Mercado

Mercados: PIB do Brasil e dos EUA são destaques da semana

Relatório de emprego dos Estados Unidos de agosto, o payroll, também está incluído na agenda, além de índices PMIs e CPIs

O relatório de emprego dos Estados Unidos de agosto, o payroll, é o destaque da semana nos mercados. O dado será divulgado após o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, alertar em Jackson Hole, na sexta-feira, que eventuais indícios de que o aperto no mercado de trabalho americano não está arrefecendo poderiam justificar uma resposta da política monetária, possivelmente com mais aumento de juros.

Os investidores ficarão de olho também no PIB dos EUA e do Brasil no segundo trimestre e em índices de gerentes de compras (PMI) industrial dos EUA, Zona do Euro, China e Brasil, além das leituras preliminares de agosto do índice de preços ao consumidor (CPI) da Alemanha e Zona do Euro.

Sem dados nos EUA hoje e nem negócios no Reino Unido por causa de feriado, as atenções ficam em palestras do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em dois eventos.

Os investidores também aguardam um desfecho da reforma ministerial e das votações das pautas econômicas no Congresso em meio ao retorno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de viagem à África nesta segunda-feira.

No exterior

Os mercados acionários na Ásia fecharam em alta, pois entrou em vigor nesta segunda-feira uma redução pela metade no imposto sobre as transações no mercado de ações, até então de 0,1%, com o objetivo de restaurar a confiança dos investidores na segunda maior bolsa de valores do mundo, a de Xangai. A redução de impostos, válida também para os papéis negociados em Shenzhen, é a primeira desde 2008.

Em Hong Kong, o índice Hang Seng avançou 0,97%, porém, as ações da China Evergrande Group, que voltou a ser negociada hoje após hiato de 17 meses, recuou 89%, em seu pior dia desde a listagem, no fim de 2009, após reportar prejuízo de 33,01 bilhões de yuans no primeiro semestre do ano. Autoridades da China solicitaram a alguns fundos mútuos que evitem vendas de ações em uma base líquida nesta segunda-feira.

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O setor imobiliário chinês continua a sofrer com o sentimento fraco, com vendas modestas em quadro de pouca confiança dos consumidores. O lucro industrial da China mostrou queda de 15,5% entre janeiro e julho, na comparação com igual período do ano passado.

O mercado repercute os comentários do presidente do Fed, Jerome Powell, em Jackson Hole, de que a autoridade monetária pode voltar a subir juros, se necessário, e deve mantê-los restritivos por um tempo para que a inflação volte a ficar perto da meta de 2% ao ano. Após as falas, o mercado passou a precificar de maneira majoritária a chance de pelo menos uma nova alta de juros até novembro, e postergou para junho de 2024 a expectativa por relaxamento monetário, segundo o monitoramento do CME Group.

No Brasil

Os investidores devem ponderar os estímulos chineses à negociação de ações no país e ficam atentos também às ações da Eletrobras.

No Congresso, os aliados do governo na Câmara criaram um caminho alternativo para evitar estender a desoneração da folha de pagamentos para os municípios. Os prefeitos vêm pressionando os deputados para aprovar o benefício, com custo de R$ 7,2 bilhões a R$ 11 bilhões para o governo federal. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), avisou que pretende colocar a proposta em votação no plenário da Casa nesta terça-feira, 29.

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O secretário extraordinário da Reforma Tributária, Bernard Appy, rebateu no sábado no Fórum Esfera 2023, a fala no mesmo evento do senador Eduardo Braga (MDB-AM), relator da matéria no Senado, sobre o País não poder aprová-la sem a perspectiva de qual será a alíquota. Appy reiterou que os estudos do Ministério da Fazenda sobre as possíveis alíquotas, considerando o impacto das exceções incluídas no texto aprovado pela Câmara, indicam que a alíquota do IVA deve variar entre 25,4% e 27%. Sem exceções, o porcentual seria entre 20,7% e 22,0%, ainda segundo Appy.

O secretário ponderou que o resultado, no entanto, depende das hipóteses adotadas e que algumas só serão claras após a aprovação da legislação complementar. O senador Efraim Filho (União-PB) garantiu que o Senado não vai votar a reforma tributária por empolgação e tampouco por pressa ou pressão do governo.

*Com informações da Agência Estado

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