectativas, aumentando as chances de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) seja mais conservador sobre eventuais cortes de juros mais adiante. Ainda assim, continua prevalecendo a chance de início da redução de juros em junho.
Na Europa, sem indicadores na região, as bolsas acompanham a melhora em Nova York nesta manhã, após ganhos nas bolsas chinesas. A Capital Economics acredita que o Banco Nacional da Suíça (SNB, na sigla em inglês) deve ser o primeiro banco central do G10 a cortar juros em 25 pontos-base na reunião de política monetária na semana que vem. Em relatório, a consultoria pondera que a inflação do país caiu mais que o esperado, a 1,2% em fevereiro, atingindo o nono mês consecutivo abaixo dos 2% ao ano.
Na Ásia, os mercados acionários chineses subiram. O banco central chinês (PBoC) decidiu manter a taxa da linha de empréstimo de médio prazo em 2,5%, sinalizando que não deverá alterar seus juros básicos na próxima semana. Após o fechamento dos negócios, o regulador chinês de valores mobiliários prometeu endurecer a supervisão dos mercados de capitais e de processos para o lançamento de ofertas públicas iniciais (IPOs) de ações.
Por aqui, Copom, Vale e Petrobras concentram atenções
A movimentação dos mercados americanos, principalmente dos rendimentos dos Treasuries, deve influenciar os ajustes dos ativos locais bem como os dados de serviços e do mercado de trabalho interno.
Às vésperas da reunião do Copom de março, o cenário base de ao menos três novos cortes de 0,50 ponto porcentual da Selic é majoritário entre os economistas do mercado, mas aumentou a expectativa sobre possíveis mudanças nas sinalizações do Copom sobre o plano de voo, diante das surpresas recentes com a inflação de serviços, além dos dados fortes do varejo no País em janeiro.
Na Bolsa, as atenções seguem em Vale e Petrobras, que podem voltar a ser pressionadas pela queda de 3,46% do minério de ferro em Dalian, na China, e também do petróleo nesta manhã. Ruídos sobre Petrobras também podem pesar. A estatal informou ontem à noite de que não há qualquer decisão ou data definida para distribuição de dividendos extraordinários aos acionistas.
Em reunião que durou mais de duas horas, ontem na sede da Associação de Investidores do Mercado de Capitais (Amec), a situação da Petrobras foi discutida por representantes de mais de 30 fundos de investimento com grande relevância no mercado de capitais e o mote do encontro foi a preocupação generalizada dos investidores com relação aos riscos à governança corporativa da estatal, que, inclusive, se sobrepôs à discussão em torno da decisão da retenção dos dividendos extraordinários.
Também serão monitoradas as teleconferências sobre os resultados trimestrais publicados por várias empresas, ontem à noite, incluindo Lojas Renner e Yduqs. E sobre a pauta econômica do governo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve adiar o envio da proposta de reforma do Imposto de Renda, segundo a Folha de São Paulo. A equipe econômica optou em assumir o ônus de não enviar o projeto para privilegiar a regulamentação da reforma sobre o consumo.
*Agência Estado
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